Capítulo Cinco - Garotas Não Fazem Guerra de Comida

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— Vamos lá bonecas, hora de acordar. — o monitor do prédio dos garotos disse abrindo a porta do quarto onde estavam Noah, Josh e Krystian.

— Já? — Noah reclamava, jogando as cobertas em cima do rosto.

— Já dondocas, levantem.

— Quem é você? — Josh perguntou se sentando na cama e coçando os olhos.

— Lamar, o monitor de vocês, agora vamos levantar e ir pra aula. — ele puxou as cobertas de Noah. — Tem exatamente — fez uma pequena pausa para olhar o relógio em seu pulso. — dezoito minutos para tomarem banho, vestirem os uniformes e pegarem o café da manhã a tempo. — agora Lamar estava de braços cruzados.

— Eita porra. — Krystian pulou da cama. — Vamos lá suas piranhas, levantem logo. — ele pegou sua toalha e saiu correndo.

— Podíamos dizer que não nos sentimos bem essa manhã... Dor de cabeça, no corpo, sei lá. — Noah sugeriu.

— Para de ser preguiçoso, temos que mostrar que somos bons alunos, lembra?

— Não temos que ser bons alunos, temos que ser...

— Os melhores. — Josh disse junto de Noah. — Pois é Noah, então levanta daí.

— Odeio você.

— Odeia nada. — sorrindo, o loiro pegou uma toalha no guarda roupas e saiu do quarto.

O café da manhã era servido todos os dias das seis e quarenta às sete e quinze, depois disso, os alunos tinham quinze minutos para terminarem de se arrumar ou fazer suas coisas antes de irem para a aula, que começava as sete e meia em ponto, e atrasos eram intoleráveis em Sant Belard. Ao meio dia se iniciava o almoço, onde era servido até às doze e trinta. As cinco, o refeitório servia um pequeno chá da tarde, até às seis, e por fim, das oito da noite até às nove e meia, o jantar, sempre servidos gratuitamente pelo refeitório, mas se algum aluno quisesse algo diferente do cardápio era só ir até a lanchonete, onde são vendidos lanches, snacks e bebidas o dia todo.

Os três garotos passaram pelo campus voando, chegando no refeitório em cima da hora. Pegaram o que sobrou, sem prestar muita atenção e sentaram em uma das muitas mesas vazias. Mal comeram, estavam apenas engolindo para não morrer de fome, então, saíram correndo mais uma vez, agora em direção a sala de aula.

— Oi, tudo bem? — Krys sorriu, mas o garoto escolheu a pessoa errada para pedir as informações que precisava.

— O que que foi hein? — Joalin respondeu grossa, de braços cruzados.

— Calma aí senhora estresse, eu só queria uma ajuda. Mal educada. — ele disse enquanto cruzava seus braços também.

— E o que é que você quer? Diz de uma vez, não tenho todo tempo do mundo pra você.

— Olha só madame grosseria, eu não fui sem educação com você até agora, então segura a sua onda aí. Teria como, em nome de Kylie Jenner, dona do mundo, você me dizer quando começam as atividades extracurriculares?

— Provavelmente na semana que vem, mas vão avisar tudo, não se preocupe. Mais alguma coisa?

— Não querida, muitíssimo obrigado. — ele se virou e caminhou na direção oposta a garota.

Joalin revirou os olhos e respirou fundo.

— O que foi que acabou de acontecer aqui? — sussurrou para si mesma. Balançou a cabeça e voltou seu caminho até o armário.

...

— Certo, já me decidi, eu vou fazer dança, música e teatro. — Sofya disse enquanto sorria e se sentava ao lado de Hina.

— Bom, já que você vai fazer tudo isso eu vou te acompanhar. Quem sabe eu não tenha uma carreira promissora no teatro? — Hina deu risada e abraçou a amiga de lado.

— Você seria uma ótima Julieta, ou... Na verdade eu não conheço muitos personagens de peças.

— E você Sabi, já resolveu o que vai fazer?

Sabina até abriu a boca para falar, mas foi interrompida.

— Vocês acreditam que um desses meninos veio falar comigo e ainda por cima me chamou de mal educada? — Joalin bateu sua bandeja na mesa. — Eu odeio cada um deles.

— Quer dizer que um dos garotos teve a coragem de enfrentar Joalin Loukamaa? Que audácia. — Sabina falava de forma irônica enquanto cutucava seu macarrão.

— Quem foi o corajoso?

— Aquele japonês ali. Ele não sabe onde se meteu. — a loira cruzou os braços.

— Meninos, eu tive uma ideia. — Krys tinha olhos maldosos.

— E qual seria a sua ideia? — Noah dizia de boca cheia.

— Para de ser nojento cara. — Josh revirou os olhos.

— Vai, levantem, hoje nos vamos sentar em um lugar diferente. — o chinês jogou seus cabelos imaginários e caminhou até a mesa de Joalin.

Ele empurrou levemente a menina e se sentou. Tinha os olhos banhados em deboche, enquanto ela parecia estar prestes a explodir.

— O que é que vocês estão fazendo aqui? — ela disse soltando seu garfo.

— O que parece que eu estou fazendo, querida? Eu estou almoçando. — ele era cada vez mais sarcástico.

— E com tantos lugares vazios você resolveu se sentar aqui?

— Desculpa, não vi seu nome na mesa, isso significa que não é sua, né? — ela não respondeu. — Foi exatamente o que eu pensei.

A menina tinha os olhos negros de tanta raiva, tão estressada que mal percebeu a presença dos outros meninos, nem de mais ninguém, eram só eles dois ali naquele momento. O garoto por sua vez não estava nem aí, Joalin não era dona de tudo, não era a dona da escola, ela não pode fazer o que quiser.

Ainda brava, ela pensava em alguma coisa que pudesse atingir o garoto, ela olhava discretamente para os lados, mas não parecia ter nada por ali. Quando seus olhos cruzaram com o de Josh, ela sorriu, um sorriso maléfico. Com o auxílio de seu garfo, Joalin "acidentalmente" derrubou uma das almôndegas de seu prato no colo de Krystian, que deu um pulo, assustado.

— Caramba, puxa vida... Como eu sou desastrada. — ela tinha uma das sobrancelhas arqueada e as mãos na boca.

— AMADA? — Krystian suava de tanta raiva.

E em um movimento tão rápido quando o da garota, ele empurrou almôndegas e um pouco de macarrão na saia e nas meias da menina.

— Você perdeu a noção, garoto? Ficou maluco?

— Nossa... Eu sou tão desajeitado, não? — Krystian falou enquanto imitava a menina.

Joalin por sua vez, arremessou o prato inteiro no blazer dele, deixando o menino maluco. Pegou o seu copo de refrigerante e derramou todo o líquido em cima do cabelo da menina. Ela deu um berro tão alto que o refeitório inteiro parou de comer e voltaram sua atenção para os dois ali de pé.

— Não se preocupe, princesa, eu só tomo refrigerante diet. — Krys disse passando o dedo no rosto melecado da loira e levou o mesmo a boca, com o sorriso mais irônico e vitorioso que ela já tinha visto.

— GUERRA DE COMIDA! — um dos garotos gritou, jogando comida para os lados, mas as meninas simplesmente o ignoraram, olhando para ele com reprovação. — Tudo bem, sem guerra de comida então. — ele suspirou, chateado.

— LOUKAMAA, WANG E PRESTER, NA MINHA SALA, AGORA MESMO! — e lá estava a diretora Elisa, furiosa, gritando com os três.

Sant Belard - Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora