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Eu ia deixar pra postar amanhã, mas to gostando mto do retorno de vcs❤
Tá, agora parei de vez.
Vejo vcs amanhã ksks

Tinha um banheiro no fundo da casa que era bem menor e dava pra usar se Tony ficasse com o braço esticado e com a porta encostada.

- eu juro que se você abrir essa porta eu te mato - dou um último aviso antes de encostar a porta no braço dele.

- você deveria me agradecer por emprestar meu braço pra você usar o banheiro.

- tem razão - falo irônica - quanta generosidade! Serei eternamente grata por isso.

Tony ficou me esperando do lado de fora como combinamos, e assim que eu terminei de faze minhas coisas, era a minha vez de ficar com o braço enfiado na fresta da porta pra ele usar o banheiro.

- que nojo... - falei sozinha e prometendo a mim mesma que iria esterilizar meu braço com cloro depois.

- o que você tá fazendo ai? - Avani surgiu com sua mochila da moranguinho nas costas.

- pergunta pra Ondreaz depois - falo somente.

- pronto - Tony saiu e Avani ficou de queixo caído.

- mas que porra é essa? - ela perguntou - tá, vamos fingir que eu não vi minha amiga com o braço dentro do banheiro enquanto Tonycóptero mijava.

- Avani! - Tony reclamou.

- eu juro por Deus que quando isso acabar a vida de Ondreaz vai ser um inferno - falei com muita vergonha do olhar de Avani pra nós dois.

A morena só saiu, traumatizada com a cena.

- você lavou a mão pelo menos? - perguntei.

- óbvio que sim! Quem você acha que eu sou?

- tá, calma - rio de nervoso - não sabia que isso afetava sua masculinidade.

- vai se fuder, vai.

***
Faltava alguns minutos pra 18:00h e o sol já começava a se pôr.  Eu e Tony estávamos sentados na grama, enquanto apreciávamos a vista.

Foi quando minha avó mandou uma mensagem pra mim, de que Mia tinha sido liberada mais cedo mas que os exames ainda não tinham saído. Me senti muito mais aliviada. Como se o peso do mundo tivesse finalmente saído das minhas costas. Prometi a ela que ligaria depois, e desliguei meu celular voltando a olhar pro horizonte.

Abraçei meus joelhos com o meu braço livre e apoiei minha cabeça, pensando se deveria esclarecer a situação da noite passada pra Tony. Ele merecia saber. Mesmo não tendo nada a ver com meus problemas, ele queria me ajudar.

Juntei coragem e respirei fundo. Sempre que eu tocava nesse assunto, acabava me desmanchando.

- Tony... - chamei, quebrando nosso silêncio.

- oi.

- sobre ontem a noite, eu queria me explicar - coloco meu cabelo atrás da orelha e fico séria.

- não precisa se...

- não, eu quero e você também merece saber - ele assente e fica sério também, até um pouco preocupado - minha irmã tinha passado mal e acabou sendo internada. Eu tive que ir dar assistência, junto com minha avó - prossigo - só que eu não esperava ver minha mãe lá no dia seguinte... - ele ficou um pouco confuso - já faz anos que a gente não se dá bem. Na verdade, ninguém se dá bem com ela. Meu pai vive brigando com ela, e também não vê o dia de largar a gente - sinto minha garganta dar um nó - sim, meus pais quase não estão em casa e quando estão, acabam brigando e falando que se odeiam. Além do que, não ligam pra eu e minha irmã. Na verdade, meu pai até que tenta ligar, mas já minha mãe é um caso perdido... e ontem ela deixou isso mais que claro pra mim, por isso que eu estava naquele estado. Eu realmente não queria ter te preocupado com meus problemas.

- ei, não tem problema - ele começou - essas coisas acontecem e sempre é bom ter um ombro amigo pra... você sabe, poder conversar as vezes.

Assinto com tamanha compreensão.

- é só que as vezes eu não consigo entender como que as coisas chegaram nesse nível em casa... - desvio o olhar pro nada - eu achava que meus pais se gostavam ou que eles queriam ter uma família por puro prazer de estar em conjunto ou sei lá - faço uma pausa tentando não chorar - mas na vedade, eles se odeiam e eu só fui um acidente, que segundo minha mãe nunca deveria ter acontecido... - respiro fundo - acontece, né? - forço um sorriso.

E sem falar nada, Tony me abraça de lado.

- tudo acontece por um acaso, Suzu - ele fala tranquilo - e se eles não conseguem exergar isso... bem, eles deveriam repensar um pouco.

- daqui três semanas minha mãe vai embora - falo de repente - eu não faço a mínima idéia do que vai acontecer comigo. Eu sinto como se fosse um favor imenso que ela está fazendo, mas lá no fundo... ah, sei lá. To me preocupando demais com quem não se importa comigo - limpo meu rosto, que tinha deixado escorrer algumas lágrimas tímidas.

- você tem a sua avó, sua irmã, seus amigos e o mais importante, você tem a você mesma. Já é mais que suficiente, você não acha?

Sorrio fraco.

- você daria um baita de um psicólogo, Tony.

- não muda de assunto - ele ri fraco.

- é sério.

- eu também to falando sério - ele volta a falar tranquilo - só não se esquece disso beleza?

- vou tentar.






lost on u☇ // Tony LopezOnde histórias criam vida. Descubra agora