Nosso salvador

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- EIII!!! ALGUÉM!!! AJUDE-OS!!! - ouço uma voz completamente desconhecida berrar.

Mas... O que está acontecendo?

- ALGUÉM!!!

Eu ainda estou muito fraca, e a luz em meu rosto não me ajuda a enchergar quem está gritando. Mas consigo ver uma silhueta... É um garoto. Parece ter a minha idade, mas tem um ar juvenil inegável. Usa roupas... Muito parecidas com as da Terra. E na hora que tentei ver seu rosto...

- Estão chegando...! - ouço ele susurrar para si mesmo, antes de ouvir passos apressados na grama, que ficaram mudos de repente.

Mais pessoas se aproximam de nós.

- SANTO ORÁCULO!!! Alájea, me ajude a levá-los para a enfermaria!!!

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Katie P.O.V

- Os dois vão ficar bem?

- Acho que sim, ele estava muito ferido, mas consegui retirar aquele espinho, e fechar o machucado...

- EIII!!! Ela está acordando!!!

Eu ouvia mais vozes, só que dessa vez, eram familiares. Abro meus olhos lentamente, por causa da luz forte que ainda agia sobre eles.

Eu estava na Enfermaria.

Mas como isso é possível???

Vejo Ewelein, Alájea e Ezarel perto da minha maca. Eles estão aliviados, dá para ver em seus rostos.

- Você está bem Katie??? - Alájea me pergunta.

- Estou... O que aconteceu? - indago, levando a mão na cabeça, tentando me lembrar de alguma coisa.

- Eu e a Alájea encontramos você e Leiftan perto da Cerejeira Centenária... Ele estava extremamante ferido. - Ezarel responde.

- Onde está Leiftan???

Ewelein aponta com a cabeça para o leito ao lado do meu. Me levanto de supetão, e vou para lá.

- Leiftan??? - o chamo, abrindo as cortinas de seu leito.

Ele estava de costas, e se vira rapidamente.

- Katie...? - seu rosto se ilumina ao me ver, e eu pulo nos seus braços.

- ESTAMOS VIVOS!!! - choro em seu ombro. Não consigo nem medir o tamanho da minha alegria e alívio...

- Estamos...! - Leiftan me olha, antes de selar nossos lábios.

- Er... Vamos deixá-los sozinhos... - Ewelein fala, fechando as cortinas do leito.

Me afasto de seu rosto, e meu olhar repousa em seu abdomen.

- Ainda dói? - pergunto, vendo a grande bandagem que o envolvia.

- Não tanto quanto antes... - ele sorri - Mal consigo acreditar...

- Nem eu... Mas como saímos de lá? - indago.

Ele estranha.

- Pensei que, depois que eu desmaiei, você conseguiu nos tirar de lá...

- Não... Eu desmaiei também. - penso um pouco, antes de perguntar - Mais alguém sabe sobre aquela passagem???

- Não. Apenas eu... E Lance. - faço uma careta ao ouvir o nome daquele idiota.

- Eu quase consegui ver quem nos salvou... - comento - Era um homem, acho. Mas eu estava muito fraca, e nem fui capaz de reconhecer sua voz...

- Tudo bem. - ele sorri, compreensivo - Devemos nossas vidas a ele... - concordo com a cabeça. Mesmo não sabendo como fez isso, esse garoto nos salvou. Ele nos salvou, e nos permitiu que continuássemos juntos... E gostaria de agradecer, ao menos.

Um silêncio massacrante domina nossa conversa. Até que finalmente falo o inevitável:

- Leiftan, melhor eu voltar para a batalha...

- O que??? Você não pode fazer isso...! - ele diz, com um desespero contido na voz.

Respiro fundo, e envolvo seu rosto perfeito em minhas mãos. Seu olhar está praticamente perdido, e quase me suplicando para não sair de seu lado.

- Eu preciso ir Leiftan... Eles precisam de mim na batalha. E quem impedirá meu irmão de "dar a louca" por causa de seu ódio por Lance? - sorrimos.

- Nós acabamos de nos reconciliar... E-Eu não queria arriscar... - ele responde, fraco. Sua preocupação comigo é encantadora. Suas bochechas estão um pouco vermelhas, e suas lindas tranças loiras emolduravam seu rosto, destacando um pouco seus olhos, que estavam com as pupilas dilatadas e brilhantes. Aquela era a visão mais fofa que já vi.

- Eu tomarei cuidado... Lhe prometo. - dou um beijo leve em sua bochecha.

- Tudo bem então... - ele envolve minha cintura com seus braços, me aproximando dele, antes de colar seus lábios aos meus, num beijo lento. Sua boca tem um gosto mentolado, que me exita numa facilidade desconcertante. Depois de um tempo, separamos nossas bocas, mas ainda estávamos com nossas testas encostadas uma na outra. Sua respiração quente está se misturando um pouco com a minha, e seus olhos verde - esmeralda estão me encarando, tão apaixonadamente quanto antes. - Eu te amo. - susurra, como se palavras mais altas fossem estragar a magia do momento.

- Eu também te amo.

Lhe dou um último beijo, antes de sair de seus braços. Mas espero voltar a eles o mais rápido possível.

FeatherOnde histórias criam vida. Descubra agora