Capítulo Doze - A Melhor

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Joalin olhava para o seu reflexo, ensaiando a oitava coreografia para sua apresentação. Irritada, ela puxava os cabelos e batia os pés no chão. Heyoon olhava ela de longe, escondida atrás da porta, em silêncio, enquanto ouvia a musica e o som que o tênis de Joalin fazia com o piso de madeira.

— Você é estúpida... Estúpida! — ela bateu sua cabeça contra uma das paredes, fazendo um som alto.

— Joalin! — Heyoon entrou na sala, assustada.

A garota loira tinha um fio vermelho vivo escorrendo com sua testa, junto a lágrimas, rolando por suas bochechas.

— Pro-professora... — ela disse entre os soluços. — Desculpa, não quis atra...palhar. Já vou indo. — a menina pegou sua bolsa rapidamente.

— O que está acontecendo com você...? — Heyoon pegou um lenço que estava em cima se sua mesa e foi até Joalin, limpando o sangue.

— Eu... Eu não sei. — a loira caiu em lágrimas e soluços altos.

— Você não é estúpida, Jo.

— Claro que sou, meus pais fazem de tudo por mim, tudo mesmo, e a única coisa que posso fazer é ser boa na escola, ser a melhor, mas as vezes é muito difícil.

— Eu sei, eu sei, mas você não pode se punir por não ser a melhor em tudo, ninguém é perfeito.

Secando suas lágrimas, a loira deu um sorriso triste para a professora.

— Eu tenho certeza de que seus pais não vão te odiar se você tirar um sete ou oito, tenho certeza que não vão deixar de te amar se você estregar a segunda ou terceira melhor apresentação sa escola.

— Mas eu me sinto na obrigação de dar isso a eles. Tenho que ser a filha perfeita.

— Jo, te disse, ninguém é perfeito, você não pode querer ser algo que não é.

— Acho que você não entende, Heyoon.

— Talvez não seja a mesma situação, mas acho que entendo sim. Sabe, a Coréia é um país muito competitivo, lá você só tem duas opções, ou é incrível, ou não é nada, ninguém. Temos que nos destacar de alguma forma, ser incrível de alguma forma, mas temos que conhecer os nossos limites e não cobrar tanto assim de si.

Ainda com um sorriso triste e cansado, Joalin balançou a cabeça afirmativamente. Heyoon abraçou a menina, deixando que as bochechas dela molhassem sua camiseta.

— Obrigada Heyoon.

— Espero que você fique bem, Jo. Fale com um profissional, um psicólogo pode te ajudar bastante.

— Claro.

— Josh! Que bom que te encontrei! — Noah parecia um pouco conturbado. — A gente precisa conversar. Agora.

— Vai com calma Noah, assim vai arrancar meu braço fora. — ele deu risada, acariciando o braço. — Já pode dizer.

— Será que podemos ir até um lugar um pouco mais calmo? Tem muita gente aqui, eu não quero que nenhuma alma viva escute o que vou te dizer. É sério.

— Tudo bem, pra onde quer ir?

— Pode ser ali, vem.

Noah agarrou o braço do menino mais uma vez, o arrastando até um lugar mais vazio do campus, checando todos os lados para ter certeza de que não tinha ninguém por ali.

— Vamos Noah, diz de uma vez.

— Você tem que prometer... Não, você tem que jurar Josh, tem que jurar que isso nunca vai sair daqui, essa conversa vai ter início e fim aqui, nem nasceu e já morreu, deu pra entender?

— Meu Deus do céu Noah, eu não acredito que você matou alguém... Eu não sou bom em cavar, mas talvez eu possa te ajudar a esconder o corpo.

— O que? Josh, não, eu não sou um assassino, não tem corpo.

— Graças ao meu bom Deus. — Josh sorriu, aliviado. — Mas e então, fala o que aconteceu.

— Na noite passada, eu saí do quarto pra comer alguma coisa, eu estava morrendo de fome, estava escuro, mas eu acabei encontrando uma garota, e bom, eu beijei ela, Josh.

— Nossa, isso foi um pouco mais rápido do que eu imaginei. Mas espera aí, qual é o problema de beijar uma garota? Por que tantos rodeios e segredos, Noah? Nós não tínhamos combinado de vir para cá por isso? Garotas? Você não deveria estar feliz? Sabe, eu tinha certeza de que eu seria o primeiro a arrasar os corações das meninas, mas tudo bem. Enfim, quem foi a maluca que teve toda essa coragem de beijar a sua boca de bueiro?

— Caralho Josh, você não tá me entendendo, o problema não é beijar uma garota, o problema é a garota.

— O que tem? Ela beijava mal?

— Pelo amor de Deus, Josh, eu beijei a Sina, lembra? A monitora da escola!

— Puta que pariu viu Noah, a gente tá numa escola com pelo menos mil meninas e cem meninos, e você jura, você jura que foi beijar justo a monitora?

— É aniversário dela, eu a encontrei de madrugada. Estava com fome e queria comer alguma coisa, mas eu escutei ela chorando e eu fui perguntar o que tinha acontecido... ela mora na Alemanha, largou o país, família, amigos, tudo, largou tudo e veio pra cá. Eu quis ser legal e levei ela pra ver as estrelas, falando coisas bonitas pra ela, e como recompensa, ela me fez um sanduíche, e quando eu me toquei, já estava beijando ela. — Noah dizia tudo com muita rapidez, forçando todas aquelas informações em cima de Josh.

— Vamos devagar, Noah, deixa eu ver se entendi o que você me disse. Certo, é aniversário da Sina e ela estava triste, chorando por corredores, você fez uma coisa boa, tentando animar ela, e em troca, ganhou um lanchinho, depois, você beijou ela?

— Basicamente, foi quase isso. Agora para de me julgar.

— Não tô te julgando cara, só é uma coisa estranha.

— Não sei mais o que fazer. Não sei se ignoro ela, se posso olhar nos olhos dela, se ela quer falar comigo...

— Eu, particularmente, acho que ia ser legal se você fosse falar com ela, esclarecer as coisas. Sei lá.

Bailey tinha os olhos grudados na garota, vendo seus movimentos. O jeito que ela segurava o lápis, a letra dela, como seus traços pareciam tão leves no papel. Teve que fechar a boca para não acabar suspirando quando Any tocou seu braço.

— Toma cuidado pra você não acabar babando. — ela falou baixo.

— E por que eu iria babar? — Bailey se arrumou em sua cadeira, fingindo não entender do que Any falava.

— Eu sabia Bailey, sabia que você estava de olho nela, a minha intuição nunca falha. O que me resta entender é : Por que você está agindo como se não se importasse? Como se não estivesse interessado?

— Você deve estar doida, Any.

— É mesmo? Mas eu acho que ela também gosta de você.

— Sério?

— Então você admite que gosta dela?

— Any, eu estou na escola a duas semanas, no máximo, não tem como eu saber se gosto de alguém em tão pouco tempo. — ele sacudiu seu lápis.

— Não sei não Bailey, uma vez eu li que leva sete segundos para nos apaixonarmos, o que resta saber é, quanto tempo demora para admitir isso? — a menina levantou uma das sobrancelhas antes de ouvir o sinal tocar.



*E Vamos de quarentena mores. Vou tentar postar dia sim dia não pra vocês terem o que fazer, então ajuda a tia de da uma estrelinha, deixa um comentário pra eu ficar felizzz*

Sant Belard - Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora