Capítulo 20: adeus, Hope Downey boazinha

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Um pouco mais tarde, Hailey e eu chegamos juntas no colégio, como sempre. Mas diferente das outras vezes, continuo segurando sua mão quando passamos pelo portão. Acho que depois da conversa que tivemos, precisamos uma da outra.

— Eu sei o que preciso fazer para acabar com as ameaças – digo, revelando meus pensamentos.

— Hope...

— Não se preocupe, ela nunca vai saber – interrompo sua fala.

— O que vai fazer?

—  Eu sei que Felicia consegue controlar a todos, principalmente nós duas, mas quero colocar um fim nisso. – Respiro fundo, com medo. — Vou ser a filha que eles sempre quiseram, uma vadia. Não que você seja uma.

Ela sorri, batendo em meu braço.

— Não precisa fazer isso por mim, irmã.

— Eu vou fazer – digo, abrindo meu armário. — Felicia vai se arrepender do que fez com você.

— E com você – lembra.

— E comigo. – Guardo minhas coisas. — Ela não vai ter espaço para nos manipular, porque vamos ser cobras como ela. Tudo bem?

— Não vai ser tão difícil, eu gosto de ser malvada. – Sorri, erguendo uma sobrancelha.

— Eu nunca precisei ser, mas sei muito bem como me vingar daquela vaca.

— Não se esqueça de que ela é nossa mãe, Hope – sussurra.

— E desde quando ela nos considerou como filhas?

Ela olha para algo atrás de mim, depois sorri e diz um "até mais" baixinho.

Franzo o cenho, e quando olho na mesma direção em que ela encarava, vejo Tristan Cobain com uma expressão neutra.

— O que você quer? – Pergunto.

— Vai continuar fazendo isso?

— Isso o quê? – Fecho meu armário, sentindo meu coração bater forte.

— Se afastando. Porra, eu não sabia que você só queria transar e sair fora.

Viro-me para ele e suspiro profundamente.

— Homens fazem isso – digo.

— Então é isso? – Franze o cenho. — Você acha que só porque transamos eu vou te dar um pé na bunda?

— Sinceramente? – Entorto a boca. — Sim.

— Por quê?

Olho para os lados, ninguém parece nos dar atenção, mas mesmo assim movo minha cabeça, gesticulando para ele me seguir.

Caminho até a sala de música, que como em todas as manhãs, está vazia.

Tristan fecha a porta, coloco as mãos nos bolsos do meu sobretudo e mordo o lábio antes dele se aproximar.

— Você se aproximou de mim de repente, e tudo aconteceu tão rápido, eu não sei... não sei o que você quer comigo – desabafo um pouco do que sinto sobre nós dois.

— Eu sei, saímos uma vez, mas isso não quer dizer que quero usar você, não sou esse tipo de cara.

— É esse o problema – sussurro, olhando sua boca tão perto, — eu não sei quem você é, e estou morrendo de medo.

— Deixa eu te mostrar, então. – Toca meu rosto e chega ainda mais perto, me beijando.

Nunca vou superar o fato de que já fui beijada por ele, é como um sonho de criança se realizando.
Sei quase tudo sobre Tristan Cobain, mas tê-lo é completamente diferente, é assustador. Ele parecia ser o cara mais gentil do mundo, mas eu o enxergava assim apenas de longe, não sei como ele pode ser comigo, e isto me deixa confusa.

Ao mesmo tempo que sei muito sobre Cobain, não o conheço.

— Alguém pode entrar. – Sorrio enquanto ele me deixa sentada na mesa do professor.

— Relaxa, Downey. – Beija meu pescoço.

Fecho os olhos, esquecendo que estamos em uma sala do nosso colégio que pode ser aberta a qualquer momento.
Os lábios calmos em minha pele me deixa completamente entregue e derretida. É tão bom...

— Você não pode fazer isso comigo – sussurro.

Sinto um sorriso se formar em sua boca, minha pele se arrepia quando seu dedo toca minha intimidade por baixo da saia e sobre a calcinha de algodão.

— E isto... eu posso? – Faz movimentos leves e circulares.

Gemo baixo, prestes a enlouquecer com os dedos espertos.

— Tristan, por favor, seja rápido – imploro.

— Agora não, não trago camisinhas para o colégio. – Ri.

— Eu me cuido corretamente, só, por favor, me fode agora! – Sussurro, ofegando de ansiedade e desejo.

Acho que o risco de sermos pegos me deixa ainda mais excitada, estou prestes a explodir sem mesmo ser tocada.

Cobain puxa minha saia até minha cintura enquanto abro sua calça e coloco seu pau para fora, quente e duro.

Puxo-o para um beijo, ele brinca com o meu clitóris e grunhe com a minha excitação, se enfiando em mim devagar, como se apreciasse cada centímetro meu.

Não perdemos tempo, nos entregamos a uma rapidinha na sala de música, e toda vez que eu estiver aqui tocando, vou me lembrar de como Tristan Cobain me fodeu em cima da mesa do professor.

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É incontrolável. Esfrego minhas coxas enquanto me lembro do barulho da mesa se arrastando no chão enquanto Cobain entrava e saía com força de mim.

Céus! Aquilo foi tão gostoso.

— Hope! – Olho para o lado, assustada. Melissa está me encarando como se fosse me matar. — Em que mundo está?

— Desculpe. O que foi? – Suspiro.

— Você entendeu a matéria nova?

Olho para a lousa, vendo vários números marcados com pincel azul. Sou realmente boa com números.

— Não é difícil – digo.

— Que ótimo, porque depois da aula você vai direto para a minha casa me ajudar – ordena, com aquele jeitinho nada mandão.

— Podemos estudar na biblioteca, sabe... matar algumas aulas. – Sugiro, sorrindo.

Ela me olha, surpresa.

— O que aconteceu com a Hope toda preocupada com as regras da mamãe? – Franze o cenho, realmente surpresa.

— Aquela Hope morreu.

Sorrimos maliciosamente uma para a outra.

Felicia Downey não teria mais meus esforços, ela que lutasse para suportar tudo o que eu faria por minha irmã, porque eu estava disposta a acabar com a vida daquela mulher.

IMPERFEITA - VOL IOnde histórias criam vida. Descubra agora