Ver Dabi parado na soleira da porta trouxe inúmeras lembranças da minha antiga vida, mas algo estava diferente, eu costumava sentir como se labaredas percorressem meu corpo quando aqueles olhos encontravam os meus, naquele momento eu não sentia nada. Me senti vazio por não nutrir mais aquele amor tão doce e verdadeiro que eu conhecia como meu próprio lobo, mas nem isso eu reconheço mais. As transformações estavam mais grotescas, mais animalescas, eu não era mais o mesmo, Deku e Dabi não existiam mais. Segundos se passaram desde a chegada abrupta dele até o abraço apertado que fui envolvido, meus braços demoraram para retribuir o gesto. Me permiti tentar sentir alguma coisa com seu toque, mas não senti nada; eu não sentia seu cheiro, aquele cheiro floral maravilhoso havia sido substituído pelo cheiro habitual do sangue de lobo.
- Eu não acredito, você tá vivo! - Ele sussurrou em meu ouvido enquanto aprofundava ainda mais o abraço. - Eu sabia! No fundo, eu sabia.
O momento seguinte fora horrível, ele se afastou um pouco, mas manteve suas mãos em minha cintura e seu rosto a poucos centímetros dos meus. Eu sentia sua respiração fazendo cócegas em meus lábios, a dor da saudade estampada descaradamente naquele olhar turquesa me deixava nauseado; o toque da sua boca na minha enviou uma onda de choque dolorosa por todo o meu corpo. A marca ardia e queimava intensamente, joguei Dabi para longe com um empurrão, ele me encarava surpreso e então desviou o olhar para Katsuki. O loiro parecia ter sentindo o mesmo choque que eu, ele apertava a camisa na altura do peito e respirava com dificuldade, Dabi retorceu a boca com nojo e toda sua melancolia foi substituída pela raiva.
- Ah, entendo. - Ele cuspiu aquelas palavras como veneno. - Todos esses anos, você estava se divertindo enquanto eu me afundava mais e mais. - Uma sombra recaiu sob seu rosto, o deixando com aspecto cansado e assustador. - Você some, faz todo mundo acreditar que foi morto e volta depois de anos com um străin.
- Não, Dabi. Deixa eu explicar. - Eu segurava o braço marcado com força, ainda sentia o ardor na pele.
- Eu não quero ouvir nada de você. - Então ele saiu batendo a porta com força e eu fiquei parado processando o que acabara de acontecer.
- Do que aquele maldito me chamou? - Senti a raiva de Katsuki crescendo através da marca.
- Agora não, Bakugo. - Minha paciência estava esgotando, aguentei muitos chiliques em um curto espaço de tempo. - Vai dormir.
- Escuta aqui seu verme, eu não fui arrastado pra essa merda toda pra um churrasco ambulante me chamar do que bem entender. - A ira dele atiçava meu lobo, seu cheiro estava ficando sufocante. - Eu aceitei largar toda minha vida, vir pra outro país, entrar na porra de uma floresta e ficar nesse lixo que você chama de casa, mas eu não aceitei ser tratado como um parasita, um fungo.
Ele se aproximou de mim lentamente enquanto vomitava insultos sem dar uma pausa para respirar, o ar a nossa volta estava pesado por estarmos exaltados e com a temperatura corporal alta. A tensão logo foi sendo substituída por um desejo sexual forte, puxei Katsuki pela gola da camisa para um beijo nada delicado, nossas línguas disputavam o controle; eu segurava sua nuca com força demais, ele apertava minha bunda com a mesma intensidade. Senti minha virilha latejar implorando para ser tocada, puxei os cabelos loiros rápido, mas sem colocar muita força, e o fiz olhar pra mim. Seus lábios estavam vermelhos e inchados, o rosto corado e um olhar malicioso. O coloquei de joelhos ainda segurando seus cabelos, ele então retirou meu membro e senti um tipo de prazer que eu não sabia que era capaz de sentir. O toque macio dos lábios de Katsuki deixavam minha mente enevoada, nada mais existia além da sensação maravilhosa que seu toque transmitia.
Estava tão imerso no prazer que não notei quando ele me puxou para baixo, me fazendo ficar por cima, nossos narizes estavam tão próximos que eu podia sentir sua respiração quente e entrecortada. Senti suas penas laçarem minha cintura, passei uma mão por seu abdômen e apertei seu mamilo, o prazer que Katsuki sentia era transmito para mim pela marca, aquilo era divino. Beijei seu pescoço e dei algumas mordidas apenas para sentir um pouco mais de tudo em dobro, eu poderia atingir o ápice só com aquelas carícias, mas meu corpo não iria se contentar apenas com isso, eu ansiava por contato carnal. Enganchei o dedo indicador na barra da calça dele e retirei devagar, a impaciência em seus movimentos era excitante, provocar Bakugo era excitante. O deixei completamente nu da cintura para baixo, seu membro pulsava em contato com minha mão, mas eu não iria dar aquilo para ele, eu não tinha nenhuma intenção em ser delicado e cuidadoso naquele momento.
Levantei com Katsuki em meu colo, o coloquei no chão e virei seu corpo de costas, eu estava apoiando uma mão na parede enquanto a outra estava na boca dele. Depois de lubrificar meus dedos, introduzi um e depois o outro, ele gemeu um pouco em desconforto, mas depois se acostumou. Separei suas pernas e posicionei meu pênis em sua entrada, Katsuki soltou um grunhido de dor, não esperei ele se acostumar, iniciei as estocadas e ele gemia de dor, mas logo a onda dupla de prazer me atingiu. Eu sabia que ele deveria estar sentindo o mesmo, ou não teria apertado minha bunda para eu intensificar os movimentos. A sensação fez parecer que eu estava sob efeito de alguma droga, ele agarrou meu pescoço e encostou minha boca em sua nuca, eu estava extremamente sensível a cada toque dele, quando senti minha cabeça sendo puxado e meu lábios encostarem em seu pescoço quase esqueci o que deveria fazer. Dei um selinho rápido e senti um calafrio percorrer Katsuki, os únicos sons na cabana eram dos nossos corpos se chocando, das respirações rápidas e ofegantes e os gemidos que nenhum dos dois conseguiam controlar.
Katsuki logo atingiu o ápice e senti seu corpo amolecer contra o meu, o acompanhei poucos segundos depois, estávamos cansados e atordoados, não conseguíamos formular uma frase coerente.
- Izuku... - Ele disse se desvencilhando de mim. - Eu não queria... Agi sem pensar... As palavras... Desculpa.
Acenei com a cabeça positivamente, o efeito dele ainda me atingia, ele já havia vestido a cueca de volta quando o puxei para o quarto e o deitei na cama. O beijei novamente, dessa vez não brigávamos para tomar o controle do ato, apenas aproveitamos a sensação que o toque transmitia para nós. Deitei ao seu lado e o puxei para perto, ele deitou a cabeça em meu peito e ficamos assim por um tempo, em silêncio. Logo senti os batimentos de Katsuki suavizarem e sua respiração ficar ritmada, olhei ele dormir por alguns minutos. Acabei pensando se aquela paixão que eu estava sentindo começou antes ou depois de ser marcado, essa ideia martelava em minha cabeça desde que descobri sobre isso.
- Se todas as transas forem assim, eu nunca mais vou acordar. - Falei entre bocejos, a exaustão recaiu sob mim como uma ressaca fudida. Olhei mais uma vez o loiro adormecido em meu peito, dei um sorriso de lado e disse: - Boa noite, Kacchan.
Inhaaaiiiii meu povo, o capítulo tá meio pequeno pq estou com bloqueio criativo 😭, mas espero que gostem. Não sei se tinha ficado claro no capítulo anterior, mas o sábado era esse kkkkkkkkk. É isto darlings, até semana que vem ✌️😘
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