Capítulo 31

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— Então, se eu entendi direito, eu tenho que te elogiar para todas as pessoas com quem conversarmos?

Lyla e Sam estavam a caminho da tal festa, embora ele não tivesse entendido completamente de onde ela tinha tirado aquela ideia. A Illyriana poderia ter atravessado com ele, pela distância, até o baile, mas não sabia se o príncipe já havia tido essa experiência, e como não queria que ele vomitasse na roupa que ela havia escolhido com tanto esmero, acabou por optar por uma carruagem, por mais que detestasse aquilo.

― Sim, e está proibido de ficar escondido, como fez no jantar em Terrasen. Nós seremos o centro daquele baile ― o príncipe ergueu uma sobrancelha, achando aquilo estranhamente divertido.

― Tudo bem, eu apenas não sei de onde eu vou tirar tantas palavras agradáveis para te descrever ― ele não precisava enxergá-la direito para saber que sorria.

― É só falar das minhas qualidades. Agradável, divertida, bonita...

― Teimosa, tagarela, energética ― o tom de voz dele estava leve, e por algum motivo, aquilo tinha um gosto agridoce.

― Algumas pessoas diriam que essas são qualidades extremamente positivas. Ainda pode elogiar minhas habilidades inigualáveis no piano — o tom de voz dela quase o fez gargalhar.

— Eu nunca ouvi você tocar — ele respondeu, ao que a Archeron estalou a língua.

— Você sempre pode mentir, Passarinho — Sam franziu a testa com o apelido — Contanto, é claro, que você consiga sustentar suas mentiras a noite toda. Eu não vou me esforçar nem um pouco para tapar os seus furos.

Um sorriso malicioso se desenhou no rosto dele, e uma sobrancelha alva se ergueu. Eu sou um príncipe, era o que dizia com aquela expressão, é óbvio que eu sei sustentar uma mentira. A nobreza vivia de máscaras, e as dele eram nada menos que impecáveis.

— Devo admitir que sua ideia foi criativa — Sam manteve um tom de voz digno, sem qualquer inflexão de admiração.

— Olha, mais uma característica para mim! Criativa, inovadora, original...

― Você sabe que se eu disser essas coisas sobre você na frente dos nobres, eles vão achar que você tem problemas mentais, não sabe? ― Lyla não conseguiu segurar a gargalhada, e aquele foi o exato momento em que a carruagem parou e ela reconheceu a casa à qual havia sido apresentada horas mais cedo.

Ah, as maravilhas de uma vida na corte — a Illyriana ainda ria do comentário dele, e aceitou sua mão para descer para o chão levemente enlameado pelos resquícios de neve derretida. O impulso da queda a fez dar um passo na direção dele, e seus rostos ficaram tão próximos que ela poderia simplesmente se inclinar um pouco para beijá-lo se tentasse — Suponho que minha reputação esteja em suas mãos, não é? — ela sorriu, se afastando um pouco — Para minha sorte, ninguém repara em muita coisa quando estou com esse batom.

O coração dela acelerou vertiginosamente conforme o calor do olhar dele descia para seus lábios pintados impecavelmente de vermelho. Estavam brilhantes e atrativos, e faziam ele se perguntar se seriam tão deliciosos quanto pareciam.

Viu um sorriso mover aqueles lábios conforme ele mesmo comprovava o que Lyla havia dito.

— Viu? Uma perfeita distração — Sam ergueu os olhos, encontrando os dela, animados — Agora vamos, Passarinho, eu estou com fome.

— Viu? Uma perfeita distração — Sam ergueu os olhos, encontrando os dela, animados — Agora vamos, Passarinho, eu estou com fome

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A Court of Night and FireOnde histórias criam vida. Descubra agora