E Lá Vamos Nós

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Eu estava pensando seriamente se iria a escola, não toquei no café, fiquei a manhã quase toda na cama chorando, já eram 11:00, era muita coisa pra assimilar, minha mãe morreu me dando a luz, meu pai não me quis e já tentou tirar a sua vida, meus parentes me olham como se eu fosse uma assassina, será que dá pra ficar pior? Desejava nunca ter pegado aquela pasta, a ideia de que fui abandona por um casal insatisfeito era mais suportável.

decido ir para a escola, até porque as aulas já iriam terminar, e não seria bom eu faltar, então visto o meu uniforme, faço um coque no cabelo, e passo uma maquiagem pra desfaça o meu rosto inchado, facilmente iriam deduzir que eu estava chorando, fico pronta e desço as escadas, o Kian já tava lá em pé me esperando, por um momento me senti mal pelo jeito que tratei ele mais cedo, senti a falta do segurança.

- Cadê o segurança? - pergunto

- Ele não vai poder ir hoje.

- Vamos sozinhos?

- sim.

- A diretora sabe disso? -

- Laiza eu não vou fugir - diz ele friamente e começa a andar em direção a porta.

[...]

O caminho todo está sendo um grande silêncio, mas logo o quebro.

- Olha me desculpa por hoje mais cedo, eu não devia ter falado com você da quela forma, você não tem culpa de nada - digo esperando que ele dissesse alguma coisa.

- Tá tudo bem, sei que deve ser difícil pra você aceitar tudo isso.

- Sim demais, mesmo nunca tendo a conhecido dói demais saber que ela morreu.

- Entendo, mas lembre-se que não foi em vão, espero que um dia entenda isso - diz ele.

Será que não foi mesmo?.

- Mas iai descobriu aonde sua mãe ta?

- Na pasta diz que ela estava em um centro de recuperação para drogados lá em BH, lá era aonde morávamos, só espero que ela ainda esteja lá - diz ele suspirando.

- Também espero - digo sorrindo fraco.

[...]

Depois de uns minutos chegamos na escola, fui logo para a sala, mas o Kian foi para o jardim. Fiquei sentada pensando em tudo, algumas vezes olhava para a árvore e a cada dia ela estava mais ceca e sem vida, acho que existem pessoas que se sentem como essa árvore, como se a cada dia elas perdessem um pouco de alegria e a vontade de viver, como se estivessem desfalecendo aos poucos, não vou mentir já me senti muito assim, na verdade ainda sinto como se a cada dia eu perdesse um pouquinho da minha vida.

Logo as aulas começaram, o Kian chegou um pouquinho atrasado, mas o professor deixou ele entrar, não estava muito afim de fazer cálculos, mas é impossível quando se trata de matemática.

[...]

as aulas passaram voando, passei o intervalo na sala também, não tava animada pra nada, queria o Issac aqui agora só ele sabe como me levantar.

- Vamos? - diz o Kian em pé do lado da carteira.

- Sim - digo me levantando e pegando minha mochila,e assim vamos pra casa, querendo ou não era a nossa casa, quando estávamos saindo da escola vejo que ele para do nada.

- O que foi? - pergunto olhando pra ele

- É que.. - diz relutante.

- É que o quê Kian? Algum problema? - pergunto desconfiada.

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