Demons

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"Quando você sentir o meu calor

Olhe nos meus olhos
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem
Não se aproxime muito
É escuro aqui dentro
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem" Imagine Dragons - Demons 


 Segurei a mão de Jaime com toda a força que havia em meus dedos

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Segurei a mão de Jaime com toda a força que havia em meus dedos. Ele fez o mesmo, piscando alguns pares de vezes sem tirar os olhos da ponte coberta que interligava a estrutura com o portão da frente por conta da tamanha distância. Milena perguntou-nos se tudo estava bem e após uma longa insistência seguida de balançares de cabeça por nossa parte, ela aceitou. Respiramos fundo por uma última vez antes de passarmos por toda a passarela e alcançarmos a porta de vidro que dava acesso à sala principal. O balcão de madeira polida logo no centro da sala já conseguira capturar minha atenção e remetido minha mente a um farfalhar de lembranças. Jaime virou o rosto para o lado, franzindo o cenho a ponto de podermos confundir seu receio com uma crise imediata de raiva.

— Está tudo bem. –murmurei fraca, nada convincente.

Milena partiu na frente, observando nosso estado de receio. Inclinou-se sobre o balcão, iniciando uma conversa sigilosa com a recepcionista. Não havia reconhecido ninguém até ali. Talvez tenham mudado o corpo de enfermeiras e médicos daqui. Mudaram tudo, menos a decoração.

— Vivian iria nos receber. –sussurrou.

— Desta vez não precisará de uma camisa de força. –ironizei, fazendo-o virar seu rosto para mim. — Estou mentindo?

— Está gracejando para não encarar a realidade? –arqueou suas sobrancelhas, olhando-me como se quisesse me arremessar ao chão no próximo segundo. — Perigoso.

— O que estamos fazendo aqui mesmo?

— Minha mãe insistiu. Quer que façamos outra... revisão.

— Façamos? Nós dois?

Eu. –falou em um tom muito baixo. — Nós. Eu e os outros.

Meu estômago revirou.

— Como vocês estão? –estreitei o olhar, analisando seu rosto com atenção na esperança de não deixar escapar qualquer vestígio de mudança. Mas Jaime parecia o mesmo. Estava conseguindo se controlar como nunca fizera antes.

— Você não me pergunta isso há muito tempo.

— Estamos em Saint Henry, não tentaremos ser quem não somos como fazemos fora daqui.

— Estamos bem. – resmungou. — Obrigado.

Milena acenou com a mão direita, chamando-nos para aproximarmos dela. Jaime tomou a frente, fingindo estar encorajado. Puxou-me pela mão, sem me dar nenhum segundo para que pudesse me preparar. A recepcionista indicou uma das enfermeiras para nos guiarmos pelo corredor além da porta lateral, o único caminho que rodeava toda a instalação da clínica. Longo caminho a percorrer.

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