7

1.6K 223 40
                                    

Fui acordado por um estrondo vindo da cozinha, levantei depressa e andei calmamente sem fazer ruídos até o local do barulho, seja lá o que estivesse fazendo tanto alarde o balcão cobria, a geladeira estava aberta e alguns condimentos se encontravam espalhados pelo chão. Instintivamente fiz as garras aparecerem e fiquei em posição de defesa, agucei os sentidos, ouvi um coração bater rápido, mas o cheiro me fez relaxar. Me aproximei do balcão e encontrei Katsuki jogado no chão com uma vasilha de macarrão em mãos, a cena era muito hilária, mas me controlei para não cair na gargalhada.

- Por que você tá comendo aí no chão feito um animalzinho de estimação? - Perguntei anunciando minha presença.

- Porque eu tô de ressaca e não tem nada nessa casa além desse macarrão. - Ele respondeu de boca cheia, meio nojento.

- Divide comigo? - Perguntei já pegando um garfo na gaveta de talheres e sentando ao seu lado.

- Tanto faz.

Ele me passou a vasilha e peguei uma boa quantidade da comida, estava gelado e sem gosto, a geladeira aberta estava me incomodando, então deslizei um pouco pra frente e dei um chute de leve na porta para fechá-la. Virei para pedir mais e vi que ele encarava o macarrão de um modo quase hipnótico, então fiz a pergunta que mais destava na vida:

- Você tá legal? - Continuei encarando seu rosto para ver as mudanças de expressão, mas ele não demonstrava nada.

- Desculpa por mais cedo. - Por essa eu não esperava, Katsuki mexia distraidamente no macarrão enquanto parecia pensar em algo.

- Sem problemas, você estava bêbado. - Álcool era uma explicação melhor do que meu amadurecimento.

"Ei Katsuki, sem problemas você ter me beijado, é que eu sou um vârcolac, você deve conhecer como lobisomem. Então, eu tô passando por um processo de amadurecimento, você deve conhecer como puberdade, aí meus hormônios ficam descontrolados e as pessoas se sentem atraídas sexualmente por mim nessa fase. Não foi sua intenção ter feito aquilo, relaxa"

Pensei na hipótese de contar a verdade, mas aí as perguntas seriam intermináveis e esse estresse eu não queria passar. Ficamos sentados em silêncio por um tempo, ele tinha largado a comida e agora encarava o teto, analisei seu rosto, maxilar bem definido, nariz fino, olhar marcante, tanto por sua cor rubra quanto pela intensidade; lembrei de como ele me olhava na sala da casa de Mina, era intenso e cheio de desejo. Desci o olhar para sua boca, lábios bem desenhados e rosados, lembrei da sensação de beijá-lo, foi incrível, sua boca encaixava perfeitamente na minha transmitindo necessidade e sensualidade. Olhei sua cabeleireira loira bagunçada e senti um desejo imenso de acariciá-lo, enterrar meu rosto em seu cabelo e sentir o cheiro doce de caramelo que parecia emanar de todos os pontos daquele corpo proibido.

- Você não tá ajudando. - Percebi que ele estava me encarando, voltei a atenção para seus olhos, dava para ver perfeitamente a intenção por trás daquela máscara de imparcialidade.

Não me aguentei mais, subi nele o beijando com voracidade, demorou alguns segundos para ele retribuir, senti sua mão na minha nuca me puxando mais para perto e a outra em minha cintura, prendendo meu corpo ao seu. Seu gosto e cheiro doce me deixavam descontrolado, ansiando por seu toque, saboreá-lo era o que eu mais queria fazer nesses últimos dias. Suas mãos passeavam por todo meu corpo, apertando minha bunda e minhas coxas, desci os beijos da boca para o pescoço, demorei ali sentindo o aroma suave do caramelo. Fiquei montado nele observando aquela linda imagem, seu lábios e bochechas vermelhos, o pescoço marcado pelas mordidas e chupões que deixei, sua expressão de tesão e luxúria, Katsuki nunca estivera tão bonito como naquele momento.

DeclínioOnde histórias criam vida. Descubra agora