A Minha Metade

O Passado Pode Guardar Muita Tristeza E Decepção

As contratações só aumentavam a cada instante, fazendo eu soltar gemidos abafados. Ok dor, você é grande, mas minha vontade de ser mãe é maior.

Já estava no hospital, sobre uma cama dentro de uma sala, estava minha mãe e a Carla comigo. O médico ainda não havia chegado.

- Mas que merda de hospital é esse? - murmura minha mãe.

- Realmente - diz a Carla - já era para ter um médico aqui.

- Calma filha - diz segurando a minha mão - vai dar tudo certo.

- Eu sei.. - minha voz quase não saía, a dor estava ficando insuportável.

- Mais que agonia... - grunhiu a Carla. Logo em seguida o médico entra pela porta.

- Pronta Mamãe? - pergunta o médico assim que me ver.

- Mas que demora foi essa doutor? - reclama a minha mãe.

- Perdão senhora, acabou havendo um erro, me mandaram o número da sala errada, peço minhas desculpas.

- Ok - suspira minha mãe - não quero me estressar, só faça o seu trabalho agora, por favor.

- Ok - diz ele se aproximando mais de mim - Bem Luísa, acho que não tem muito segredo, eu preciso que você faça a maior força possível, para que assim o bebê possa nascer - diz ele e eu concordo com a cabeça.

E eu fiz exatamente o que ele disse, pus toda a minha força, as dores só aumentavam, eu já não me controlava mais, o único som que se ouvia na sala, era dos meus gritos, mas tudo pela minha filha, tudo pela minha pequena Laiza.

- Vai meu amor, você consegue - minha mãe continuava a segurar a minha mão. Sim, eu consigo!

[...]

E eu consegui, lutei até o último instante, lutei pela minha filha, lutei por que a amo, e por que a quero bem! Só me senti leve e tranquila, quando ouvi o seu choro invadir a sala. O meu amor nasceu, eu consegui filha, eu consegui.

- Luísa, não, não..

- O que está acontecendo doutor?

- Ela está perdendo os batimentos cardíacos.

- Filha, ei filha..

- Enfermeiras!!!

- FILHA!!!!

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Estava sentando na sala de espera do lado do Lucas.

- isso sempre demora tanto? - pergunto para o Lucas, dando meu último gole na cerveja.

- As vezes sim, varia - diz ele.

- Ok, ok - abaixo a cabeça, deixo meu olhar se perder em meus pés.

Passado um tempo, ouço uma voz conhecida.

- Filho.

- Mãe? - levanto meu olhar, a mesma estava ali parada.

- Fiquei sabendo que a Luísa está tendo o neném - diz com um sorriso no rosto - iai? O parto já aconteceu? .

- Ainda não sabemos direito, senhora Graça - responde o Lucas - estamos na espera.

- Ah, sim - ela dá um pequeno sorriso e se senta ao nossa lado - Estava no bar de novo, não é? - se vira para mim.

- Ah mãe, me deixa - coloco minhas mãos no rosto.

- Me deixa? Você acha isso bonito? Eu não criei meu filho assim!