Capítulo 17.

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Hardin.

Ainda estava parado na porta, pensando em como esse imbecil teve a audácia de aparecer na minha casa, perguntando da minha filha como se ela fosse sua propriedade e ainda ter me desafiado dentro do meu próprio quintal. Não me conformava em como Emery tinha conseguido se envolver com um merda desses e estragado toda sua vida, ter nos enganado, mentido e sido influenciada por esse tipo de ser humano que só arrancou a longevidade dela. E por mais que eu tente estar revoltado, bravo e continuar sentindo raiva dela por tudo o que nos fez passar até agora. Eu a entendo e não consigo culpá-la, sua mãe também havia feito a escolha dela.

Tessa abriu a porta, os olhos arregalados, esperando uma explicação com o moletom de Emery nas mãos. Entrei aturdido, direto para sala e me esparramando no sofá. Tessa me seguiu, sem abrir a boca, insinuando com a cabeça que eu começasse a falar. Passei a mão pelos cabelos, incomodado com a sujeira e por não ter conseguido tomar um banho ainda. O dia mal começou e está me contaminando.
"Era o cara que deixou Emery na festa." Resmunguei, torcendo para que ela não começasse com as milhões de perguntas que sua expressão demonstrava.
"Como você sabe? O que ele queria?" Bufei, esfregando uma das mãos na testa. Tentativa falha.
"Sabendo, Tessa. Eu sei que era ele. Queria entrar para saber da Emery e quase me bateu por não dizer." Cuspi as palavras, lembrando da cara entojada dele. Os olhos não largavam dos meus e se fosse qualquer pessoa teria cedido para o tipo de gente que ele é. Tessa se afundou no sofá, os olhos buscando alguma coisa atrás da parede.
"Ainda bem que não disse." Ela soltou por fim. "Ele vai achá-la, não importa o que você faça. Você sempre me achava." Ela olhou para mim e soltou um sorriso fraco, triste, lembrando de quando eu a fazia morrer aos poucos. Aquilo foi um soco na boca do meu estômago e eu não sabia se ficava com raiva por ela estar sendo conivente com esse relacionamento, - que para mim nunca iria ser – ou se porque estava comparando aquele demônio comigo.
"Ele nunca vai se parecer comigo e se depender de mim, ninguém nunca mais vai encostar a mão em Emery." Percebi que minha voz havia se alterado quando Tessa revirou os olhos e se levantou, cambaleando sem um dos tênis.
"Não é você quem decide isso, Hardin. É ela." Ainda com o moletom nas mãos, se dirigiu às escadas e pelo tom dos seus passos, não estava com pressa nenhuma para chegar. Afundei no sofá mais ainda e se eu pudesse faria parte das espumas.

Estou preocupado, mas era pra que eu estivesse mais ainda. Aparentemente os dois caras que violentaram Emery ainda estão hospitalizados e um em estado grave. Eu não quis saber da situação do quadro, só não queria saber desses cuzões no mesmo hospital que Emery e fiz um escândalo para que isso não acontecesse. Os policiais foram todos os dias depois que redobrei a consciência, me fizeram diversos tipos de perguntas e eu tentei ser o mais sincero que pude. Não me arrependo de ter batido neles até quase matar. Tessa contratou um advogado para caso quisessem prestar queixa, mas não fora necessário porque algumas testemunhas depuseram a meu favor e depois de muita insistência, alegaram que havia sido legítima defesa por eu ser pai biológico de Emery. A nossa briga agora está sendo para colocar os dois na cadeia e fazermos com que apodreçam até morrer. Meu ódio é incontrolável e às vezes me pego voltando no tempo e terminando o serviço. O sangue escorrendo, o sorriso irônico, o vômito da minha filha... A náusea bateu de novo e me inclinei para por o café da manhã no tapete. Tossi, mas nada saía. Apoiei os cotovelos no joelho e enfiei meus dedos no cabelo. Lá em cima, Tessa bateu a porta do banheiro e supus que ela também havia ido para o banho.

Minha boca salivou por um momento e meus pés já se moviam até o quarto. Evitei olhar para o restante das coisas e me lembrar de Emery por aqui. Imagino como deve ter sido para Auden que estivera aqui sozinho. Parei na porta, encostando a testa na madeira fria, pensando se Tessa me rejeitaria. Se ela o fizesse, eu não me frustraria. Girei a maçaneta e entrei, a porta da suíte estava fechada e pude ver o vapor saindo fraco pelas frestas. Me aproximei torcendo para que ela não tivesse trancado e entrei.

O banheiro parecia nublado com tanto vapor que saía da banheira, a água devia estar queimando e Tessa tinha os olhos fechados com a cabeça encostada na beirada. Os cabelos estavam presos num coque e a água cobria seu corpo até onde encontrava a saliência das suas curvas. Podia ver a silhueta dos seus seios e um dos joelhos para fora d'água. Ela sabia que eu estava ali, mas continuou imóvel. Fechei a porta, arrancando a camiseta e calça com uma rapidez que nem sabia que estava conseguindo promover. Ajeitei meu cabelo no topo da cabeça, apertando o elástico que estava frouxo. Ela ainda permanecia imóvel e quando me dei conta estava duro e pronto.

Ela mexeu as pernas, juntando-as perto do corpo, dando-me espaço para entrar na água. Como previ, a água queimou minha canela, mas não me importei, sentando de uma vez. Estremeci e meu corpo todo ardeu.
"Ai!" deixei escapar e vi sair do rosto dela um sorriso divertido. Ela estava pronta para mim também.
"Vem aqui." Falei tão baixo que poderia dizer que tinham mais pessoas na casa para nos escutar. Ela abriu os olhos, levantando o pescoço da beirada e me fitando deliciosamente. Aqueles olhos azuis pareciam desvendar todos os meus mistérios e me deixavam despido da minha própria alma. O nosso sexo já deixou de ser algo somente prazeroso, mas um refúgio em situações como essa. A melhor parte era que ela sabia.

Abri minhas pernas para que ela pudesse se encaixar e quando se virou a coloquei em cima do meu colo, fazendo seu corpo parcialmente sair da água. Seus pelos se eriçaram e eu sabia que não era por causa do frio. Meus dedos percorreram cada milímetro da sua pele impecável, desenhei círculos em seus ombros e ela jogou a cabeça para trás, movendo-se em cima do meu pau, criando pequenas ondas dentro da banheira. Meu corpo estremeceu e afundei meu rosto em suas costas, cheirando cada parte deliciosa que Tessa mantinha intacta.
"Você é muito cheirosa. Eu não me canso de te cheirar." Grunhi em meio aos seus gemidos e ela suspirou alto.
"Hardin..." sorri quando ela me chamou, sabendo o que isso significava. Meus dedos desceram de suas costas e com as suas mãos abri suas pernas. Apertando suas coxas esporadicamente, fazendo-a se lançar sobre meu peito e me olhar brava. Eu ri, procurando sua intimidade com os dois primeiros dedos. Ela mordeu os lábios e seus olhos se reviraram, do jeito que me deixava louco. Quanto mais ela se movia, mais o ar incendiava com seu cheiro, aquilo me deixava vidrado, não sabia mais controlar meus próprios impulsos. Estava fazendo círculos incompletos no seu clitóris e ela rebolava conforme os movimentos, percebi que seu ápice estava chegando e a encaixei no meu pau. Ela gemeu alto e se segurou nas beiradas da banheira.
"Senta pra mim, meu bem." Minha voz saiu rouca e fraca, ela era tão quente, tão apertada que não eu não me seguraria por muito tempo se continuasse assim. Ela obedeceu e se apoiando na banheira começou um movimento lento e torturante. Eu suspirei e parecia mais que eu estava engasgado. Fechei meus olhos e meu abdômen se contraiu, aumentei o ritmo, tirei os braços dela da banheira e os amarrei no meu abraço. Ela se esparramou enquanto eu estocava forte e se apoiou no meu ombro. Seus olhos se abriram e ali eu vi minha Tessa. Ela era só minha, aquele brilho era só meu, aquele corpo era só meu.
"Eu te amo." Ela sussurrou, deixando o corpo amolecer no meu colo, e mais uma vez tive a certeza de que seu amor também era só meu. Gozei dentro dela e ficamos assim por alguns minutos, ela sorrindo e eu afundado em seus cabelos.
"Eu te amo por tudo." Resmunguei em seu ouvido e ela escondeu o rosto no meu pescoço. As lágrimas se misturaram com a água quente da banheira e eu a ninei, do jeito em que estávamos.

Ficamos assim até que o sol se pôs pela janela do banheiro e eu tive certeza de que faria o impossível pela minha família. Nem que me custasse a vida. 

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NOTAS DA AUTORA


Não esqueçam de dizer o que estão achando. Muitas emoções nos próximos capítulos.

After 6: Depois da calmaOnde histórias criam vida. Descubra agora