Mason.
Me escondi atrás da pilastra antes que mais alguém quisesse me abraçar. Minhas mãos estavam suando e eu estava sentindo meu corpo ter tremedeiras involuntárias. Se eu não me conhecesse bem diria que estava tendo uma maldita crise de pânico ou ansiedade. Eu odiava ter de admitir para mim mesmo que estava me sentindo bem morando nessa casa, tendo alguém para perguntar como foi meu dia e se eu ficaria para jantar. Odiava que me visse como salvador da pátria, sendo que eu não consigo salvar nem a mim mesmo. Não estou aqui por eles, por nenhum deles na verdade. Estou aqui por Emery que logo vai estar recuperada e eu vou poder ir embora para deixá-la viver a vida que ela estava prometida.
Não aguentava mais fingir que saía para trabalhar. Eu não sei porque estava me importando em mentir para eles, bem, mentiria para Hardin pelo resto da vida se necessário. Mas toda vez que Tessa me servia o café e me desejava bom trabalho, sentia todos os pães e ovos que comi sendo revirados no meu estômago. Eu não trabalhava e não precisava trabalhar. A minha conta me permitiria viver como um rei até que meu filho tivesse outro filho.
Quando meus pais foram assassinados fui obrigado a presidir a Hall's Company e toda a porra da fortuna que apareceu na minha conta no dia seguinte. Estremeci me lembrando dos tiros e dos gritos.
"Ei, o que está fazendo aí?" Emery apareceu com os olhos confusos, tocando meu braço com uma das mãos geladas. Me recolhi, deixando-a para trás e subindo para o quarto onde eu estava hospedado.
Os Carter são meus tios, assim que soube que teria de lidar com o legado de produção de bebidas do meu pai, eu não tive condições psicológicas e nem emocionais para assumir porra nenhuma. Então junto com o Dr. Henry, advogado da família, assinei um contrato que daria condição permissiva para que Phill Carter presidisse a empresa no meu lugar. Phill era meu tio mais próximo, depois que meus pais faleceram, ele terminou de tentar me educar e fez o que fosse possível para que eu não me tornasse quem sou hoje. Um maldito viciado do caralho que cheira pó, fuma que nem um desgraçado e bebe compulsivamente até cuspir o próprio fígado.
Fiquei com a herança e até hoje não mexi em um centavo. Toda vez que penso em tirar um real daquele banco, sinto as entranhas do meu ser queimarem feito ácido e as lembranças do sangue e dos gritos da minha mãe arderem em minha mente até que eu adormeça para esquecer.Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim, escorregando até o chão. Tirei meus sapatos e analisei o ambiente perfeitamente limpo. Completamente diferente do lixão que era meu apartamento. Comprei um flat perto daqui quando percebi que Theresa e Hardin precisariam mais de mim do que o necessário. Phill depositava mensalmente 8% do lucro das empresas sem que eu pedisse e eu vivia com esse dinheiro desnecessário. Cheguei a rasgar alguns cheques e a devolver o dinheiro, mas ele sempre voltava, então desisti e resolvi viver com o que ele me dava. Bem, tinham meses que a grana acumulava e aproveitei para comprar alguma coisa perto daqui, perto de Emery.
O bairro não ajudava muito, metade das pessoas eram esnobes e nojentas. Eu tentava não me enturmar, mas no condomínio onde eu morava eles tentavam ser, - especialmente – mais escrotos comigo. Quando Tessa me pediu para vir para cá eu sabia que decepcionaria todos no futuro, mas qualquer lugar longe de mais de Emery não me deixava dormir em paz. Alguém bateu na porta e me demorei mais alguns segundos antes de abri-la.
"Mason?" A voz de Emery ecoou pelo corredor e parecia estar bem próxima. Me levantei, destrancando o trinco e me dirigindo a enorme e desnecessária cama de casal. Joguei o corpo sob os lençóis limpos e tirei os sapatos perto da cabeceira.Ela entrou pouco depois com os cabelos presos em um coque grosso e uma blusa diferente da que estava lá embaixo. Aposto que resolveu trocar depois que sua mãe a sujou. A regata preta estava evidentemente mais justa que a outra camisa e a calça de moletom realçava seus quadris e suas coxas. Ela me olhou confusa, queimando meu rosto com seus olhos.
"Você está bem?" Ela se sentou no pé da cama, pondo a mão na minha canela. Fechei os olhos sentindo o seu toque quente por cima da minha calça.
"Estou." Respondi sem emoção, me perguntando até quando levaria essa história tão longe assim. Ela suspirou e parecia frustrada com a minha reação.
"Eu não te entendo." Ela levantou e atravessou o quarto em direção a porta. Meu coração acelerou e minha vontade era de pará-la no mesmo momento, mas só minha boca se mexeu.
"Espera." Ela parou e se virou, seu rosto estava vermelho e seus olhos cheios d'água. Meu coração se movimentou dentro do meu peito e senti um aperto que sufocou todo meu ar. Merda! O que porra essa menina estava fazendo comigo? "'Bem... Senta aqui." Apontei para o meu lado, me ajeitando para que ela pudesse se achegar. Seus pés se moveram lentamente e com os dedos coçou os olhos para expulsar as lágrimas que ameaçavam cair. Quando ela se sentou, seu cheiro invadiu meus sentidos e aquele doce tomou conta do meu corpo. A derrubei na cama e me coloquei sobre ela.
"O que você está fazendo, Mason?" Seus olhos estavam arregalados e sua respiração ofegante. Seus pelos se eriçaram e vi o pânico instalado em seu rosto.
"Estou te cheirando." Afundei meu rosto em seus cabelos, suspendendo o peso do meu corpo para não a machucar e não a tocar. Eu sabia que se qualquer parte dela tocasse que fosse um milímetro de mim, eu não aguentaria. Ela perdeu a fala e engoliu em seco, seu corpo estava tremendo e tudo nela parecia rígido demais.Me irritei por uns segundos por saber que há alguns meses atrás eu não estaria aqui, precisando tomar cuidado com minhas palavras, com minhas atitudes e estaria fodendo essa garota até que os músculos do meu corpo não aguentassem mais.
"Emery, sou eu." Sussurrei em seu ouvido e ela ainda permaneceu imóvel com os braços grudados ao lado do corpo. As pernas juntas embaixo de mim e aquele cheiro exalando da sua pele, me deixando vidrado. Quando me afastei para olhá-la novamente, seus olhos estavam brilhando como nunca havia visto. Ela me encarava com o rosto contorcido de dor e parecia estar travando a maior guerra interna que alguém poderia suportar. Eu permaneci ali, esperando que minha Emery ganhasse. Torcendo que ela ganhasse desse maldito trauma, que me escolhesse e me deixasse fazê-la feliz.
Ela suspirou e fechou os olhos fortemente, franzindo o cenho e deixando algumas lágrimas escaparem pelo canto do rosto que escorreram até o travesseiro. Eu suspirei e minha respiração atingiu o seu rosto. Ela entreabriu a boca e seus lábios carnudos pareciam molhados demais, convidativos demais e não percebi que meus braços que me seguravam por cima dela estavam tremendo.
"Me beija." Ela respondeu e se eu não estivesse tão perto não a escutaria. Seu hálito era fresco e seus olhos ainda estavam fechados. Eu não costumava ser delicado e para ser sincero, eu não sei como fazer essa porra. Contudo, para tudo se tem uma primeira vez. Me apoiei em um dos cotovelos e nossos corpos se tocaram. Um arrepio percorreu toda minha espinha e ela estava tão quente... tão deliciosa. Grunhi, tentando sufocar o gemido que quase escapou pela minha garganta. Seus seios estavam colados no meu peito e com meu peso, eles ficaram pressionados e perfeitamente juntos um no outro. Minha boca salivou e passei a língua pelos meus lábios para umedecê-los.
"Olhe para mim." Eu disse deixando um rastro de beijos em seu pescoço, o colo dos seus seios e seu queixo. Sua boca tremeu um pouco e ela se ajeitou debaixo de mim, ainda sem sair da mesma posição. Seus olhos se demoraram um pouco, mas ainda sim se abriram. Estavam marejados e duvido que ela estivesse me enxergando com o tanto de água que queria cair. Eu sorri. "Quero que me olhe quando eu te beijar. Porque não faz ideia do quanto eu senti sua falta." Um vazio inundou meu peito e o medo de perde-la invadiu meu coração. Ela assentiu, mas continuou impassível. "Me afaste se quiser que eu pare." Então a beijei.
Eu queria gritar: "Puta que pariu, Emery! Eu quero te comer até que você goze inúmeras vezes no meu pau. Menina do caralho. O que tá fazendo comigo?" Mas o que saiu foi um gemido abafado que parou na garganta. Meu corpo estava em chamas e eu queria arrancar toda minha roupa. Seus lábios eram deliciosamente doces e me deram passagem em pouco tempo, sua língua estava tímida e não me acompanhava como eu queria. Mas tudo nela era bom, tudo nela era excitante, era doce e quente. Passei meus braços por debaixo de suas costas e a prensei mais para perto. Abri suas pernas com meu joelho e me encaixei ali, tentando não fazer movimentos bruscos para não a assustar. Me afastei, buscando o ar que estava me faltando e quando abri meus olhos para vê-la, os dela estavam queimando de desejo. Ela me olhava com luxúria e podia sentir seu coração acelerado contra o meu.
Seus braços envolveram meu pescoço e suas mãos se encaixaram no meu cabelo, selando nossas bocas novamente. Nada nela parecia tímido agora, nossos movimentos pareciam perfeitamente sincronizados e sua língua desbravava cada centímetro da minha boca. Eu não estava aguentando, se ela continuasse assim, eu iria gozar aqui mesmo e não teria tempo de fodê-la com força. Me afastei e busquei alguma coisa em seu rosto que pudesse me dar alguma permissão do que eu queria fazer. Ela pareceu assustada a princípio, mas isso durou poucos segundos.Depois de meses nessa luta interminável, desse desejo incontrolável, dessa vontade de ir embora e de ficar para sempre ao mesmo tempo, me consumir... Emery disse as palavras exatas que assombravam meus sonhos mais profundos.
"Eu te amo, Mason. Eu não quero que você me foda...Eu quero que você faça amor comigo."
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After 6: Depois da calma
RomanceUma silenciosa paz e calma se instaura pela família Scott, perpetuando o final feliz de Hardin e Tessa. Os anos se passaram e as mágoas e más escolhas foram deixadas para trás. Mas parece que o aparecimento de alguém indesejado e os medos passados e...