Aurora
Era apenas terça-feira, a semana mal havia começado e eu já estava destruída. A faculdade, o simples chá— que tornou-se grandioso — e as atividades no CREM, estavam consumindo-me, eu apenas queria um banho, comida e cama, mas não seria possível. Precisava finalizar um trabalho e acertar detalhes para o bendito encontro da quinta-feira. Aquelas mulheres encontraram formas de vingar-se, eram tantas restrições, que acabaria servindo água somente. Talvez tivesse sido melhor se eu lhes pedisse um órgão.
— O senhor Moretti demorará a chegar, menina. Faço um lanche para aguentar?
— Não mesmo, eu devoraria uma vaca agora. Irei tomar um banho e já desço.
— É uma boa ideia?
— Você prefere me ver desmaiar de fome? Tenho certeza que Matteo não — ela sorri.
— Estará tudo pronto quando descer.
— Grazie, Pen. Eu te amo! — ela sorri mais ainda.
— Não diga bobagens, meninas. É apenas meu trabalho.
— Não é nenhuma bobagem. Você é a minha melhor amiga. E eu te amo. Aceite isso! — beijo sua bochecha, ruborizada — Não economize na comida.
Na banheira, desfrutando de espumas e água quente, sinto meus músculos cederem aos poucos, minhas pálpebras, fecham-se por conta própria e meus pensamentos caminham para a noite em que meu casamento com Matteo foi consumado, com exceção do domingo, seus olhos nunca mais vagaram por meu corpo. Era isso que eu não conseguia compreender. Ou era uma completa estúpida ignorante. Seu desejo por mim parecia tão real, nossa atração era quase palpável. Não entrava em minha mente como era possível, então, eu apenas devo ter imaginado tudo, pois, eu nunca desejaria alguém, como ele fez, uma vez que meu coração pertencesse a outra pessoa. Eu não era cega ou hipócrita de negar a beleza de outros homens, a memória de Constantine surge, mas nunca iria tão longe quanto Matteo e eu fomos.
Era tudo muito confuso.
Ele ama Antonella, mas é capaz de sentir-se atraído por outra a ponto de dormir com ela?
^°^°^
Estico meus braços como um gato preguiçoso e alongo os músculos do meu pescoço assim que fecho o notebook, meu trabalho estava pronto. Assim como os últimos detalhes para o chá, bastava esperar pelo dia e horário combinado, coisa da qual eu já ansiava pelo fim. Se o gesto não trouxesse lucro as famílias carentes, eu diria que o tiro havia saído pela culatra. Concentro-me nisto, para lidar com a ideia que terei mais de uma dúzia de um bando de abutre em minha casa. O barulho no corredor me põe em alerta.
Levanto com cuidado da poltrona e na ponta dos pés vou até a porta e abro uma frestinha, duvidava que fosse um invasor, era a curiosidade que falava mais alto. Matteo anda de um lado a outro entre a porta de seu quarto até a porta de um dos quartos de hóspedes, uma mão segurando o celular no ouvido e a outra perdida nos fios negros. Seja quem fosse na linha, o irritava. Matteo que sempre lutava pelo bom comportamento de seu cabelo, os bagunçava ao puxar os fios da nuca, em um claro sinal de impaciência.
—...Foda-se! Descubra essa merda! Aqueles filhos da puta estão armando. Eu sei disso, apenas precisamos de provas... — rosna furioso.
Realmente furioso.
Quando ele disse tantos palavrões? É algo do qual não posso recordar.
—...Melhor? Você está dando o seu melhor? — praticamente grita — Bom, se esforce mais, seu rato. Ou, eu mesmo te mato — ameaça. Ele ri e me arrepio, é aterrorizante, quando se cala e apenas houve. Até que volta a se pronunciar — Dante? Acredite, Dante não ligará se eu te expurgar, seu verme. Você escapou no domingo, mas não terá a mesma sorte se nos encontramos e não ter nada para mim! — encerra a ligação.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞
RomanceMATTEO - Primeiro Livro da Trilogia Irmãos Moretti. Um acordo que mudaria vidas! Ele a teve por um acordo indesejado... Ela se rendeu a um casamento forçado... Dois mundos não tão diferentes se descobrindo e fundindo-se... Matteo Moretti, consiglie...