Capítulo 30: primeiro jogo

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Hoje fez exatos cinco dias desde que Cobain e eu não estamos juntos. Não estou como três dias atrás, que só conseguia chorar e me culpar. Ainda me culpo, mas estou melhor.

Descobri que era mais fácil quando eu era apaixonada, mas observava Tristan apenas de longe, agora, sou louca por ele e não posso tê-lo depois de já ter provado como é estar ao seu lado.

Eu poderia enfrentar Felicia, mas não sei até onde ela vai com essa história, não sei como ela pretende sujar a imagem de Donna Cobain, caso eu a desobedeça.

É mais complicado do que parece.

Como James Blackwell está no time do colégio e tem jogo hoje, estou usando uma camisa enorme com o número e nome dele, a seu pedido, é claro.

Na cabeça, uso um boné branco, assim como o par de tênis que calcei.

Em uma mochila pequena, também branca, estou levando coisas como: dinheiro, celular, gloss labial – caso precise retocar –, água e alguns chicletes, apesar da escola disponibilizar em trailers.

Hailey saiu mais cedo para ensaiar a última vez, então não preciso esperar por ela. Por isso, saio de casa sem ver ninguém, sorrindo para o motorista antes de entrar no carro.

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Vejo minhas amigas próximas a uma barraca de pipocas, com três baldes gigantes e azuis, a cor do nosso time.

— Está atrasada, mocinha! – Melissa repreende, empurrando uma das pipocas para mim.

— Eu sei, desculpe. Vamos entrar?

Nós três seguimos para o campo do colégio, onde as arquibancadas já estão cheias. Há mais pessoas do que eu esperava, mas conseguimos um lugar perto das grades, onde dá para assistir perfeitamente.

— Estou tão animada! – Melissa, como sempre, é a mais risonha e pulante.

— Gosto de jogos – comenta, Bonnie, colocando um monte de pipocas na boca.

— Não compramos refrigerante – comento.

— Eu vou buscar! – A loira pula do seu lugar, indo comprar.

As líderes de torcida entram no campo, e aceno para minha irmã quando ela olha em minha direção e sorri.

— Vocês duas parecem próximas. – Bonnie nota.

— Felicia é péssima, acabamos nos aproximando. – Suspiro.

Ela acena, mas sei que não entende, pois sua mãe é incrível. Sua família toda, na verdade.

— Contou para Melissa que você terminou com Cobain?

— Ainda não.

A vimos se aproximando, segurando a mão de Sebastian Morris, que segura duas latas de refrigerante na mão desocupada, assim com ela.

Os dois parecem se dar bem, são ótimos juntos.

— Amiga, você não vai acreditar! – Sorri, quase ofegante, sentando-se entre seu ficante e eu.

— O que aconteceu? – Pego uma das latas de sua mão, abrindo.

— Eu vi os garotos do time, e Cobain estava com eles, todo uniformizado.

IMPERFEITA - VOL IOnde histórias criam vida. Descubra agora