Vulnerable

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NOTAS INICIAIS:

Vulnerable fala sobre a vunerabilidade que se fica após um relacionamento, sobre a fragilidade dos nossos sentimentos no início.




SELENA

não foi bom rever você, sabe disso.

As palavras que ele me disse perfuram meu coração como facas afiadas, jorrando sangue para todo lado. Mal me dou conta que estou chorando quando Neymar me arrasta para um canto do shopping e limpa meu rosto, sussurrando palavras tranquilizadoras.

— Vamos para casa, ok?

— Ok — murmuro, completamente cansada de tudo. Só quero deitar na minha cama e abraçar meus filhos com toda força do mundo. Por sorte, ele não havia os visto. Ao menos, ele sequer se deu o trabalho de tentar olhá-los. No fundo, isso me machucou, mas jamais admitiria em voz alta.

Pelos fundos e sem muito tumulto, nós saímos do local e fomos direto para casa. Os gêmeos dormiram no caminho e não acordaram nem mesmo quando os tiramos do carrinho. Júnior não tentou me distrair, ele sabia que nada iria me animar no momento. Eu precisava de um tempo sozinha, longe do mundo cruel lá fora. Com sua ajuda, coloquei meus bebês na minha cama, os protegendo com os travesseiros apenas para tomar um banho rápido.

— Se precisar de qualquer coisa, grite por mim. Vou tirar uma soneca também — sorri fraco, acenando para ele. Ney beija minha testa e sai, deixando-me sozinha com os únicos seres na terra que nunca me abandonariam. Minha menina dorme com a mão enfiada de baixo da bochecha, como o pai faz, o que me faz sorrir melancólica.

Eles são tão iguais a ele.

Tomo um banho rápido, chorando enquanto tento tirá-lo da minha mente. É difícil, mas parece que tomar uma ducha sempre ajuda. Coloco apenas um moletom grande e uma calcinha, deitando com meu pequenos em seguida. Agarro-os como uma mãe ursa e, com o cheiro de bebê exalando, durmo mais tranquila.

•••

— Tudo bem, largue essa colher e vamos conversar — digo enquanto rodo calmamente pela bancada, Júnior está do outro lado segurando o objeto.

— Não, eu vou te sujar toda e vai ser agora.

— Ney, por favor, eu acabei de trocar de roupa... — solto um grito quando, ao tentar fugir, ele me agarrar pela cintura e enfiar a colher na minha blusa, lambuzando-a com o chocolate. — Droga, garoto!

— E só não passo no seu cabelo porque sei a frescura que é tirar — beija minha bochecha num estalo. Reviro os olhos e tento me soltar.

Amore Mio - jogadores 1Onde histórias criam vida. Descubra agora