Katie P.O.VMe deito na minha cama, e o Leiftan faz o mesmo, e me abraça. Ele começa a acariciar a minha bochecha, o que me deixa ainda mais calma e sonolenta. Bocejo.
- Nossa, você me deu um enorme susto, sabia? - ele me diz. - Acabei entrando em pânico quando vi que você não estava mais no quarto, ai vi seu braço machucado...
- Me desculpe por ter te assustado... Te garanto que vou te recompensar...
- De que jeito? - ele me lança um olhar safado.
- Do jeito que você está pensando... Mas não agora, que eu estou acabada, e você deveria descançar também.
Ele resmunga e faz uma carinha de cachorrinho abandonado. Eu rio e o beijo, e depois de um tempo, caímos no sono.
No dia seguinte, a Miiko organizou uma reunião para falar sobre a saúde mental dos membros e refugiados do Q.G. Pelo incrível que pareça, eles NUNCA tiveram esse tipo de problema antes, e não sabem lidar direito com isso. Praticamente durante a minha vida toda, esses problemas ficaram me rodeando, e por sorte consegui ajudar as pessoas que eu amo há superá-los, além de superá-os eu mesma.
Além disso, a Miiko começou a debater sobre uma possível ligação entre aquela ilha e meus novos poderes. Todos demos seus palpites, então ela resolveu organizar uma expedição até lá.
À noite, depois de eu ter feito o que prometi ao Leiftan, durmo em seus braços. Porém, durante meu sono, começo a ter um sonho estranho.
Eu tinha voltado para aquela ilha, mais precisamente naquele penhasco. Acabei encontrando o Oráculo, que estava entre duas entidades, uma que emanava um brilho emaculado, e demonstrava uma pureza infinita, já a outra era mais sombria que a noite, e eu podia sentir de longe o ódio que aquela criatura sentia. Parecia que as duas criaturas estavam discutindo, e o Oráculo tentava separá-las. Então ela susurrou para mim:
- Katie, vos postulo ut reverterentur ad insulam, quam primum fieri potest! Vos postulo scio!
- Saber o quê??? Oráculo!!!
Acordo assustada, e suando frio. O Leiftan também acorda por causa no meu movimento brusco.
- Katie! Está tudo bem? - ele me pergunta.
- Sim, foi só um pesadelo, mas um bem incomum...
- Como assim...?
Expliquei a ele sobre meu sonho, ou melhor, sobre a minha visão. O Leiftan ficou preocupado, e disse que quando amanhecer, iremos conversar com a Miiko.
Mais um novo dia de explicações para a Miiko começa. Depois do que conversamos, a kitsune resolve adiantar a expedição, que iria acontecer depois de amanhã.
Os dois dias se passaram, e eu já estava navegando, junto com o Leif, o Nevra e o Valkyon, o Ezarel acabou ficando, ele está se recuperando ainda do baque que foi reencontrar a Marie Anne. Além deles, veio a Ewelein, a Alájea, a Colaia, o Valarian e o Sky, como sempre.
Eu estava observando o Sky brincar nos ares, enquanto pensamentos vinham à minha cabeça. O que será que eu era, para ser tão misterioso assim??? Isso me empolgava, mas me preocupava ao mesmo tempo. Será que eu gostarei da verdade? Bem, à essa altura do campeonato, eu não podia voltar atrás, então devo prosseguir.
Assim que pisamos na ilha, sinto uma nova sensação me invadir. Como se esse fosse exatamente o lugar que eu deveria estar. Mas, não conseguia deixar de lembrar sobre a morte do Mery... Tomara que ele esteje feliz, onde quer que esteja.
Adentramos na floresta, e passamos exatamente pelo lugar onde aconteceu aquele assassinato. Ainda tinha sangue seco por todo lado, e as cordas que prendiam o pequeno Milo naquela árvore estavam exatamente onde as deixei quando dessamarrei o pequeno myconide. Segurei as lágrimas, e ao perceber isso, o Leiftan veio me abraçar.
- Foi aqui, não é? - ele susurra no meu ouvido.
- Sim...
O Leiftan pede para avançarmos, e ele não sai do meu lado até chegarmos num lugar cheio de ruínas, de uma antiga civilização. Havia uma fonte acompanhada por uma estátua de uma mulher no meio de tudo, e o Nevra foi traduzir o que estava escrito em sua base. Eu não sabia que ele tinha esse talento para tradutor.
- Ééé, esse é um monumento dedicado para... - ele engoliu seco e me olhou - Mnemosine.
Ah. Que venha aquela sensação de soco no estômago que não sinto faz séculos! Agora entendi o porquê do Nevra exitar tanto em falar. Ele não queria que eu me lembrasse daquela maldita poção. Fingi que não me importava.
- Essa cidadela foi dedicada à ela e a Zeus, seu amante.
- E como ela se chama? - o Leiftan perguntou.
- Memória.
Depois disso, caminhamos ainda mais, e montamos o nosso acampamento perto de uma enorme construção, parecia uma biblioteca gigantesca. Acabou anoitecendo muito rápido. Fizemos uma fogueira, e depois de uma refeição rápida, todos fomos para nossas tendas dormir.
Tive mais um dos meus sonhos estranhos. Eu ainda estava em Memória, mas havia perdido todas as suas cores habituais, com certeza era mais uma mensagem do Oráculo. Comecei a andar. Voltei para o penhasco. Mas, dessa vez, não encontrei ninguém logo de cara.
Um minuto depois, uma das entidades que vi na última visão apareceu. Era aquela com o brilho ofuscante, e de uma pureza sem igual. Me aproximei mais dela, que logo em seguida, me estendeu sua mão, ou melhor, pata.
Eu estava na frente de um dragão. Ele não parecia nada com aqueles das histórias que me contavam, bem, tirando as histórias que meu avô me contava. Ele sempre dizia que os dragões eram entidades cheias da mais pura luz e bondade. Essa descrição batia super bem com a criatura que está na minha frente, como se o meu avô tivesse visto um antes, haha...
Estendi a minha mão em resposta, mas...
A outra entidade, a malígna, surgiu. Mais uma vez, o ódio daquela criatura era reconhecível de longe.
- Katie! - como essa criatura sabia meu nome??? - Por que você está aqui numa hora dessas? É muito perigoso...
Essa voz é muito familiar... Onde a ouvi antes...? Me afastei dessa entidade, e fazendo isso, acabo dando um passo em falso, e CAIO DA PORCARIA DO PRECIPÍCIO!
- KATIE!!! - a criatura grita de desespero. Por que ele está se importando comigo? Ele não deveria estar comemorando?
Ainda estou caindo, e sinto uma energia muito parecida com a do Oráculo me envolver. Aquela primeira criatura que tinha visto estava meio que me salvando.
Depois disso, ouve um clarão, e eu acordei novamente no topo do penhasco. UÉ??? Eu não deveria estar caindo??? Ou morta??? Não entendi isso não!!!
O dragão estava ao meu lado, e disse:
- Katie, falta apenas uma prova, você precisa encontrar o Olho perdido do dragão antes da lua começar a minguar, senão a porta do nosso mundo se fechará, e você não poderá entrar.
- O que???
Ele sumiu um instante depois.
Mais um clarão de luz, e eu sai daquele sonho. Mas, eu acordei fraca, com sono, sede e fome. Cambaleio um pouco, e minhas pernas acabam sedendo.
- KATIE!!! - o Leiftan vai correndo ao meu encontro, desesperado. Ele me abraça, e seus braços tremiam, mas o que está acontecendo...?

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Feather
Fanfiction🌸UMA FANFIC ELDARYA🌸 Katie Guardian perdeu muitas pessoas importantes em sua vida bem cedo, o que a feriu profundamente. E, depois de um passeio por um dos bosques perto de sua casa, ela acaba se deparando com um círculo de cogumelos, que a leva a...