Vivendo o Presente

XXXVII : Dimitri

O que falamos de ruim ou desagradável, geralmente acaba acarretando em coisas que não queremos ouvir.

Capítulo XXXVII

   Esta ao seu lado, admirando o horizonte, posso realmente notar o quanto a mesma amadureceu através de todo esse tempo, mas creio que a vida a forçou a isso.

   Sei que deve ter passado poucas e boas, pois quando partiu foi de repente, não tinha dinheiro e ainda carregava uma bebê que infelizmente não nasceu.

   Era até invejável a calma que ela mantinha durante todo o nosso diálogo, se algo a perturbava não deixou transparecer.

   Deixei me levar pelo momento e falei coisas que talvez não devesse, mas diante a sua fala final paralisei.

   Fiquei surpreso ao ouvir as palavras proferidas, pois as mesmas machucaram e isso era um fato inegável, ao qual estou a comprovar neste exato momento da pior maneira possível.

   Nunca é fácil escutar que não querem te reencontrar, ainda mais quando essas palavras saem da boca de alguém que fez parte da sua  história, além de ser uma pessoa que realmente sentimos um grande apreso e carinho, isso é deveras doloroso.

   Fiquei abalado, desolado, destroçado, esses são sentimentos que mais estava sentindo em meu coração. Me tornei inerte a tudo ao meu redor. Fiquei mudo, diante o desmoronamento constate do meu mundo em frente aos meus olhos.

   Nunca abandonei meus sentimentos por ela, mesmo com as pessoas falando que ela nunca realmente me amou, e depois de está com Tasha todos falavam que a iludi, por mais que não goste,  não posso os culpar por pensar isso, afinal fui um grande estúpido.

   Lembro que quando me deixou, pedi muito que tudo fosse alguma brincadeira ou até mesmo um maldito sonho, mas não era. Conforme os dias passavam, foi que tomei consciência que era tudo real, sendo assim a segunda vez que a perdia.

   Desde aquele tempo quis a reencontrar, mesmo com a Tasha nos meus ouvidos insistindo que a mesma tinha me traído, tendo um filho de outro, e a maior prova disso teria sido o fato dela ir embora com ele. Quando pensava nisso não agia racionalmente, e talvez tenha sido aí que mais errei, pois me neguei a ouvi-la, quando me procurou.

   Poderia ter rodado o mundo atrás dela e esclarecido as coisas ou poderia ter ido tirar essa maldita dúvida, mas não, sem pensar não fiz nada, literalmente, deixei ser influenciado ao ponto de a cada dia errar mais e mais, permanecendo no mesmo lugar, como se algo fosse mudar, enquanto ficava inerte no tempo.

   Sempre tive a consciência que por mais que quisesse um reencontro, ela não era obrigada a querer o mesmo, como acabara de comprovar. Tenho plena ciência que errei, e tem coisas que jamais poderei corrigir, então por mais que não queira ou aceite a compreendo de todo coração.

   Sei muito bem que estou a ser egoísta, pensando em ter seu perdão, pois penso em me sentir melhor, caso ela me perdoe, mas sei que não sou merecedor de tal.

   Pode ser errado, contudo, quero correr atrás do tempo perdido, muda tudo o que for possível, mesmo que não seja muita coisa. Apesar do que quero, ela parecia não querer o mesmo, não que tenha verbalizado meus desejos.

   Meus pensamentos estava uma bagunça sem tamanho, por isso a todo custo tentava os por em ordem. Me encontrava longe, quando ouvir meu nome ser chamado, o que acabou me despertando e me fazendo olhar a pessoa que me chamou. Não falei nada, apenas esperei que a mesma continua-se o que quer que fosse falar.