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Já passava da meia noite quando nós saímos do restaurante. Eu nunca tinha comido tanta comida boa numa única noite se quer! O lugar era perfeito e tinha me adaptado rápido.

Eu já estava descalça e não ligava mais pra minha aparência. Tony dirigia de volta pra minha casa, com a blusa um pouco desabotoada e amarrotada. O vento da estrada bagunçava seu cabelo a medida que ele acelerava, o deixando mai atraente ainda. Eu preferia a versão mais largada dele, e não a "arrumadinha" de mais cedo, mesmo que em ambas ele continuasse um gato.

Tony colocou a playlist dele pra tocar no carro, e quando chegou em uma música em especial, aumentei o volume e acompanhei o happer, tentando não atropelar as palavras. Tá, a música era repleta de putaria mas eu não ligava e me divertia dando uma de happer, fazendo umas caras e bocas pra interpretar melhor os versos. Tony riu e me acompanhou também, rimando mais rápido que eu e se divertindo com a vibe da música.

- minha avó iria me matar de me pegasse ouvindo uma coisa dessas - falo.

- mas ela não tá aqui - ele piscou - e acho que não vai ficar brava.

- bem observado - ergo uma sobrancelha.

Tony volta sua atenção pra estrada e para na porta de casa, que estava toda silenciosa e com as luzes apagadas. Admito que queria que a noite durasse mais, e ter que voltar pra casa não me animava nem um pouco.

Suspirei e encostei minha cabeça no banco. Tony tocou na minha perna.

- tá tudo bem?

- tá - respondo - só não quero ter que ir embora.

- nem eu quero que você vá.

Sorrio fraco e aperto sua bochecha.

- fofinho - mando um beijo pra ele, que revira os olhos, com as bochechas coradas de vergonha - obrigada por me levar pra jantar. Tava tudo perfeito.

- acho que deveríamos repetir isso mais vezes, o que acha?

- acho uma ótima ideia.

Ele sorriu satisfeito, partindo pra um beijo em meus lábios que logo retribui na mesma intensidade, sem pretenção nenhuma.

E de repente, todas as minhas preocupações pareceram sumir.

***

- retiro de quê?

- da igreja - minha avó fala na maior empolgação - você quer ir? Vai ser durante uma semana. Vou levar a Mia pra conhecer as outras crianças e você também deveria ir.

- ah... - começo desanimada - não é muito minha praia ir pra esses retiros.

- você nunca foi. Nunca vai saber se gosta até ir em um.

- acho melhor não, vovó. Já tenho 19 anos e acho que consigo me virar numa semana.

- tem certeza? Você vai se arrepender depois.

- quem sabe numa próxima vez - sorrio nervosa.

- esses jovens de hoje em dia... - ela resmunga - depois vai parar no inferno e não sabe porquê.

- vovó!

- vai ajudar sua irmã arrumar a mala, então - ela me empurra - pelo menos tenta criar juízo!

Reviro os olhos, indo pro quarto de Mia, que juntava todos os brinquedos numa mala só.

- não vai levar roupa não?

- tem isso ainda... - ela se senta no chão olhando pra aquela montanha de bonecas.

- vem, deixa eu te ajudar.

Me sento ao seu lado, começando a abrir espaço na mala dela.

- como que é ter um namorado? - ela pergunta de repente.

- eu não tenho namorado.

- ué... - ela me olha confusa - então por que você e Tony se beijam?

- onde que você viu isso?

- ontem a noite. Dava pra ver vocês dois no carro da janela do meu quarto.

- você deveria estar dormindo - corto ela.

- mas quando que vocês vão ser namorados? Isso demora mesmo?

- por que você quer saber disso? - perguntei curiosa.

- é por que assim a gente vai poder ir pra Disney.

- a gente não vai "poder ir pra Disney". Esqueceu que é caro pra entrar lá?

- é por isso que seu namorado vai pagar pra gente - ela disse como se fosse óbvio - pra que eles servem se não pra levar as namoradas e as irmãs delas pra passear?

- você só fala besteira né.

- faz sentido pra mim.

- namorados não servem só pra passear na Disney, sua tola.

- e pra que eles servem? - ela pergunta com animação.

- ah... - tento pensar numa resposta que possa fazer sentido pra garotinha - pra te abraçar, pra te fazer rir, pra te beijar e... só.

- só? - ela fala desiludida - só isso? Que chato. Nunca vou querer um namorado!

- vou ficar de olho em você.









lost on u☇ // Tony LopezOnde histórias criam vida. Descubra agora