Feather

Tchau vovô, tchau vovó!

Naquele dia, muitas pessoas estavam em prantos, vestindo preto, ao lado de um carro muito sofisticado, que carregava dois caixões realmemte elegantes. Ali jazia os corpos dos avós de duas crianças, que iriam ao seu primeiro funeral. Nunca descobriram como aquelas duas pessoas haviam falecido, mesmo analizando com cuidado, era realmente inesplicável.

As duas crianças entraram em um dos muitos carros que iriam até o cemitério, acompanhadas por seus pais. A mãe estava chorando muito por causa da morte de seus pais, e seu marido queria ser forte por ela e por seus dois filhos. Um menino mais velho e uma menina. Ao chegarem lá, a mãe estava tão fraca pela dor, que precisou de ajuda para ir até os dois caixões, e se despedir daqueles que a criaram pela última vez. Não aguentou. O marido acompanhou-a de volta até o carro, e pediu para um dos muitos parentes cuidar de seus dois filhos, que insistiram em ficar e se despedir.

A menina estava destruída. Ela amava muito seus avós. Estava relembrando todos os momentos que estivera com eles. As histórias que vovô contava a ela e ao seu irmão, e os cookies deliciosos que sua vovó fazia todos os domingos. Estava chorando mais do que todos os presentes.

- Tchau vovô, tchau vovó... Eu vou sentir muita falta de vocês, onde quer que estejam, saibam que eu amo muito vocês ok? E deêm um abraço em Deus por mim, e tentem pedir a ele pra voltarem, por favor... - falou a pequena de apenas 5 anos, enquanto abraçava o caixão de sua vovó.

Enquanto isso, seu irmão de 10 anos observava calado tudo aquilo, chorava também, mas não por causa dos dois falecidos. Chorava apenas por sua avó. Para ele, aquele que chamou de avô por tantos anos deveria estar queimando no inferno, por tudo que fez até agora. Ele sim merecia estar sendo enterrado a sete palmos na terra, não sua querida avó. Estava com os punhos serrados, ao lembrar daquela noite à duas semanas atrás, quando eles morreram... Respirou. Não podia demonstrar o prazer que sentia ao ver seu avô morto. Abraçou a irmã, que não parava de chorar, e falou:

-Vamos... Mamãe e Papai devem estar nos esperando...

A irmã retribuiu o abraço, desesperada por algum carinho. Esses dois eram melhores amigos, sempre protegiam um ao outro... E acompanhados pelo parente que tinha ficado responsável deles, sairam do cemitério abraçados, e o irmão deu um sorrisinho debochado ao olhar o caixão de seu avô sendo colocado na terra.