MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞

Capítulo 11

                       Aurora

Reviro tanto meus olhos mentalmente que eles devem dar a volta ao mundo, Constantine Sinclair é a primeira pessoa que encontro ao saltar do carro, seu sorriso extremamente branco e grande, como o Cheshire. Só o que me faltava! Em momento algum depositei alguma fé sobre sua ajuda no CREM, aparentemente, nunca estive tão errada. Nero segue com o carro para uma ronda ao redor e Ramon fica comigo. Os soldados da Famiglia, disfarçados de simples seguranças na entrada da grande casa que foi reformada e ampliada, para melhor desenvolvimento de nossas atividades. Cumprimento os rapazes e ignoro a presença do artista, eu estava com a minha cota de problemas lotado, não precisava da adição de um ruivo ousado na equação. Realmente, bastava-me o ser de fios negros rebeldes e olhos azuis enigmáticos, assim como suas ações.

Matteo confudia-me de tal maneira, que eu estava para enlouquecer. Até hoje tentava entender suas ações para comigo. Após o beijo no sábado, ele não tocou no assunto e eu não soube como fazê-lo, a verdade é que temi a conversa. Tivemos uma conversa agradável e depois ele foi trabalhar no escritório, eu para o quarto que tornou-se meu ateliê. Mais tarde almoçamos de maneira agradável, por mais que a vontade de beijá-lo outra vez e tocar no assunto estivesse sempre rondando a minha mente. No domingo, tivemos todas as refeições juntas tão agradável quanto e assistimos um filme juntos, ali pensei que rolaria algo, que finalmente partiríamos para os finalmentes, mas nada, ele apenas deu-me um beijo na testa e desejou-me bons sonhos quando o filme chegou ao fim. Não o entendia e estava frustrada e zangada por isso. Com ele, comigo.

— Senhora Moretti, imaginei mais educada — diz ele, barrando a minha entrada.

Péssimo movimento, meu jovem. Ramon e os três rapazes que guardam a entrada de forma evidente, formam um círculo sobre ele, ocultando-o de mim.

— Obrigada por isso, senhores, mas não há problemas — eles prontamente voltam a suas posições iniciais — Lhe apresentarei a Vivian e ela designará seu papel aqui. Acompanhe-me — ele assente após enviar um olhar de estranheza.

Meu segurança encontra um local de vigia enquanto Vivian e Sinclair trocam algumas palavras. A mulher baixinha, rechonchuda e de pele negra, parece bastante empolgada com a presença dele. Constantine certamente não perde tempo em jogar seu charme para cima dela e sinto-me grata por isso. Quando eles terminam, o homem pede por um tour e Vivian sente-se muito satisfeita, consigo escapar, indo direto para o auditório.

Minhas crianças e adolescentes me recebem com abraços e beijos, já adiantados em alguns trabalhos, dos quais havia designado suas funções semana passada. Com a ajuda de Victoria, dos professores, voluntários e das próprias crianças, nossa noite para angariar fundos, tornou-se todo um fim de semana. Teríamos a peça, exposição, apresentações de música e dança e um leilão. Victoria tinha ficado responsável por isso, e já possuíamos alguns bons itens e convidados com a carteira cheia para adquiri-los. Seria um sucesso, podia sentir em todo meu ser.

— Aurora, aquele moço é vermelho igual a você — Dylan aponta para alguém atrás de mim, e sem me virar sei exatamente de quem se trata — Vocês são irmãos?

— Não, rapazinho — bagunço seus cachos — Por que não volta a ensaiar? — ele assente e volta para a rodinha de Hip Hop no pátio.

Eu sigo caminho para a sala da direção, uma vez que Victoria não pôde comparecer hoje, era minha responsabilidade ficar a frente de tudo. Havia ligações a serem feitas, cheques para assinar e pedidos de autorizações para analisar. Essa era a parte chata da coisa, detestava ter que lidar com a parte burocrática. Preferia mil vezes estar ajudando com o cenário ou dando aulas. Até mesmo estar sendo massacrada no Hip Hop como já fui. Foi vergonhoso e divertido. Um do par de tênis, impede que eu feche a porta do escritório.