Capítulo 33: às vezes, a mentira é a única saída

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Assim que saímos do espaço onde fica o estúdio do estilista em que estávamos, vejo meu ex namorado encostado no carro de seu pai, com os braços.

Franzo o cenho.

— Eu liguei para ele – diz, Felicia. — Vá, sua irmã e eu vamos para casa. Seja uma boa garota.

A ameaça é explícita em sua voz, olho para minha irmã e sorrio para confortá-la, e então as duas se vão.

— É impressão minha, ou sua mãe está desesperada? – Pergunta, James, enquanto me aproximo dele.

— Para ser sincera, eu não faço ideia do que se passa na cabeça dela. – Beijo sua bochecha.

Ele abre a porta do carro para mim, então entro e espero-o fazer o mesmo.

— O que podemos fazer nesse resto de tarde? – Me olha, esperando por uma resposta.

— Você não tem que fazer nada, James. Podemos apenas dar uma volta e irmos embora.

— Não, eu quero fazer algo com você. Como amigos. – Sorri, ligando o carro.

— Amigos? – Levanto uma sobrancelha.

— É, eu já superei o fato de que você não me quer, estou saindo com uma menina legal.

Hum... Quem?

— June Orson – responde, saindo da vaga.

— Oh, eu me lembro de vê-la na praia há algum tempo. Ela é bonita.

— E muito boa, em todos os sentidos. Ela é como você, me entende e apóia.

Sorrio, tocando seu ombro e fazendo uma carícia.

— Contou para ela sobre nós? – Pergunto.

— Não pude mentir, me desculpe.

— Isso não é um problema, está tudo bem. Você merece alguém que cuide de você, é um cara legal.

— Só legal? – Franze o cenho, me olhando.

Com uma risada, faço com que seu rosto se contorça ainda mais.

— É melhor olhar para frente – sugiro.

Ele revira os olhos, mas faz o que pedi.

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Grrr! Como você é idiota! – Exclamo, jogando o controle para o lado.

Cruzo os braços como uma garotinha birrenta, chateada por perder pela quinta vez em um jogo de corrida no video-game.

— Pensei que eu fosse um cara legal – ironiza.

— Era!

Ele ri, se levantando e desligando sua tevê.

— Não quer passar a noite aqui? – Pergunta, parado em minha frente.

— James... nós não...

— Não viaja – interrompe. — Ainda somos melhores amigos, não é?

Entorto a boca, pensando. Com toda certeza ainda somos melhores amigos, sempre fomos. Dois adolescentes comandados pelos pais como robôs.

— É, nós somos. – Sorrio.

— Você pode colocar uma roupa minha para dormir, eu fico aqui no sofá e você na cama.

IMPERFEITA - VOL IOnde histórias criam vida. Descubra agora