Enfim, Eldarya! (parte 2)

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Continuando...

Katie P.O.V

- Em... O QUÊ?

- É muito complicado pra explicar agora, mas...

- KERO!

O unicórnio é interrompido pela garota que vi quando cheguei, que estava com o Jamon, e o outro garoto que tinha visto. Gelei na hora.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM ELA? ESSA GAROTA DEVERIA ESTAR NA PRISÃO!

- Deveria???

- NÓS A ENCONTRAMOS NA SALA DO CRISTAL! E NÃO SABEMOS COMO ELA ENTROU LÁ...

- Eu já tentei dizer, estava numa floresta, só que entrei num círculo de cogumelos, e vim parar aqui!

Fui ignorada por todos, menos pelo cara de cabelo preto que esbarrei mais cedo, que acabara de chegar.

- Espera, você disse círculo de cogumelos?

- Sim!

- Ela veio pra cá através de um círculo de uma feiticeira. - ele fala, diretamente pra mulher de várias caudas.

- Que a colocou diretamente na Sala do Cristal? Impossível! A sala é protegida! - disse a garota.

- O que está acontecendo aqui? - mais duas homens chegaram no meio, um de cabelos azuis e orelhas pontudas, e o outro era enorme, com o cabelo longo e branco. Pelo visto, não é só a roupa que era esquisita nesse mundo.

A garota explicou tudo que aconteceu, e a minha justificativa.

- O que eu não entendi, por que uma simples humana parou na Sala do Cristal? - perguntou o homem de cabelo azul.

- Talvez ela não seja uma simples humana... - falou o garoto de cabelo preto.

Todos me encararam, e eu fiquei com uma ponta de vergonha. Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que o homem grande de cabelo branco resolveu quebrar o silêncio:

- Mas como você conseguiu sair da cela?

- Verdade, você diz não saber de nada, mas conseguiu fugir! - completou o homem de cabelo azul

- Ééééééé... Alguém abriu a jaula pra mim.

Depois do que eu disse, todos ficaram perplexos, parecendo que estavam pedindo que eu revelasse mais coisa.

- Era um homem, ele estava com uma máscara parecida com um dragão, preta com detalhes vermelhos...

- MAS QUE PORRA! ESTÁVAMOS PERDENDO TEMPO COM ELA! Valkyon, Ezarel e Nevra, vão revistar a região, Jamon, venha comigo! - falou a mulher.

- Pode deixar Miiko! - falou o de cabelos azuis, acho que ele é o Ezarel.

Ufa, parece que ela me esqueceu...

- E coloquem ela de volta na prisão!

Esquece.

Antes de todos irem embora, o de cabelos pretos ficou para trás e disse:

- Kero, lembra daquele pão que foi roubado pelo garotinho? Pois é, eu ainda não tive tempo de procurar, e você vai quebrar esse galho pra mim!

- O QUÊ? Não, espera! NEVRA!

Tarde demais, o Nevra já tinha ido embora.

O garoto-unicórnio começou a resmungar como louco.

- Você se chama Kero? - perguntei.

Acho que ele esqueceu que eu ainda estava lá, pois levou um susto comigo falando com ele.

- Não, é só um apelido, me chamo Keroshane... - ele diz, relaxando depois do susto -  Você me disse que se chama Katie, não é?

- Sim.

- Você não quer me ajudar a achar esse pão roubado...?

- Claro, por que não? - entre procurar um pão e voltar pra uma cela gelada no submundo, prefiro a primeira opção.

Depois de uma procura curta, devolvemos o pão devolta na despensa daquele lugar. Durante nosso tempo junto, o Keroshane me explicou um pouco sobre "Eldarya", e seus habitantes. Aqui é até um lugar bem fascinante, e até agora não me lembrei do...

Ah...

Parei de andar um pouco. Me lembrar daquilo é como levar outro soco no estômago. Kero me perguntou se eu estava bem, e respondi que era apenas uma tontura. Não queria falar sobre a minha vida com pessoas que acabei de conhecer.

Depois de um tempo, a Miiko voltou com a encheção de saco, sobre eu ter que voltar para aquela jaula gelada. Sorte que Keroshane me defendeu, e falou que eu não merecia voltar para lá, e que eu parecia muito gentil. Miiko, depois de muita relutância, deixou que eu não ficasse mais na cela. Fiquei feliz. Mas uma dúvida plainou sobre a minha cabeça:

- E quando eu vou poder voltar pra casa?

O Ezarel (depois da explicação do Kero entendi o nome da maioria) falou uma coisa terrível para mim:

- É impossível, o portal das bruxas tem direção única.

- Ok, mas não tem outro modo?

- Não. - ele respondeu.

A sensação do soco no estômago voltou novamente. Eu não poderei voltar. Nunca mais pisarei na minha casa, não verei mais meus pais nem meus amigos... Fico imaginando a dor da minha mãe, quando ela perceber que ainda não voltei do meu passeio, ela que já perdeu tantas pessoas na vida dela, e o meu pai... Sei que ele não gosta muito de demonstrar seus sentimentos, para parecer forte, mas quando ele perceber que eu sumi, acho que ele não vai mais aguentar... Eu, que era a cola que unia nossa família despedaçada... Suspirei.

- Desculpe, mas quero ficar um pouco sozinha.

Acho que eles estranharam minha mudança de comportamento, mas me deixaram ir sem problemas. Eu já conhecia algumas partes do Q.G, então resolvi ir até a Cerejeira Centenária. Foi um dos únicos locais familiares com a Terra que encontrei naquele lugar. Me sentei perto da árvore, e abracei meus joelhos, e comecei a observar as nuvens.

- Por que você teve que ir embora Simon? Por que você, e não eu...? - susurro, e uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

- É... Você está bem? - ouço alguém se referir a mim, então viro a cabeça.

Era o primeiro rapaz que tinha encontrado aqui.

Continua...

FeatherOnde histórias criam vida. Descubra agora