Capítulo 2

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— Quem são vocês.

Cassian estava de mau humor. Não conseguia acessar seus poderes há semanas, assim como qualquer um que eles conseguiram contatar nas sete Cortes. Ainda assim, Devlon e os outros líderes dos acampamentos Ilirianos estavam sendo um chute no saco, cobrando respostas e atitudes, e enviando todos os dias mensageiros para bisbilhotar a cidade com a desculpa de trazer as cartas mais vazias que já tinha lido

Somente Aleksander, Tristan e, é claro, Nesta, eram os obstáculos entre aqueles machos irritantes e a completa extensão da ira de Cassian. Mesmo assim, tudo o que ele queria naquele momento era esmurrar alguma coisa.

Já não bastassem todos esses problemas, as proteções de Rhysand (que embora não conseguisse conjurar a própria magia nem para amarrar os cadarços, ainda sentia os alarmes que havia posto anteriormente) denunciaram feéricos sobrevoando o território na forma de aves de rapina. Antes que pudessem descobrir algo substancial, eles simplesmente desapareceram. Agora, aquele navio, que entrava diretamente na corrente do Rio Sidra, com apenas três pessoas além da tripulação essencial, entre elas, um garoto que nem havia entrado na adolescência.

Fora o que as sombras relataram a Azriel — misericordiosamente poupadas do que quer que os impedia de acessar a magia. A única resposta de Rhys foi uma ordem para que os recebessem e descobrissem o que queriam. Se os achassem seguros, que os levassem para a casa do lago. Uma idiotice, na opinião de Cassian, mas ele sabia quando não devia questionar o irmão e, com todos os problemas, mais a pequena Lyla doente, aquela era uma péssima hora para testar a paciência do Grão-Senhor.

— Quem são vocês.

Ele sabia que não era uma pergunta, e sentiu o olhar de aviso de Azriel ao seu lado, mesmo sem ver. Justamente as três pessoas supérfluas haviam desembarcado. A fêmea era bonita, mas seus olhos reluziam em instinto de violência: uma rainha —a julgar pela bela coroa que decorava os cabelos dourados; uma guerreira — a julgar pela escolha nada fútil das roupas e pela espada dourada com o punho de rubi que carregava na cintura — seria tão fácil arranjar uma briga com ela que seu sangue formigou.

Caso a coroa irmã não denunciasse o papel do macho ao seu lado, a forma protetora com que ele se portava o faria. Rei e Rainha de algum reino desconhecido. E o menino era claramente filho deles, pela semelhança inegável com os dois.

— Meu nome é Aelin Whitethorn Galanthynius — ele tinha a impressão de que ainda teriam outros nomes e títulos vinculados a ela, pela forma como parecera selecionar o que dizer — este é Rowan, somos rei e rainha de Terrasen — a única novidade fora o nome do local — e o nosso filho, Sam — ela os analisou — Vocês falam a língua comum.

Ele não se deu o trabalho de explicar que aquela era a língua falada nos reinos humanos e que ali naquela cidade, como nas outras, talvez ela encontrasse dificuldade em se comunicar naquele idioma, quando a maioria falava a língua feérica. Apenas assentiu, esperando continuarem.

— Nós queremos falar com o regente de vocês.

— Não encontrará reis ou rainhas aqui em Prytian — foi Azriel quem respondeu, sentindo o temperamento do irmão — mas podemos te levar ao Grão-Senhor dessa Corte.

O casal se entreolhou, e Cassian havia convivido com Feyre e Rhys o suficiente para saber que estavam tendo uma conversa sem palavras. Em um dia normal, teria rido, mas apenas os achou ainda mais irritantes.

— Nós adoraríamos.

— Nós adoraríamos

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