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pov Katsuki

A corretora tinha acabado de me entregar as chaves do apartamento novo, ela disse que o outro inquilino já estava lá, só esperava não ter que encontra-lo tão cedo. Dividir moradia com um estranho não era o primeiro plano, mas já ter saído da casa do meus pais era um alívio. Não aceitava mais ser tratado como o pior da escória apenas por ser um pouco diferente, e daí se meu suor cheirava a doce e que meu temperamento era impossível de se lidar? Pelo menos não trataria um filho como fui tratado.

Fui abrindo as portas para ver onde seria meu quarto e me deparei com o outro só de toalha e com cara de poucos amigos, ele era o homem mais bonito que eu já havia visto na vida e só. De. Toalha. Fiquei parado na porta encarando-o até que ele mesmo bateu a aporta na minha cara. Permaneci parado por um tempo na soleira da porta olhando a madeira e engoli em seco, seria um longa estadia. Me instalei melhor no quarto que sobrou e fui tomar um banho, ao me olhar no espelho estranhei a cor mais vibrante que meus olhos aparentavam, outra anormalidade: olhos vermelhos. Os médicos disseram que se tratava de uma condição genética rara e que apenas 0,1% da população poderia desenvolver, acho que tive sorte.

O dia passou e nada do outro aparecer, provavelmente estava morto na cama ou apenas me ignorando, que recepção amorosa. Pedi comida, pois ainda não tinha nada na casa, jantei assistindo TV, coisa que nunca pude fazer na vida, era bom. Desliguei tudo depois de um tempo e fui dormir pensando no porque daquele garoto não ter saído uma única vez desde que cheguei e porque ele tinha tapado o nariz? Eu nem estava suado, achei melhor deixar pra lá e virei na cama para dormir.

***

Um puta de um monstro! Ele era um lobo... lobisomem... alguma coisa e estava desmaiado aos meus pés. Senti um energia forte passar por meu corpo quando ele iria me atacar e de repente caiu desacordado na minha frente. Eu estava congelado no mesmo lugar e já havia se passado bastante tempo, respirei fundo e cutuquei seu corpo com a ponta do pé. Nada. Ele começou a mudar, mudar para a forma humana e achei aquilo incrível, me abaixei e olhei melhor seu rosto... inofensivo. Seria estranho deixa-lo ali para que acordasse deitado no chão frio e duro, arrastei seu corpo pesado de volta para a cama e o deixei lá, voltei para olhar melhor o estrago na cozinha e quase vomitei ao ver os pedaços de carne no chão. Resolvi ir até um mercadinho 24h para comprar mais carne e joguei aquele resto semi-mastigado fora. Só depois me dei conta de que estava morando com um ser mítico e que provavelmente eu iria morrer.

***

Merda! Eu perdi o controle e o beijei na festa daquela menina, ele correu de mim e permaneci no banheiro encarando meu reflexo no espelho, mas que ideia de idiota, beijar o monstro e correr riscos, mas era algo que não sabia explicar. Meu corpo se sentia atraído por ele e minha mente não parava de pensar em como os lábios dele eram macios e quentes. Olhei meus olhos no espelho e puder ver, por um intervalo de tempo, um brilho estranho avermelhado, mas eu estava bêbado e era melhor voltar pra casa.

***

Ele saiu correndo depois de quase ter me fodido no chão da cozinha, eu não estava bem, meu estômago deu voltas e tentei levantar do chão. O esforço de deixou enjoado e corri para o banheiro, vomitei tudo o que tinha comido daquele macarrão e mais um pouco, dei descarga, lavei o rosto e olhei meu reflexo no espelho. Meus olhos estavam brilhando! Mas que porra é essa? Esfreguei o olhos, joguei água, mas nada ajudou, continuava brilhando e senti uma forte dor de cabeça, pensei ser efeito do álcool e fui para o quarto, me joguei na cama e desmaiei.

***

Lembro pouco do atentado, mas tenho consciência de ter sido carregado por Izuku e ter sido colocado numa cama macia.

DeclínioOnde histórias criam vida. Descubra agora