51

3.6K 252 48
                                    

Todos foram embora e ficamos Dudu, os pais da Lorena, a família do Eco, Goude, Sav e eu no hospital. A mãe dela estava com ela no quarto e nós na sala de espera, eu só iria embora quando ela fosse também. O Eco teria alta ainda nessa madrugada, já que ele não passou por nenhuma cirurgia, mas como a Lorena tinha feito, seria necessário que ela ficasse em observação por vinte e quatro horas.

— Ela acordou - Goude diz olhando o celular - Minha mãe acabou de mandar mensagem.
— E a gente pode entrar pra ver ela? - Sav pergunta - Se bem que depois que o Léo entrou, eu duvido que os médicos deixem a gente ir.
— Até podemos, mas tem que ser um de cada vez - Se levanta - Vou lá rapidão, quando eu voltar, cêis vão.
— Cê nem devia ir, se ela tá assim, é por sua causa - Digo.
— Léo, não começa mano - Dudu fala - Na moral, aqui não é lugar pra isso.
— Deixa ele falar Dudu, não vai mudar o fato de ela ser minha irmã e que eu só quero o melhor pra ela.
— Ela quem decide o que é bom ou não pra ela, não você - Rebato.
— Vai logo Douglas - Sav diz irritada e então observamos ele sair.
— Léo mano, se controla - Dudu fala - Não foi culpa dele, não precisa disso.
— Foi culpa dele sim - Digo e então vejo o pai deles se aproximar da gente.
Leonardo, posso falar com você em particular?

Ele parecia sério, o que me deixou apreensivo, mas tentei não transparecer. Me levantei e nós seguimos em direção a saída do hospital, direto ao estacionamento.

— Pode falar - Digo encostando no meu carro.
— Quero saber o que é que tá acontecendo com meu filho e você... Vocês eram tão amigos e agora tão se estranhando toda hora.
— Com todo respeito, cê sabe que te considero muito, aliás, toda sua família, mas o jeito que o Goude trata a Lorena não é certo, ele acha que manda nela e não é assim, não gosto disso.
— Mas a Lorena sempre deixou que ele cuidasse dela assim, ele se preocupa com a irmã e isso nunca foi um problema pra ela e eu também não entendo porque de você estar tão incomodado com isso, você sempre foi amigo dos meus filhos, você sempre viu como ele tratava ela e agora isso? Por acaso você está querendo conhecer ela melhor? Digo, de uma forma romântica.
— Ãn... Não - Digo.
— Que bom, porque vocês são amigos desde muito novos, imagino que você veja a Lorena como uma irmã - Sorri fraco - Vamos entrar.

Ele entrou na frente e eu segui. Não podia simplesmente dizer que estava transando com a filha dele, acho que não pegaria bem, mas eu também não menti, ele perguntou se eu queria conhecer ela melhor e não era isso, eu já conhecia e já sabia exatamente tudo o que eu queria com ela. Quando nós entramos, Goude já tinha voltado e estava com o Dudu, já que a Sav provavelmente tinha ido. Sentei ao lado do Dudu mas não disse nada. Depois de alguns minutos ela voltou.

— Quem vai agora? Tem que ser rápido porque medicaram ela de novo.
— Pode ir, Léo - Dudu fala - Se não der, eu vejo ela quando sair daqui.
— Valeu mano - Sorri pra ele.

Me levantei e segui pelo corredor do quarto onde estive algumas horas atrás e os médicos brigaram comigo, o que não fez diferença pra mim, porque eu só precisava vê-la, não ligava pra qualquer outra coisa no momento. Abri a porta devagar e vi a mãe dela parada ao lado da cama falando alguma coisa enquanto ela ria tentando não se esforçar.

— Opa, licença - Digo.
— Mãe, cê pode pegar um pouco de água pra mim? - Lorena pede.
— Posso - Beija a testa dela - Léo, fica com ela até eu voltar?
— Fico - Digo ao me aproximar da cama.

Observamos ela sair do quarto e então Lorena se arrastou pro lado e bateu na cama pra que eu sentasse ao lado dela. Encostei nós travesseiros de apoio e então abri o braço pra ela deitar no meu peito.

— Como cê tá?
— Com dor - Diz rindo - Mas já vieram me medicar, então capaz que daqui a pouco eu durmo.
— Eu devia ter insistido, se você tivesse vindo comigo, isso não teria acontecido.
— Para Léo, não tem nada a ver isso, aconteceu porque tinha que acontecer.
— Mesmo assim, sei lá.
— Já foi, eu já tô bem, não fica pensando nisso - Pede - Sav diz que você tá aqui desde a hora que meus pais chegaram, vai pra casa
Só vou pra casa quando cê tiver alta.
— Tá louco, garoto? Eu provavelmente só vou sair quando der as vinte e quatro horas.
— Então eu também, ué.
— Não precisa Léo, meus pais vão ficar, o Douglas e a Sav também.
— Não tô nem aí, eu vou ficar também.
— Léo...
— Isso não tá aberto pra discussão, eu vou ficar e pronto - Abraço ela mais firme - Fiquei tão preocupado com você, nossa.
— Me contaram que você entrou aqui sem autorização dos médicos - Ri - Cê é maluco.
— Lógico, ninguém queria deixar eu te ver, dei meu jeito.
— Mas eu tô bem agora - Diz baixinho.
— Justo hoje quando você quem me chamou pra sair - Falo e ela ri - A gente pode remarcar?
— Pode - Sorri.
— Só por curiosidade, você ouviu alguma coisa do que eu disse quando vim aqui da primeira vez?
— Não, porque?
— Nada não - Ri.
— Voltei - A mãe dela abre a porta - Ãn... Perdi alguma coisa?
— Não mãe - Ri.
— Melhor eu sair, cê precisa descansar.
— Vai pra casa - Se afasta pra eu levantar.
— Aham, quendo você for, eu vou - Saio da cama e beijo a testa dela - Descansa.
— Tá bom - Sorri - Obrigada por vir, por ficar e por se preocupar comigo.
— Não precisa agradecer - Sorrio - Tia, qualquer coisa avisa a gente.
— Aviso sim - Sorri.

Sai do quarto e pude ouvir a mãe dela dizer "Huum, que lindos" e eu ri sozinho enquanto voltava em direção a sala de espera.

[ ... ]

𝙣𝙪𝙙𝙚𝙨 ⛈️• leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora