Capítulo 41

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                        Aurora

Mary corre até mim, nos abraçamos e ela conta que Rebecca saiu há minutos da sala de cirurgia, por pouco a bala não havia pegado em um local fatal. Deixo Matteo na recepção e seguimos até o quarto. Meu coração se enche de alívio por ver com meus próprios olhos que minha irmã está bem. Por outro lado, tenho raiva quando lembro que sua atitude custou a vida do bebê, um serzinho tão puro, totalmente inocente. Pelo que Matteo me contou durante o percurso até aqui, Rebecca e Antonella saíram no tapa, isso próximo à escada da casa dos pais da mulher. Entre tapas e xingamentos, Antonella perdeu o equilíbrio, rolando os degraus.

Durante a viagem, também li algumas reportagens sobre Antonella e sua enxurrada de amantes, faltando apenas Matteo na lista. Matteo disse que provavelmente haviam muito mais. Antonella certamente havia aproveitado a liberdade da qual foi acordado com o marido. Rebecca derrama lágrimas contidas ao conversar com papai, parecendo arrependida ao dizer que não tinha intenção de fazer mal a criança, que havia agido de modo impensado. Era estranho vê-la chorar, nunca em toda minha vida, nem mesmo quando crianças presenciei algo do tipo. A mulher era dura como a mãe. Sempre foi a mais durona entre nós três. Quando ainda éramos amigas e agíamos como boas irmãs, ficava a seu cargo ajudar Mary e eu quando alguém na escola mexia com uma de nós e até já havia me defendido de mamãe. Tudo isso, parecendo ter acontecido séculos atrás, ou somente fruto da minha imaginação.

— Na próxima, pense antes de fazer. Você não é há muito tempo uma criança — papai diz, afastando-se da cama, antes, deixando um beijo em sua testa — Irei ver como está sua mãe — papai nega com a cabeça ao lançar mais um olhar em sua direção, se retirando em fim. Pegando Mary e eu os bisbilhotando — Entrem e fiquem um pouco com ela — diz, beijando Mary e eu na testa também — Se sente melhor? — assinto — Ótimo. Evite besteiras também. Mary, continue não me dando dor de cabeça.

— Tentarei — minha irmã força um sorriso, ele retribui e se vai para a mulher, que havia passado mal ao saber da condição de Rebecca, a única pessoa que poderia arrancar algo dela — Oi, Rebecca!

— Olá! Estou feliz que está fora de perigo!

Rebecca nos olha como se fôssemos aliens.

— Se vieram tripudiar, caiam fora! — diz rude, secando as lágrimas, como se limpasse uma cena de crime.

— Não estamos aqui para isso, Rebecca. Gostando ou não, somos irmãs. Aurora e eu estamos preocupadas — Mary rebate, aborrecida — Não somos como você.

— Ah, certo, santa Marilyn! — retruca, sabendo que Mary não é uma grande fã do seu nome.

— Chega! Acredite se quiser, Rebecca, estamos aqui porque nos preocupamos. Só queríamos saber se você estava bem. Pelo visto está ótima — digo irritada — Venha, Mary, vamos deixá-la só. Pelo visto estamos incomodando a princesinha.

Mary assente.

— Vou pedir ao papai que venha ficar com você — minha irmã diz.

A voz de Rebecca ressoa quando abro a porta e estamos para sair.

— O quê? — pergunto impaciente.

— Se querem ficar, fiquem.

Assentimos. Mary olha para mim e trocamos um pequeno sorriso. Ela nunca admitiria que não queria ficar sozinha. Nós acomodamos nas poltronas.

— Então, como está se sentindo? — Mary questiona.

Ela a fulmina com o olhar. Por Deus! Parece a mãe!

MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora