XXXI: Chris

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A vida é maravilhosa se não tem medo dela.
(Charles Chaplin)


Capítulo XXXI


   Enterrar pessoas, mesmo que não sejam mais próximas da gente, é doloroso, pois em um passado não imaginávamos que seriam tiradas de nossas vidas de forma tão trágica.

   Não havia perdoado a Lisa, por tudo o que aconteceu, mas em frente a sua lápide tudo se tornou insignificante, a dor, mágoa e raiva.

   Talvez não tenha sentido a perdoa, nem sei se ela o queria ou pensava que não precisava, mesmo assim, pretendo esquecer, e não aprender em mágoas que se cicatrizaram.

   Depois do enterro, voltamos para a casa da Olena, onde deixamos Jill e André, pois passariam um tempo ali, até se sentirem melhor, para voltarem para casa.

   Me despedi de todos, incluindo o Dimitri, mas o último fizera com desgosto, lembrando do encontro na madrugada.

   Havíamos decidido que o Paul, ainda dormiria lá em casa, afinal tinha muita gente, em sua casa.

   Levei Rose para casa, após a despedida, afinal precisava conversa com ela o quanto antes, e na casa Belikov, não teríamos a privacidade necessária, além de ter nosso filho a nossa espera.

   O caminho para nossa casa foi silencioso, em nenhum momento avisei que o Abe, tinha levado os meninos para um passeio e só voltariam a noite.

   Estava com medo do que viria, as reações da Rose são indescritíveis. Pedi a Sid para passar um tempo com o Adrian, enquanto contava o que era preciso a morena, não que ela, não planeja-se isso.

   Tudo seria bem mais simples se apenas a Rose e eu estivesse em casa, pois precisaria de tempo para a longa conversa que viria.

   Ao entrar em casa, toda minha coragem de falar o que o Abe, tinha me contado na noite anterior, se foi.

   Nesse momento odiei o fato dela sempre conseguir descobrir, que estou escondendo algo, e isso se provou mais certo, quando chegamos ao meio da sala, onde me encarou e começou a falar sem qualquer pausa.

   — A gente se conhece a mais tempo do que queremos admitir, por isso não entendo o porquê de achar que não te conheço, afinal sei mais coisas sobre você, do que você mesmo, então, não me ofenda escondendo algo, fale de uma vez, o que está escondendo. 

   — Espertinha, está certa como sempre, e mal é 11h da manhã.

   — Obrigada, mas não me enrola. —cruza os braços, e mantém um olhar sério sobre mim.

   — Primeiro, vamos sentar. — apontei para o sofá.

   — Devo me preocupar? — olha nos meus olhos, enquanto questiona.

   — Um pouco. — disse em um tom tão baixo, que se todos os moradores da casa estivessem ela jamais teria ouvido.

   — Se é assim, espera ai.

   Ela saiu, me deixando sozinho sentado no sofá, enquanto subia as escadas, me dando mais tempo para refletir, pois não sabia como explicar tudo o que esta acontecendo.

   Poucos minutos depois, a veio descer com um litro de conhaque nos braços, e se sentando ao meu lado.

   — Tranquilizante? — brinquei, pegando e analisando a garrafa.

   — É bom, vou até dividir.

   — Que simpática, acho que quando terminar de contar, uma só garrafa não ira servi.

Vivendo o PresenteOnde histórias criam vida. Descubra agora