Capítulo 7

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PS: ouçam a música 😉

             

                   Aurora

Ryan espera com ansiedade estampada em seu semblante por minha resposta, seus olhos chocolates brilhando em expectativa. Foi ele quem havia me convidado para a festa do fim de semana no campus, entre vários outros convites a fim de que eu possa me enturmar. Não era tão ingênua, sabia que ele estava interessado em mim, embora fosse tímido demais para admitir e o fato de que sou casada, não que meu marido fosse ligar. Contudo, isso não impedia seus olhares constantes, nada desrespeitosos, suas persistentes tentativas de me ter por perto e agradar. Ele era um bom homem, eu sabia disso. Tive a minha cota dos ruins para saber sobre isso.

— Constantine Sinclair em uma única noite aqui em Nova Iorque. Aurora, uma chance como está é imperdível! — sorrio pelo seu tom sempre tímido e comedido, tomado pela euforia.

Ryan e eu cursamos Artes Cênicas e estava para conhecer alguém mais apaixonado pelo mundo das artes que ele, com todo um apelo emocional por Constantine Sinclair. Meu colega o acompanhava antes mesmo de explodir no meio artístico, sua arte tida como uma mistura do passado e contemporâneo. O homem era puro talento.

— Sexta às sete? — confirmo com ele.

Ele abraça-me e logo me solta quando percebe seu ato, sorrio dando uma olhada em volta. Tenho dois seguranças na minha cola. Os mesmos que Matteo ordenou que me jogassem naquela sala quente e apertada. Um alívio me toma apenas em pensar no fato de nem sequer chegar perto dela. Nero é o gêmeo que me acompanha hoje no campus. Ramon provavelmente a nossa espera no carro.

— Você trará seu marido? — questiona voltando ao seu tom tímido e desajeitado — Eu posso conseguir o pôr lá dentro — ajeita seus óculos de armações grandes.

— Dúvido muito que ele vá. Mas o convidarei — ele assente — Até sábado, Ryan — me despeço com um assentir de cabeça e um sorriso, ele retribui.

Seis meses e Matteo não conhece o único amigo que fiz na faculdade, sempre muito ocupado quando proponho algo. Tento não pensar que a situação seria totalmente contrária caso se tratasse de Antonella, entretanto, torna-se impossível não ir até lá e me tornar irritadiça. Também surge a minha mente o jantar de domingo, não nos falamos desde lá. A verdade é que eu mal o via, duas vezes desde lá, sempre chegando tarde e saindo muito cedo. Nero me acompanha de uma certa distância quando passo por ele, não trocamos cumprimentos, nada sai dele ou do irmão, mais que um assentir de cabeça, uma ou duas vezes ao longo desse um ano que falaram comigo, para repassar alguma ordem do chefe, fora que eu já tinha o cumprimentado pela manhã.

Ele abre a porta do carro para mim e em seguida se põe ao lado do irmão, não perco o movimento rápido que faz ao alcançar seu celular quando Ramon põe o automóvel em movimento, curiosidade me corrói, talvez seja Matteo, mas não consigo saber do que se trata, ele digita rapidamente e devolve o aparelho ao bolso após bloquear a tela. Vamos parte do trajeto como de costume, mergulhado em puro silêncio nada confortante. Minha mente implorando-me sobre informações da mensagem, tendo-a certeza que se trata de meu marido. Meu indicador está cutucando o ombro do Nero antes que eu possa processar algo mais.

— Senhora? — ele questiona, sua voz é grossa e me assusta de primeira.

Deve ser pelo fato de que eu quase nunca o ouço falar, imagino que seu irmão possua um timbre de voz assim, ou algo parecido. Recolho meu dedo e ajeito-me em meu lugar.

— Era o meu marido no celular? — esforço-me para minha voz não sair falha.

— Sim, senhora.

MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora