Você teve sua chance e a desperdiçou. Jogaste meu amor no lixo, todo o tempo que doei a ti, ignoraste no teu julgamento e me deixou a deriva, sozinha num mar de tristeza.
Mas agora corra, se afaste de vez. Não adianta, não quero cair mais nos seus l...
Me deixe pedir desculpas Vou compensar, compensar, compensar compensar por tudo que aconteceu Seu amor, não quero perder Estou implorando, implorando, implorando implorando, estou implorando a você Espere, você pode voltar? você pode voltar? Espere, podemos resolver isso? podemos resolver isso?
É isso
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PAULO
— Senhor Dybala, quanto tempo não o vejo por aqui — o doutor de 50 anos me cumprimenta.
— Boa tarde, doutor Gomez — digo e me sento na cadeira confortável a sua frente.
— Fiquei surpreso com sua ligação, confesso. O que deseja, senhor Dybala?
— Quero que me diga, exatamente, quais as chances da cirurgia ter dado errado? — e no que eu digo, a expressão do homem se torna confussa.
— A mesma que eu lhe disse anteriormente: quase nulas, bem raras de acontecerem.
— Me explique como podem ocorrer essas "raridades", doutor — reforço.
Ele se inclina e respira fundo. Parece que o papo vai fazer longo.
•••
— Então isso quer dizer que...
— É provável, sim. Mas apenas nessas circunstâncias, a cirurgia foi um sucesso e o senhor nem fez dois anos com ela.
— Quero fazer a reversão, imediatamente. Se essa porcaria não funcionou, quero voltar ao normal — resmungo e ele ri baixo, o que me faz o olhar confuso.
— O que está realmente acontecendo, Paulo? Alguma garota apareceu por aí, de repente, dizendo estar grávida de você? — nego suspirando.
— Quase isso.
— O processo de recuperação é mais complicado, mais duradouro e o tempo de recuperação é...
— Não quero saber, apenas agende com meu pessoal e faremos — levanto da cadeira e ajeito o casaco. — Foi bom revê-lo, Carlo.
— Digo o mesmo, Paulo — apertamos as mãos e finalmente saio daquele sufoco de local, caminhando a passos largos até meu carro. Preciso beber. Beber muito.
Até cair de preferência.
Desativo o travamento do carro e abro a porta do mesmo, pulando para dentro. É provável, sim. Meu caralho! Mas é claro que era possível. Como eu não pude perceber? Como eu... Soco o volante várias vezes, com raiva de mim, da minha ignorância, de tudo. Dela também, por ter ido embora e me trocado. Por eu ter sido burro e deixado-a ir.
