Capítulo 30

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Matteo não libera a mão de Aurora, sabendo que ela estava amendrontada com as palavras de Tom, como garantindo que tudo daria certo. Não que realmente soubesse disso, mas havia um protocolo a seguir, deixar ser levado pelo desespero, se encher de pânico não levaria a lugar algum além de encontro aos braços da morte de modo mais rápido. O motorista e seu segurança particular, além de amigo das antigas, agia do mesmo modo. Aurora olhava de um a outro, como levavam na calma, tomando como exemplo e forçando-se a fazer o mesmo.

Ao contrário de Matteo, ela não tinha costume com isso, mesmo que compartilhassem o mesmo mundo, até então, ninguém tinha interesse em matá-la, não era ninguém. Sua família nem de longe uma das mais importantes do círculo, claro que isso não os livrava dos riscos de fazer parte de um mundo perigoso, assim como qualquer outra pessoa ao ser roubada; assassinada; estuprada, você podia dizer, que as chances de irem diretamente a eles e não um dos grandes, eram menores. Embora, o cenário fosse diferente agora. Agora, ela, era Aurora Moretti, mulher do braço direito do capo. Sua noção ao seu atual status, volta a enchê-la de pânico.

— Olhe para mim — Matteo ordena, sabendo que poderia perdê-la para o medo — Estou aqui, seja quem for o fodido, passará por mim antes de chegar a você! Então, preciso que se acalme e seja a fera que é comigo quando a irrito e quando está com ciúme. Posso contar com isso?

Ela engole seco e força um sorriso, assentindo.

— Não sou ciumenta — defende-se — Ao menos não era — confunde-se, e o homem ao seu lado sorri.

— Eles chegaram, senhor — Tom avisa.

— Certo. Vamos te tirar daqui. Têm que ser rápida e corajosa, como sei que é. Há algumas quadras, Nero e Ramon a espera, ficará bagunçado e preciso que saia o mais depressa que possa quando pararmos o carro, corra para eles e não olhe para trás. Não importa o que ouça — ordena, tirando seu suéter, revelando uma camiseta branca por baixo e entrega para que ela vista.

— Mas...

— Me dê sua palavra, Aurora — pede, sem dar espaço para negação.

— E você? E Tom?

— Estamos nessa há tempos, cara mia. Agora diga que fará o que mandei!

O olhar azul dela e o escuro de Tom, encontram-se pelo retrovisor.

— Cuide dele —  ele assente quase que de modo imperceptível para ela — Tudo bem, Matteo! Apenas escape de mais uma, ou suas cinzas terão o mesmo destino do nojento do Garret. Isso serve para você, Tom — avisa torcendo os lábios e dando uma enrugadinha no nariz, aquela que Matteo costuma adorar, tanto que ele lhe beija a ponta.

— Depois daquela, tenho mais certeza ainda que desejo ser enterrado — brinca ele. 

Tom apenas libera um sorriso.

— Bom, uma vez morto, a escolha é total minha.

— Esse é o espírito.

— Aproximando — avisa Tom, lhe passando dois revólveres.

— Não. Pare! — Matteo diz pausadamente, sério.

— Não irei.

— Agora! — Tom diz, ao mesmo tempo que dá uma volta com carro e Matteo usa seu corpo para cobrir a mulher, ultrapassando a outra pista, a janela aberta e disparando contra um Ford cinza e antigo, pegando quem quer dirigisse de surpresa e voltando ao caminho que percorria antes — Dez segundos no máximo.

MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora