Dante bate duas vezes na porta e lá dentro escutamos uma voz grossa e muito firme.
- Entre.
Entramos o homem de pele escura e cabelos grisalhos está em sua mesa sobre uma pilha de papel que olha com atenção.
- Com licença._ Falo com a voz baixa de tanto nervosismo.
O homem levanta a cabeça nos olhando, ele se levanta dando a volta pela sua mesa, não consigo deixar de notar como é alto e apesar de já está provavelmente na faixa dos 50 anos seu corpo e atléticos e sua áurea transmite juventude. Ele estende a mão em um cumprimento primeiro a Dante e depois a mim.
- Sente-se. _ Ele fala indicando as cadeiras a sua frente.
Ele retorna ao seu lugar cruzando as mãos em cima da mesa enquanto nos olham.
- Então em que posso ajudá-los ? _ Pergunta.
Fico muda alguns segundos, Dante olha pra mim como incentivo para que eu fale.
- O senhor cuidou do caso dos meu pais alguns anos atrás, gostaria de saber o que você se lembra. _ Falo com as voz trêmula.
- Assim que me disseram seu nome eu reconheci, família Swan naquele época eu era detetive ainda, um duplo suicídio. Esse caso foi bem especial ainda mais por se tratar de uma família tão querida pela comunidade. O que você quer saber minha jovem ?
- Tudo que o senhor se lembre e importante._ Falo fitando seus olhos.
Ele toma fôlego e começa. - Naquela noite eu recebi o chamado pela equipe de patrulha que já estava no local. Disseram apenas que havia duais pessoas mortas, eu segui para o endereço sem nenhuma informação concreta. Quando cheguei lá a rua estava cheia de curiosos que se agrupavam para olhar e já havia alguns repórteres no local. Os policiais disseram que havia uma criança que tinha sido levada ao hospital. Quando entrei na casa fui direto ao quarto aonde havia os corpos os peritos estavam no local coletando evidências para que os corpos pudessem ser liberados e levados ao IML. A cena está em minha cabeça até hoje a mulher no chão e o homem sentado na cadeira pareciam que tinha explodido de dentro pra fora um coisa horrível. Lembro de ficar alguns minutos olhando até o perito se aproximar me explicando tudo que sabia. Um homem e uma mulher ambos casados com uma filhinha de sete anos e que essa menina tinha encontrado os corpos dos pais, a casa não tinha sinais de arrombamento e tudo indicava um duplo suicidio ambos tomaram uma substância que agora não me recordo o nome mais que mesmo com pouca ingestão já pode matar além de ser claramente proibida sua circulação.
- E só disso que o senhor se lembra ? E importante pra mim saber de tudo. _ Falo mordendo os lábios inferiores, ouvir ele falar aquelas coisas me trás lembranças dolorosas.
- No início das investigações eu tratei como homicídio. _ Ele fala se encostando na cadeira.
Minha cabeça latejava mais que o normal. - O que ? Como assim homicídio?
- Sim homicídio, as circunstâncias eram estranhas. _ O homem diz tranquilamente.
- Como assim estranhas ? _ Dante pergunta.
- Pra começar a posição dos corpos eles eram um casal o mais correto eram estarem juntos, claro que só isso não se sustentou eles podiam está passando por problemas conjugais, porém segundo o legista a mulher morreu primeiro isso quer dizer que o homem ficou olhando sua esposa morrer ? O que havia acontecido nesse meio tempo ? Porém não foi encontrado nem uma digital diferente das da família na casa, logo depois recebemos alguns exames da filha. Ele aponta para mim, e continua ... - do hospital acharam uma substância no seu organismo em pequena quantidade usados para dopar uma pessoa. As câmeras não mostram nada e os vizinhos garantiram que ninguém entrou ou saiu da casa. Depois de algumas semanas e a pressão popular eu encerrei o caso como suicidio.
- Porque fechou o caso como suicidio se acreditava no início que era homicídio ? _ Dante pergunta, eu apenas permaneço muda digerindo todo aquele absurdo.
- Porque não tinha provas para sustentar mais a investigação como assassinato, mais tinha prova como suicidio eles mesmos segundo o legista ingeriram o líquido os dedos estavam completamente no osso por causa do ácido. Concluímos que a mulher se matou e depois que o marido viu seu corpo se matou também.
- Mais porque eles drogaram a filha ?_ Dante fala parecendo indignado.
- Para que a filha não visse ou escutasse qualquer discussão deles, eles estavam com problemas.
- Problemas? _ E a minha vez de perguntar, eu nunca se quer vir meus pais discutirem sobre nada, como isso seria possível ?
- Sim, segundo o que o irmão da vítima nos contou na época. _ O homem se levanta e vai até uma outra mesa no canto. - Vocês aceitam uma água ou café ?
Eu e Dante recusamos o delegado volta com uma xícara de café na mão e se senta novamente.
- Você se lembra quais tipos de problemas eles estavam tendo. _ Dante pergunta.
- Não me lembro ao certo, mais está no depoimento do irmão da vítima. A senhorita está bem ? Parece pálida.
- Eu to bem. _ E tudo que respondo.
- Eu to sem tempo agora mais deixa seu número vou dar uma olhada nos arquivos desse caso e te ligo.
- Muito obrigada pela atenção do senhor. _ falo estendendo a mão para um cumprimento.
- O prazer é meu, você foi muito forte ter passado pelo que passou não é para qualquer um.
- Obrigada. _ Falo.
Saio de sua sala desnorteada procuro uma lata de lixo próxima e vômito todo meu almoço. Descanso as duas mãos na parede com a cabeça apoiada na mesma fecho meus olhos e deixo as lágrimas caírem. Nem percebo que Dante havia ido pegar água e papel.
- Eu sinto muito Bella. Ele fala alisando meus cabelos e me abraçando, encosto a cabeça em seu ombro e ficamos assim por minutos.
Quando voltamos para o carro Dante fala que vai marca com o pessoal na casa da Bruna, mais antes vamos dar uma volta.
Dante para de frente à praia de Copacabana e saímos, andamos até próximo à praia sinto a área fofa nos meus pés. Nos sentamos em silêncio e assistimos ao por do sol. Minha cabeça dói como nunca mais a paz ali acalma um pouco minha alma.
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NUNCA VÁ AO PORÃO (HIATO)
Ficção GeralO QUE EU VOU CONTAR PODE PARECER ABSURDO, MAIS EM MINHA DEFESA CONFIEI NA PESSOA ERRADA. Bella tem um passado obscuro, uma carta anonima leva ela em busca de respostas. Será que ela encontrará a verdade ? O que aconteceu de fato com os seus pais ? Q...