Quando dois mundos colapsam, é dever das Cortes de Prytian e dos reinos de Erilea manter a paz conquistada a tanto custo. Rhys e Feyre acreditam que é uma boa ideia enviar sua filha para passar um tempo em Terrasen, mas Lyla e o príncipe Sam não con...
Sam levou a sério aquilo de ser professor em tempo integral. Lyla nem mesmo conseguia ficar irritada com a arrogância e prepotência dele em tempo estendido, pois estava animada demais aprendendo.
O príncipe era um péssimo professor, sempre empurrando e provocando, fazendo-a alimentar uma raiva e vontade de vingança em um futuro não muito distante, mas ela era uma aluna maravilhosa. Lyla bebia cada movimento que ele fazia, repetia e repetia à exaustão, e os desenhava, quando eram muito complexos. Ele podia ser horrível ensinando, mas era um lutador fenomenal, com cada um dos músculos esculpidos para aqueles movimentos, e ela não precisava muito mais do que um modelo para se basear.
Ela percebeu que ele evitava lutar com ela. Cassian e Pteir simulavam lutas e embates para que ela pudesse treinar os movimentos contra algo que revidasse, mas ele a colocava contra bonecos, ou treinando no ar. Era como se não quisesse dar espaço para ela bater nele novamente. Ela não o culpava: volta e meia espiava um olhar para o que fizera no dia anterior.
O nariz dele ainda estava roxo, obviamente concertado por alguma magia não muito boa. Ela havia reparado que não havia nenhum detentor de magia de cura forte na Fortaleza. A maioria dos ferimentos e doenças eram tratados da forma convencional, ou exigiam pouca habilidade. Nada de poderes como os de Yrene Tower ali. Embora houvesse uma torre de curandeiros ao alcance de algumas horas de corrida. Pelo menos a pessoa havia sido competente o suficiente para não arruinar o desenho perfeito do rosto dele.
O treino a exauriu. E de alguma forma a fez pingar de suor, apesar do frio. No meio da tarde, ela havia aprendido mais do que todos aqueles outros dias juntos, e estava animada, embora uma parte dela ainda ficasse esperando pela ameaça de punição. Ela veio quando seu corpo já quase não aguentava mais, e a temperatura começou a cair drasticamente.
— Aonde pensa que vai? — Lyla parou de recolher suas coisas, travando, adivinhando o que vinha a seguir.
— Suponho que não para o meu quarto, tomar um banho — Sam abriu um sorriso cínico.
— Ponto para a princesinha. Emrys precisa de lenha na cozinha, e você vai cortar as toras.
Ela ergueu as sobrancelhas, olhando para aqueles olhos azuis, que brilhavam com a magia que ele usava para se aquecer. Ela estava tão cansada que nem isso conseguia. Precisaria de algum tempo para que conseguisse liberar a magia sem fazer um desastre ao redor. Quando não tinha muita energia, não conseguia soltar o poder aos poucos, e ele tomava conta de tudo ao redor, exaurindo-a ainda mais. Então, ela apenas deu de ombros, aceitando que merecia aquilo.
— Certo. Onde?
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Lyla sabia que merecia aquilo, mas isso não a impedia de fantasiar com aquele machado em suas mãos voando na direção do príncipe. Ele tinha acertado na tarefa, escolhendo uma das poucas coisas degradantes que ela não havia feito na vida. Lenha nunca era um problema quando se tinha duas manipuladoras de fogo na família.
