Capítulo 14

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O que ele tinha dito sobre não sumir? Parecia que havia entrado em um ouvido e saído pelo outro, pois uma hora depois, Sam voltou à fonte em que a havia deixado, e ela não estava lá, na verdade, ela não estava em nenhum lugar por perto. Droga.

A fileira de palavrões que ele soltou fez os cavalos reclamarem de sua falta de educação, o que o obrigou a pedir desculpas a eles em voz baixa. Havia aprendido da pior forma que aquela espécie era esperta demais, e ficava ofendida fácil demais. Não queria ser derrubado da sela tão cedo.

— Procurando alguém?

Pela Deusa! Sam reagiu com um soco, do qual a pessoa com uma máscara que estava perto demais dele para o próprio bem desviou com agilidade. Não demorou muito para ele reconhecer o sorriso característico no rosto, antes da garota tirar a máscara grotesca do rosto.

— Você, por acaso, tem desejo de morte? Devo te levar para conversar com alguém? Porque, qual o outro motivo pra você chegar assim perto de mim, Lyla?!

A risada dela apenas o deixou mais furioso, e ela deu de ombros enquanto ia amarrar a bolsa no cavalo destinado a ela. Uma fêmea forte e bonita, um dos melhores animais que pôde encontrar.

— É impressão minha, ou você acabou de fazer uma piada? É... Acho que foi impressão — ela acrescentou a última ao olhar para o olhar assassino dele. O dourado dos olhos lampejava em fogo, e a temperatura ao redor dele aumentava — Ei, fica frio aí. Foi só uma brincadeira. Não precisa colocar fogo nas roupas por causa disso.

As piadas eram horríveis, ela sabia, mas estava disposta a qualquer coisa que o distraísse daquele ódio fervilhante. Não estava exatamente com medo, mas iniciar uma luta com o príncipe de Terrasen no meio da cidade da família dele não se encaixava no conselho dos seus pais de "não arranjar problemas".

Com algumas respirações, ela sentiu a temperatura diminuir, mas viu os músculos dele ainda tensos enquanto subia no próprio cavalo.

— Não me assuste, a menos que queira levar um murro ou algo parecido, entendeu?

— Sim, desculpa — a palavra saiu mesmo que não se sentisse culpada — Por onde vamos, agora?

— A saída é por ali.

As horas seguintes foram silenciosas demais para o gosto de Lyla

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As horas seguintes foram silenciosas demais para o gosto de Lyla. Ela preferia viajar conversando, ou até cantarolando, mas depois da reação exagerada do príncipe Sam a um pequeno susto, ela não queria incomodá-lo por algum tempo. Então, os únicos sons eram os da natureza, e dos cascos dos cavalos na terra (os quais ela tentou e tentou, até conseguir sincronizar; havia algo prazeroso em saber que tinham dois deles, mas ouvir apenas um).

Para passar o tempo, catalogou cada um dos cantos das aves na floresta, vasculhou as árvores atrás de animaizinhos (ou até do famoso Povo Pequenino que a Rainha Aelin havia lhe contado quando criança), entalhou uma maçã antes de comê-la, e recitou mentalmente um dos maiores poemas que ela conhecia, sobre a origem do Caldeirão. Quando terminou tudo isso, eles ainda não haviam parado.

A Court of Night and FireOnde histórias criam vida. Descubra agora