A primeira semana de aula passou rápido, hoje é sábado e estou com o celular na frente do rosto, pensando se aceito ou não o convite de James Blackwell para jantar.
Não duvido que tenha dedo do meu pai nisso.
19h33 — Vou me trocar.
Ele lê logo em seguida, mas não diz nada, então entro no banheiro para fazer minha higiene e me arrumar.
Nós dois não saímos muito juntos, e quando acontece, jantamos em algum restaurante caro da cidade. Meus pais adoram, é claro.
Depois de alguns minutos, enrolada na toalha, entro no meu closet e penso no que vestir. Olho para a fileira de vestidos, imaginando que qualquer uma das peças caras serão uma boa opção. Porém, opto por um modelo preto e decotado, como sinto que meu busto fica bonito.
Calço sandálias também pretas, sentando-me na cadeira branca com estofado rosa-claro. Olho-me no espelho quadrado da penteadeira, pensando no que fazer no meu rosto hoje.
Decido fazer um leve esfumado preto apenas rente aos cílios, que ficam ainda mais cheios quando coloco fios postiços, assim como minha irmã me ensinou.
Ao terminar o trabalho nos olhos, começo tratar minha pele, que não faço questão de cobrir completamente. Faço um belo contorno, precisando dar alguns retoques em algumas sardas no nariz, marcando os pontinhos marrons.Lembro-me que odiava maquiagem, pelo fato de minha mãe ser obcecada por certos produtos. Porém, Hailey me disse que algum dia eu precisaria improvisar, então quis aprender alguns truques para não ter que depender dos maquiadores profissionais de Felicia Downey.
Com o dedo anelar direito, pego um pouco de um dos batons claros que tenho, o que mais uso. Ele não muda muito a cor dos meus lábios, mas gosto de esfuma-lo um pouco, pois dá a impressão de lábios maiores. Por fim, passo meu gloss incolor, que acabo usando muito, pois combina com todas as ocasiões.
Analiso meu trabalho no espelho, muito satisfeita. Porém, pego um pouco de uma sombra cintilante e aplico no canto dos olhos, pensando no quanto Melissa estava certa quando disse que faz toda a diferença.
Não sou a garota mais criativa no quesito maquiagem, mas sei o básico, como toda garota deve saber nos dias de hoje.
Coloco algumas jóias também, apenas para dar um tom diferente no meu visual, pois a bolsa que escolhi tem a mesma cor que o vestido e as sandálias. É uma carteira que ganhei de uma amiga da minha mãe, e como não gosto de ter que segurar algo por muito tempo, uso-a no ombro.
Dentro, deixo meu celular, um pouco de dinheiro e meu gloss labial, que precisará se retoque em breve.— Hope. – Minha irmã coloca apenas a cabeça para dentro do quarto. — Seu namorado está lá embaixo.
Borrifo meu perfume em pontos estratégicos do meu corpo e deixo meu quarto, descendo as escadas devagar.
Ao terminar os degraus, olho para frente, vendo meus pais e James me olhando. Não consigo descrever em palavras como me sinto com os olhares críticos.
— Está linda, meu amor – diz, com as mãos nos bolsos.
— Obrigada. Vamos? – Dou um sorriso forçado, esperando que ele entenda meu desespero.
— Claro. – Acena.
Ele segura minha mão e entrelaça nossos dedos, desviando a atenção para as duas estátuas ao nosso lado.
— Prometo que não trago ela muito tarde. Tenham uma boa noite. – Sorri, educado.
— Aproveitem a noite. – Minha mãe parece bastante empolgada. — Não se preocupem com horários.
— Tchau – digo, apenas, não obtendo nenhuma resposta.
Quando fechamos a porta atrás de nós, James solta uma respiração pesada e me olha, erguendo as sobrancelhas rapidamente.
— Toda vez que venho aqui, saio suando.
Sorrio, pensando no quão horrível deve ser ter sogros como Felicia e Andrew Downey.
— Ainda bem que não deixo camisinhas aqui, não duvido que sua mãe fure alguma. – Abre a porta do carro para mim.
Sento no banco do passageiro e coloco o cinto enquanto ele dá a volta.
— É melhor não dar brecha – respondo, rindo.
Ele me olha e sorri. É engraçado como os olhos dele brilham, porque parece que sente algo por mim, mas sei que nosso namoro é apenas por conveniência.
— Então, qual restaurante hoje?
Reviro os olhos, resmungando baixo enquanto ele ri de mim.
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Os gemidos são altos, e não me importo se alguém pode ouvir do lado de fora.
James está com os dedos cravados em meus quadris enquanto movo-me com força em cima dele. Não nos preocupamos em tirar nenhuma peça de roupa, apenas iniciamos uma boa transa depois de muitos beijos.
Estamos no estacionamento do restaurante, o que é um pouco informal. Mas que se dane a formalidade agora.
— Porra, ninguém senta como você, Hope.
Tento não pensar no sentido babaca que sua frase tem, esquecendo as traições enquanto chego a um orgasmo delicioso.
Eu não amava James Blackwell, mas fazer sexo com ele sempre foi uma vantagem muito gostosa.
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IMPERFEITA - VOL I
RomanceUma garota imperfeita desejando ser perfeita. Um cara perfeito feliz com sua imperfeição.