Mais um se foi (parte 1)

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Katie P.O.V

Assim que chegamos na enfermaria, a Ewelein já foi nos recebendo:

- Deixe eu adivinhar, a Amaya e o Sky brigaram denovo?

- Como sempre... - nós rimos, e a Ewelein cuidou de nossas feridas e teve que fazer algumas ataduras.

- Nossa, as bicadas foram bem mais fortes do que da última vez!

- É verdade, o Sky está cada vez mais autônomo, e com isso ficou mais fortinho não é? - rimos denovo.

Nos despedimos da Ewelein e saímos da enfermaria. Pegamos nossas coisas, e fomos até a Grande Porta. Quando a Miiko viu nossos curativos, ela disse "mais uma briga daqueles dois, não é?" Não podíamos discordar. Essas "briguinhas" entre os nossos mascotes ficaram bem famosas.

Sky pousou repentinamente no meu ombro, me assustando um pouco. Com ele, já estava pronta para partir.

Nos despedimos do Ezarel, do Valkyon e de sua frota, que iria até Balenvia, e fomos para a praia. A viajem até a Terra Kappa foi curta, tirando mais duas brigas do Sky e da Amaya, na qual uma resultou na Amaya quase caindo no oceano.

Fomos bem recebidos naquelas terras, e fomos direto conversar com o Mestre Kappa. Ele nos informou que quase todas as crianças do seu povo foram levadas, e uma das poucas que sobraram foi...

- Katie!!! - o pequeno kappa que eu havia cuidado na minha primeira missão foi correndo até os meus braços.

- Elliot! - o abraço - Sentiu a minha falta?

- Muitaaa!!!

- Ué, você aprendeu a falar?

- Minha mamãe e meu papai me ensinaram!

- Que ótimo!!!

Eu adoro muito crianças, a inocência delas é muito fofa, a que eu nunca consegui ter na infância... Seguro uma lágrima que quase acabo soltando involuntariamente. O Leiftan acaba percebendo o que quase aconteceu, e se dirige ao Elliot:

- Elliot, sua mamãe e seu papai não devem estar preocupados com você? - ele fala com uma voz doce.

- Sim...

- Quer que eu te acompanhe para ir vê-los?

- A Katie pode vir com a gente?

- Ela precisa resolver um assuntos importantes... Vamos?

- Siiiimmmm!!!

O Elliot pega na mão do Leiftan, e eles vão juntos até no meio da aldeia. Como ele me conhece bem... Ele adivinha quando eu estou triste...

Vou aproveitar esse tempinho que o Leiftan me concedeu indo até uma cachoeira que tem na ilha. Sentei em umas das pedras e coloco meus pés na água. Respirei fundo. Quantas vezes eu poderia ter feito isso na Terra, com Simon ao meu lado? O que teria acontecido se ele não tivesse morrido? Eu teria conhecido Eldarya?

Eu teria conhecido o Leiftan...?

Nessa hora que um par de braços me envolveu. O Leiftan colocou a cabeça no meu pescoço, e me beijou lá mesmo. Eu o abraço de volta.

- Está tudo bem? - ele pergunta.

- Não muito... Quando estava conversando com Elliot, ele me lembrou da minha infância... E como ela poderia ter sido diferente...

Acabo não aguentando, e derramo algumas lágrimas. O Leiftan aperta mais o abraço.

- Eu estou aqui com você agora, e pretendo nunca mais te abandonar.

Choro denovo, mas de alegria. Nunca alguém tinha dito isso pra mim. Eu me sentia valorizada, uma vez na vida. Eu tinha alguém em quem contar, em quem desabafar... Alguém que me protege de tudo e de todos. Isso me enche de alegria. Eu não tinha esse tipo de alguém há 15 anos.

- Eu entenderei se não quiser falar sobre isso, mas você nunca me disse como seu irmão se chamava. - ele susurra em meu ouvido.

- Ah, acabei esquecendo... Ele se chamava Simon. - um sorriso se iluminou no meu rosto, e resolvi tocar novamente no meu colar. Aquela onda de calor, ao mesmo tempo tão desconhecida e tão familiar, me invadiu, só que ainda mais forte, mais revigorante.

Depois de um tempo, voltamos para as Terras de Eel, junto com Elliot, à pedido do Mestre Kappa. Ele acabou fazendo amizade com o Mery e com o Milo, uma criança myconide que veio até o Q.G. Também trouxemos um grupo de povos nômades até as Terras de Eel, para mantermos todos seguros.

Dias se passaram, e nenhuma pista sobre esse sequestrador. Frustrada, fui para a parte de fora do Q.G para respirar um pouco.

Só não sabia que iria encontrar essa cena.

Continua...

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