Antes de começar o capítulo, quero me explicar pra vocês. Esse tempo que fiquei sem escrever nada foi pq eu tava passando por uma crise pessoal, mas já estou melhorando. Fiquei bem surpresa e feliz pelos comentários, votos e visualizações dessa história. Bom... é isso, aproveitem!
Acordar com Katsuki em meus braços pareceu surreal, fiquei olhando seu rosto sereno por um tempo e sorrindo feito bobo. Senti um incômodo na omoplata e lembrei que estávamos no chão da cozinha, me desfiz do abraço caloroso dele devagar e levantei sentindo meu corpo reclamar pelo esforço. Fui andando até o banheiro alongando as costa e escutando os estalos das vértebras, olhei meu reflexo no espelho e percebi que a cor dos meu olhos estavam mais vibrantes, respirei fundo e fui tomar um banho gelado. Quando entrei debaixo do chuveiro senti meu antebraço coçar e arder um pouco, passei a mão por cima de uma manchinha vermelha, não estava incomodando tanto, era quase como uma picada de inseto, ignorei e terminei o banho. Saí do banheiro com uma toalha ao redor da cintura e outra enxugando o cabelo, olhei para cozinha e não vi mais Bakugo deitado, meu coração errou uma batida e o pelos da nuca ficaram eriçados.
- Katsuki? - Chamei com um leve tom de pânico na voz.
Vi a porta do quarto dele ser aberta e uma pessoa mal humorada, de cabelos bagunçados e olhos inchados de sono me encarar do pés à cabeça; vestia apenas uma calça moletom e não consegui evitar olhar seu corpo. Ele estalou a língua e arqueou uma sobrancelha, se encostou no batente da porta e cruzou os braços.
- Isso é pra testar minha resistência? - Fiquei um tempo olhando pra ele com uma expressão confusa, até que me dei conta de como estava.
- Oh, desculpe. Já volto.
Entrei no meu quarto sentindo o rosto quente, pisquei algumas vezes tentando me recompor e fui me vestir. Peguei qualquer roupa que encontrei pela frente e fui preparar alguma coisa para comer, Katsuki ainda estava no quarto e resolvi não incomodar; fiz o café e pus a mesa. Fui pegar uma jarra de água na geladeira, passei pelo local que a gente transou na noite anterior e senti um calafrio percorrer meu corpo, meu rosto esquentou muito, virei para pegar a água e esconder meu rubor. Katsuki saiu do quarto assim que sentei na cadeira, ele ainda estava com a mesma calça e o cabelo bagunçado. Ele parou no vão entre a cozinha e a sala olhando na direção de onde dormimos noite passada, percebi que estava pensando sobre ontem e inclinei a cabeça um pouco pra esquerda enquanto o observava.
- Não me olhe feito um cachorrinho. - Ele disse vindo sentar-se na outra cadeira. Continuei atento a seus movimentos, analisando cada gesto... Cada alteração química da pele... Cada veia... Limpei a garganta e desviei o olhar.
- Então... - Chamei sua atenção e senti os olhos vermelhos pararem de prestar atenção na torrada e se fixarem em mim. - Amanhã é segunda.
- Sério? Se você não tivesse dito, eu não saberia. - Revirei os olhos percebendo a ironia em sua fala.
- Não, idiota. Estou dizendo que amanhã tem aula, não sei se você ainda quer que todo mundo pense que não nos conhecemos. - Encarei seus olhos, ficamos presos num embate de autoridade. Eu estava acostumado a ser alfa e ter os olhares desviados de mim ou abaixados quando eu encarava.
- Não é porque nós transamos no chão da cozinha que somos um casal. - Senti o peito doer, mas sempre fui bom em disfarçar emoções. Sorri de lado ainda sustentando o olhar de Katsuki.
- Não, não somos. - Ele franziu o cenho e abaixou o olhar para o prato. Ganhei.
- O que tem de errado com você?
- Como assim? - Perguntei distraído com as migalhas do pão que eu tinha comido.
- Seus olhos estão mais verdes que o normal e seus dentes... - Passei a língua por cada dente tentando detectar alguma mudança, encolhi a língua e cerrei os lábios ao notar as presas mais pontudas e afiadas.