XXV: Abe

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Uma pessoa pode chorar ou rir. Sempre que você está chorando, você poderia estar rindo, a escolha é sua.

Andy Warhol

Capítulo XXV

   Sempre gostei de está viajando, mas depois dos meus filhos e meu neto, tudo mudou. Não tem nada que me faça mais feliz, do que está em casa.

   Havia avisado que chegaria hoje, com a intenção que estivessem a minha espera, mas não, entrei em casa e a encontrei vazia. Nem um som podia ser ouvido, seja o Alex correndo ou o Christian fazendo raiva.

   Pensei que depois da noite de ontem, ninguém sairia. Quem diria que logo eu, Abe Mazur, seria tão ingênuo assim, mas quando se trata da minha filha, a mesma pode surpreender.

   Há uma hora estou aqui na mansão e nada, nem mesmo a Syd, o sumiço dela, tenho quase certeza que tem haver com o Adrian. A única coisa boa de está sozinho, é poder guarda todas as coisas.

   Está sozinho me faz refletir sobre as cartas, tenho que tomar uma providência o quanto antes, pois não dará para esconder isso por muito mais tempo.

   Não casso ideia como chegou aqui, mas tenho plena certeza que alguém o esconde, pois não consigo o achar, mas quando pôr as mãos nele pode ter certeza que não irá mais andar por aí.

   — Vovô. — escuto a voz doce me chamar.

   Sai dos meus pensamentos com o estrondo de um corpo se chocando ao meu, e nós fazendo cair bruscamente no chão.

   — Pelo visto sentiu minha falta. — falo me levantando com meu neto, que se encontrava todo eufórico.

   — Claro. — sua empolgação evidente.

   — A bom, pensei que não, já que quando cheguei não encontrei ninguém. — disse me afastando e fazendo cara triste.

   — Desculpe velho, estávamos jantando. — minha menina não se deixou cair em meu fingimento e meu abraçou.

   Rose desde o dia que me conheceu, me chama por esse apelido e mesmo que não tenha gostado a princípio, me faz sentir ligado a ela.

   — Pai, também posso te chamar de velho? — escutei meu neto perguntar e segurei a risada.

   —  Eu não sou velho. — gritou indignado e de braços cruzados.

   Agora ele sabe como me sinto, afinal estou na flor da idade e ser chamado de velho, acaba com qualquer um.

   — O vovô também não, mas a mamãe chama.

   Sorriu com a inocência, claro que sou jovem, mesmo que a Rose esteja velha.

   — São coisas diferentes. — o Ozera tenta explicar, mesmo sem argumentos.

   — Tá bom, velho. — brincou deixando o pai chocado.

   Bati a mão na cabeça, batalha perdida, será igual a mãe, que não larga essa mania horrível de chamar os outros de velho.

   — Rose. — Christian súplica por ajuda.

   — Querido, não chame seu pai assim. Não se pode jogar a idade na cara dele. — brinca, abraçando o monstrinho do seu filho.

   — ROSE. — o Ozera grita indignado.

   Todo o alarde foi engraçado o suficiente para o próprio Christian rir, de toda a situação.

   — Bom, estavam jantando aonde? — depois de me recompor questionei.

Vivendo o PresenteOnde histórias criam vida. Descubra agora