Capítulo 28: acabou a farsa

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Dois meses desde que Rebecca Stanley chegou, ou melhor, retornou.

Eu sei, meu mundo não deveria girar em torno dela, mas gira. Minha insegurança deitou em mim para um descanso e não vai embora, é como se eu tivesse um inquilino morando de graça no meu peito.

Cobain e eu estamos bem. Na verdade, tudo parece tão perfeitamente bem, que se torna engraçado.
Como nosso lance ainda é um segredo, a ex namorada vive grudada a ele como um carrapato, e é estranho, porque ela parece muito disposta a reconquista-lo.

Estamos no mês de outubro, muito perto da final do campeonato escolar.

Um pouco deslocada, fico sentada em um sofá enquanto observo Cobain de longe. Ele está lindo de calça jeans e camisa, sendo bajulado por seus companheiros de luta.
O acompanhei na final semana passada, onde o melhor levaria uma boa quantia em dinheiro. Ele ganhou, é claro, não estou surpresa.
Agora, estamos em uma festa dada por Tobby, o organizador de toda a coisa, para comemorarmos a vitória de Tristan.

Ao meu lado, um casal está se beijando como loucos, gemendo e fazendo barulhos estranhos.
Eu poderia me levantar e sair, mas não teria nada para fazer.

Respirando fundo, decido analisar as pessoas. Como de costume, muitas garotas impecáveis e muitos caras tentando ficar com elas. Tenho pena deles.

— Hope!

Olho para frente, vendo Cobain gesticular para que eu vá até ele. Suspiro, apoiando as mãos no sofá e impulsionando meu corpo para cima, saindo de perto daquele casal estranho.

Seguro a bainha do meu vestido preto e puxo para baixo, sorrindo ao me aproximar do meu campeão favorito.

— Oi – digo, perto o suficiente para ser ouvida.

— Eu já disse o quanto você está gata hoje? – Me segura para selinhos carinhosos.

— Hmmm – finjo pensar, — já!

Ele sorri e segura minha mão, me puxando para outro lugar. Uma bela cozinha, diga-se de passagem, com muitas pessoas pegando bebidas.

— Aqui está melhor, menos barulho. Você quer beber alguma coisa? – Pergunta, abrindo a geladeira.

— Não, estou bem.

Vejo-o pegar uma garrafa de cerveja, abrindo com a mão e virando um gole rápido. Mordo o lábio, pensando se deveria me enturmar e beber também, mas estou mesmo de boa.

— Está quieta hoje – comenta.

— Impressão sua. – Tento sorrir para convencê-lo.

Nos últimos dias estou chateada, pelo simples fato da querida Rebecca estar tão... sufocante. Eu gostaria de me abrir, mas não quero causar uma discussão entre nós, e muito menos que ele corte a amizade deles, por mais que seja irritante.

James e eu não somos assim, e nem expomos nosso término. Até fingindo um namoro, não somos tão amigos quanto os dois. Não tivemos mais problemas como naquele jantar, ainda bem.

— Você sabe que pode me dizer se algo estiver te incomodando. – Acaricia meu rosto.

— Está tudo bem, é sério, não se preocupe. – Beijo sua bochecha. — Hoje é sua noite de comemorar, então... – tiro a cerveja de sua mão, arrastando-o de volta para a sala, — nós vamos dançar.

Ele ri, acenando com a cabeça. Balançamos juntos ao ritmo da música, com suas mãos em minha cintura enquanto movo os quadris tranquilamente.
Fico eufórica quando sinto-o na minha bunda, rígido e delicioso. Esfrego-me ainda mais nele, fazendo seus dedos se afundarem mais em minha pele.

IMPERFEITA - VOL IOnde histórias criam vida. Descubra agora