XXVII: Dimitri

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Na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível.

Diego Marchi


Capítulo XXVI


   Uma semana, 168 horas, 10080 minutos e 604800 segundos, pareço um louco contando isso, mas foi durante esse tempo que tentei falar com a Roza, contudo, foi tudo em vão.

   Aqui na empresa é impossível, pois Abe voltou ao seu lugar, acabando com minhas chances de vê-la e em casa, é um problema maior ainda, já que toda vez que bato a porta, ela nunca atende. Sempre é o Christian ou a Sidney e Isso acaba me deixando furioso e frustrado.

   — Droga. — Bati a mão sobre a minha mesa, com tanta força, que André se assustou com o impacto.

   — Tá doido? Quer me matar? — peguntou com a mão sobre o coração.

   — Desculpe. — pedi sem jeito pela situação.

   — Você pedindo desculpa? O fim do mundo está chegando, o que houve? — questionou ao ver meu rosto.

   — Nada. —  disparei meio ríspido.

   — A quem você acha que engana, meu amigo? Estou do teu lado a anos e por mais que consiga enganar muitos, comigo não funciona, deveria saber disso.

   — Você realmente me conhece, seu idiota, e te odeio por isso.

   — Também te amo, Dika, e a prova disso é que seu que sua raiva tem nome e sobrenome.

   — Você não está errado. — suspiro e viro meu olhar para a grande janela em minha sala. — Queria me desculpar com ela, pois fiz muita coisa errada, e minha Babuska sempre me falou que me arrependeria de tudo o que falei, mas nunca realmente acreditei. Bom, até agora pelo menos.

   Falei tudo ao passar a mão pelos cabelos, tentando conter o desespero e ansiedade que me consumia.

   — O que mudou? — questiona intrigado.

   Sinto o olhar dele sobre minhas costas, assim que levantei. Não sei se realmente conto tudo a ele, até porque André adora a Roza, além de, se culpar por não ter feito nada para que os amigos não fossem embora.

   No fundo sempre o entendi, afinal, a Roza que ajudou a Jill se recuperar após a morte dos seus pais. 

   Em volto no silêncio que se estalou ali, me permiti pensar um pouco naquele momento. A indecisão de contar ou não me consome.

    Nos últimos anos, André se tornou um dos meus poucos amigos, já que Mason e Eddie, se afastaram de mim, após a partida dos amigos.

   Apesar da indecisão, preciso desabafar com alguém que não seja minha babuska. Pensei em falar com a Lisa, mas a mesma não aceita, que culpou a Rose por tudo, sem motivo algum.

   Karol e Sônia me matariam sem pensar duas vezes, creio que isso acontecerá uma hora ou outra, por esse motivo e outros a Vika não se tornara uma opção para mim, tirando o fato que a mesma passou a semana toda com a Roza, o que acho muito estranho, mas quem sou eu né?!

   Apenas me  resta o André mesmo, ele é meu amigo e não consigo e não quero mais guarda isso para mim.

   Sei que sua reação não será uma das melhores, mas sei que se for assim não poderei o culpar.

   No fundo sei que preciso desabafar, mesmo que custe um bom amigo. Suspiro pesadamente antes de começar, já esperando o pior.

   — Agora sei a verdade. — comecei sem sentido.

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