Capítulo 9: conselho de irmã

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Adiantando o capítulo de amanhã porque não vou poder postá-lo no dia certo.
Galera, estou com uma nova história no perfil, vão dar uma olhadinha na sinopse, por favor!
Quem gostar daquele tipo de história, já deixe um voto e adicione à biblioteca, é muito importante. Foge um pouco do padrão do perfil, mas espero que gostem.
Bjinhos e até logo! ;)
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Entro na sala de aula, chateada por não ter encontrado Cobain em lugar algum. Vejo Bonnie sentada logo à frente, então sento-me ao seu lado.

— Você sumiu. — Franze o cenho.

— Eu sei. Estava conversando com James. – Suspiro.

— Aconteceu alguma coisa?

— Na verdade, aconteceu. Terminei com ele. – Olho para seu rosto, a fim de assistir sua reação.

Ela franze o cenho mais uma vez, depois arregala um pouco os olhos.

— Não vai me dizer que terminou por causa do Cobain – sussurra.

Aceno com a cabeça devagar.

— Hope... – arqueia uma sobrancelha. — Você não acha que agiu de forma precipitada?

Mordo o lábio, concordando mentalmente. Pensando bem, acho que sim.

— Só não quero me envolver com alguém sendo namorada de outra pessoa. – Dou de ombros. — De qualquer forma, James e eu ficamos bem como amigos.

— Se você diz... – Inclina a cabeça, entortando um pouco a boca.

Sorrio e viro-me para frente, mas me volto para trás no mesmo instante.

— Bonnie, não conte para ninguém, meus pais precisam pensar que James e eu ainda estamos juntos. – Sou cuidadosa ao pedir.

Ela sorri de forma carinhosa.

— Não se preocupe, eu quero o seu bem. – Então volta a franzir o cenho. — Mas a família de Cobain não possui muito dinheiro? Talvez seus pais achem vantajoso. É horrível dizer isso assim.

— Prefiro não arriscar. – Solto um riso. — Quero manter tudo em segredo, por enquanto.

Minha amiga acena com a cabeça e eu me viro novamente para frente, pois o professor adentra a sala e nos cumprimenta.

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Até o fim das aulas não consegui ver Tristan Cobain em lugar nenhum, então apenas me conformei de que talvez ele tivesse saído mais cedo hoje.

Mordo de leve a ponta da minha caneta preta, lembrando do nosso beijo na praia. A sensação de suas mãos conhecendo meu corpo me invade, fazendo-me arrepiar como naquele dia. Porém, sou obrigada a esquecer quando minha irmã entra no meu quarto.

Ela é tão sutil.

— Com licença, por favor – ironizo.

Vejo-a se deitar na minha cama e pegar meu travesseiro, o abraçando.

— Eu odeio minha vida! – Resmunga.

— Só você? – Levanto uma sobrancelha.

Seus olhos desviam em minha direção, aflitos.

— É sério, Hope, você não imagina o que aconteceu!

— Então me diga. – Levanto-me da cadeira, me aproximando um pouco da cama.

Ela faz um bico engraçado, depois fecha os olhos e choraminga:

— Perdi a virgindade com um cara da faculdade – diz rapidamente, como se doesse dizer isso em voz alta.

Arregalo os olhos, um pouco surpresa. Eu sei da virgindade da minha irmã, que agora não é mais virgem, porém, não pensei que ela fosse me dizer quando fizesse sexo pela primeira vez.

— Hailey, quando isso aconteceu? – Pergunto com cautela, não querendo ser grossa.

— Na verdade, tem algum tempo. Foi dentro de um carro, no banco de trás. – Suspira. — Foi bom, o sexo, mas ele não.

— E quem é ele?

— Antony Cooper, cursa medicina. Tem pais ricos, é bonito, educado, como mamãe gosta – diz, olhando o teto.

— Mas não foi gentil com você. – Afirmo, entendendo o que pode ter acontecido.

— É. Eu mandei mensagem para ele hoje de manhã, mas ele nem mesmo leu.

— Talvez estivesse ocupado com algo, você sabe como é faculdade. – Dou de ombros.

— Não, ele esteve online o tempo inteiro. Antony é o tipo de cara que quer todas as garotas, Hope. O pior de tudo é que consegue, eu fui apenas mais uma.

Respiro fundo e sento-me na beira do colchão, pensando no que dizer.

— Não dê tanta autoridade a ele sobre os seus sentimentos – digo, fazendo-a me olhar. — Nós é quem impomos os limites, Hailey.

— Então por que você deixa nossos pais fazerem você de marionete?

Sua pergunta é como um tapa na minha cara: pesada e dolorida. Engulo em seco, sentindo meu peito apertar e a garganta doer.

— Eu não sei. – Sou sincera. — Talvez seja a vontade de me encaixar na família de vocês, de receber um pouco de afeto.

Minha irmã acena devagar, com os olhos marejados.

— Eu perdi a virgindade com James, e não gostava dele ainda. Nossa primeira vez juntos foi desastrosa, mas melhorou depois. – Mordo o lábio.

— É diferente, vocês são namorados. Antony só queria sexo, conseguiu me enganar.

— E ele te prometeu algo além disso? – Pergunto. — De sexo?

— Não – sussurra. — Mas me tratou como uma rainha antes de irmos para o carro dele. Agora, nem mesmo responde minhas mensagens.

— Hailey, garotos são assim. Não estou dizendo para se acostumar com atitudes como essa, estou apenas te alertando. Tome cuidado, não dê tanto de você para pessoas vazias. Elas vão sugar sua energia e te deixar depois, como se você não passasse de algo incoveniente.

De repente, percebo que é exatamente isso que acontece comigo dentro da minha própria casa, na minha própria família.

— Eu gosto dele – admite. — Gosto muito. Mais do que ele merece.

— Eu entendo. Mas não se submeta a um cara como ele só porque sente algo. Não posso mandar em você, mas estarei aqui para te aconselhar quando precisar.

Ela se senta na cama, e depois de ficar alguns segundos olhando para a parede, me abraça, do nada, como se fizesse isto sempre.

Hailey e eu não somos grudadas como deveríamos, mas gostamos uma da outra. Por mais que ela seja a preferida, não exito em ajudá-la quando precisa, e nunca vou exitar.

IMPERFEITA - VOL IOnde histórias criam vida. Descubra agora