Enfim, Eldarya! (parte 3)

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Continuando...

Katie P.O.V

Era o primeiro rapaz que tinha encontrado aqui.

- Sim, estou bem. - levo a mão ao meu rosto, tentando cobrir minhas lágrimas.

- Essas lágrimas dizem outra coisa... - ele fala, se sentando ao meu lado, e leva uma de suas mãos no meu rosto, tirando as minhas, e limpa minhas lágrimas delicadamente. - Você está realmente bem?

Isso foi como um baque. Nunca alguém tinha me tratado assim, com tanta preocupação e delicadeza, tentando não me machucar mais do que já estou. Isso me toca no fundo do meu coração. Mais uma coisa que nunca alguém tinha conseguido fazer.

- Ah, como sou idiota, nem me apresentei direito... - ele continua - Eu me chamo Leiftan, e você?

- Eh... Eu me chamo K-Katie... - POR QUE VOCÊ TÁ GAGUEJANDO MULHER? EIN? - E, você tem razão, minhas lágrimas me desmentem. Não estou muito bem...

- Alguém aqui te aborreceu? - ele pergunta, parecendo realmente preocupado com meu bem-estar.

- Um pouco, mas não é por isso que estou desse jeito... - acabo fungando por acidente - Acabei de saber que nunca mais vou poder voltar para casa...

- Você está preocupada com seus familiares, é isso?

Outro choque, ele acertou direitinho. É a primeira vez que alguém, ao invés de tentar me compreender e fracassar, adivinha o que eu sinto. Isso me deixou fascinada. Esse Leiftan... Por que ele está mechendo tanto comigo?

- Sim... Minha família já passou por tantas coisas, que eu sou a única esperança que ainda a mantém em pé.

- Você não sabe até a que ponto eu te entendo...

Olhei nos seus olhos. Ele compartilhava uma compaixão devastadora comigo, me entendendo...

- Katie, eu entendo sua preocupação com sua família, é muito comovente... Eu realmente sinto muito por isso...

Ele era tão sincero comigo, tão delicado... Novamente, não sabia o que responder.

- Leiftan... Não é culpa sua que não exista uma solução, mas muito obrigada por essa preocupação comigo.

Acabo apoiando minha cabeça em seu ombro automaticamente, e acho que o Leiftan não estava esperando essa minha reação, pois ficou tenso, mas um segundo depois, relaxou. Mas, de repente, uma cobra chega perto de nós dois, o que me faz assustar, e acabo dando um pulo. O Leiftan acabou rindo.

- Ha ha, é só um mascote, não vai te fazer mal. - ele falou, sorrindo.

- Um mascote? Quer dizer que essa cobra é um bichinho de alguém?

- É muito parecida com uma cobra, mas não sabemos sua raça. Nós não sabemos tudo sobre mascotes, e o Taro pertence à Miiko. - ele diz, e faz carinho na cobra, e pega um recado que está preso em seu pescoço.

Assim que terminou de ler, ele se virou para mim:

- Desculpe, mas preciso ir, a Miiko está me chamando... Foi um prazer conversar com você.

- Oh, sim, o prazer foi meu.

Ele sorri para mim antes de se virar e ir embora. Fiquei lá por mais uns minutos, meio atordoada. Eu não era de falar muito, mas quando eu falo, eu nunca gaguejo. O que aconteceu comigo? É a primeira vez que acontece, mas por que justo com alguém que mal conheço? Não sei o que está acontecendo desde que pisei naquele bendito círculo de cogumelos...

Enquanto eu observava as nuvens, uma garota ruiva com orelhas de coelho correu até mim, quase sem fôlego:

- Você é a Katie, não é?

- Sim sou eu... E você é a Ykhar, se eu não estiver enganada?

- Sim, sou a Ykhar, a Miiko quer te ver... Espera! Como você sabe meu nome?

- O Kero me disse o nome de muitas pessoas daqui. Onde é pra mim encontrar a Miiko?

- Me siga!

Ykhar saiu correndo, e eu fui atrás. Acabamos encontrando a Miiko na Sala do Cristal, onde eu tinha chegado nesse mundo.

- Miiko, chegamos! - anunciou ela.

- Obrigada por encontrá-la, Ykhar.

- Não tem diquê! - falou, toda sorridente.

Mal tive tempo de me recuperar de toda essa correria, a Miiko já foi falando:

- Você vai fazer um teste, para descobrirmos se você tem sangue faery ou não, por que você não deve ter parado na Sala do Cristal por acaso.

- Ok, mas que tipo de teste é esse?

Ela me explicou que iriam preparar uma poção, e colocá-la na minha mão, e se ela reagir, eu tenho traços faelianos. Tive que buscar os ingredientes, e o Ezarel preparou essa poção, já que pelo visto, ele é um ótimo alquimista. Depois, fizemos o teste, e após um tempão, muitas zoações do Ezarel, e de muitas vezes que eu queria dar um soco na boca dele , minha mão, a que estava com a poção, soltou uma chama, o que me assustou. Acabou que eu tinha sangue faeliano. Isso me abalou muito. Era pra mim ser apenas uma humana!

Espera um pouco...

E se Simon também não era humano, e era um faeliano?

FeatherOnde histórias criam vida. Descubra agora