- mas já? - Avani choramingou.
- eu tenho que resolver umas coisas em casa - explico, também deprimida enquanto esperava Tony na sala.
- só volta logo, tá bom? - ela faz uma cara triste.
- quando você menos esperar eu já vou estar aqui de volta, meu bem - passo os dedos pelos cabelos castanhos dela.
- vamos? - Tony desceu as escadas, com a chave do carro na mão.
- tchau Suzu... - ela me abraçou apertado.
Me despedi dela e acompanhei Tony, que como de costume insistiu pra usar minha mochila nas costas.
- Tony? Já vai partir? - Nick gritou da varanda.
- de novo isso... - reviro o olhos e entro no carro com o mínimo de paciência.
Eles trocaram algumas risadas e depois se despediram com um aceno. Tony deu partida no carro e em questão de minutos já estávamos do lado de fora da minha casa.
Mas antes que eu saísse do carro, Tony segurou na minha mão.
- qualquer coisa me liga, tá bom? - ele pergunta preocupado.
- tá tudo bem - acaricio sua mão com meu polegar.
- boa sorte com seu pai - ele diz.
Sorrio fraco e dou um beijo nele.
- tchau Tony.
Ele me rouba mais um beijo, me fazendo sorrir.
- te amo - ele fala baixo.
Sorrio boba e pego minhas coisas, saindo do carro.
- te amo mais - respondo.
***
- mãe?! O que aconteceu? - largo minha mochila com força no chão e corro até ela, que parecia arrasada e chorava muito - mãe?Ela permanecia chorando.
A julgar pelo silêncio da casa, Mia deveria ter saído com minha avó. Tinha alguns vasos quebrados pela sala e minha mãe tinha marcas vermelhas no braço, como que se alguém tivesse a apertado.
Alguém. Não demorou muito pra minha ficha cair e meu sangue ferver assim que me dei conta do que acontecia diante dos meus olhos.
- meu pai... - começo com muita raiva - ele veio aqui, não foi?
Ela se força a não concordar, mas era mais que óbvio que meu pai tinha batido nela e destruído a casa de novo.
- mãe? - balanço ela de leve - mãe? Dá pra me dar uma resposta?
Silêncio e mais lágrimas.
- sabe onde ele foi pelo menos? - começo a ficar muito preocupada - quer saber, cansei!
Saio de perto dela e pego meu celular, já discando o número da polícia.
- Não! - ela se levanta e arranca o celular de mim com as mãos trêmulas - nada de Polícia!
- mas mãe! Ele te bateu! Não compreende isso? - tento pegar o celular de novo, mas ela se estica - isso é violência doméstica! Além do que também é violência contra mulher.
- Samantha! - ela grita, me calando de vez - eu não quero ver seu pai na cadeia, tá bom?
- mas...
- eu não ligo pra que "tipo de violência" isso seja - ela estava nervosa, e as lágrimas ainda corriam por seu rosto - eu. Não. Quero. Ele. Na. Cadeia. - ela fala pausademnte.
- porquê você defende tanto ele!? - disparo num tom de voz elevado - ele te bate, quebra tudo, me chama de vadia, grita com Mia e mesmo assim você...
- por que eu tô grávida, tá bom?!
Foi como um murro na minha cara.
Dei um passo pra trás, com o coração na garganta. O silêncio cortante caiu sobre nós duas, que sustentávamos um olhar profundo. E por um momento nem percebi que eu segurava a respiração
Ela respirou fundo, tentando se acalmar. Limpou o rosto e passou a mão pelos cabelos, voltando a se sentar no sofá.
Colocou o rosto entre as mãos, apoiando os cotovelos na coxa.
Eu ainda estava paralisada. Era possível escutar o barulho do meu coração naquele cômodo silencioso.
Minha mãe limpou o rosto de novo e se apoiou no sofá.
- já faz 1 mês... - ela respira mais uma vez e endireita a coluna - eu iria falar pra vocês, mas queria que seu pai soubesse primeiro.
- e pelo visto ele não... - já começo a me arrepender de ter tocado no assunto - esquece.
- exatamente - ela fica triste - ele ficou falando que o filho não era dele e que eu só queria um jeito de ficar com ele e com o dinheiro.
Ela faz uma pausa. Vou até ela e me sento ao seu lado.
- sabe, Suzu... - ela começa olhando pra frente - quando eu descobri que estava grávida eu achei que fosse o momento perfeito pro nosso recomeço como família. Eu ainda estava no hospital quando me deram a notícia... - ela dá um sorriso fraco, deixando mais lágrimas rolarem - foi um dos melhores momentos da minha vida.
Pego em sua mão.
- e eu só queria que meu filho tivesse uma família normal. Não queria ter que cometer os mesmos erros que eu cometi com vocês duas... a começar com um pai presente. Queria um recomeço total, Suzu... Mas... - a voz dela falha.
Era por isso que ela fazia de tudo pra deixar que meu pai voltasse pra casa.
- mãe... - passo as mãos nas suas costas - as vezes o nosso recomeço não tem nada a ver com o papai. Você mesma sabe que ele nunca chegou perto de ser um pai... - ela se vira pra mim, com a face abatida - Isso... - toco em sua barriga - é o nosso recomeço. Não o dele. A nossa família nunca teve nada a ver com ele e com toda certeza, somos bem melhores sem o papai por perto.
Ela desvia o olhar cansado.
- e isso não tem problema. É perfeitamente normal - sorrio fraco - essa criança vai ser bem mais feliz sem ele. Pode ter certeza. É um grande favor que você está fazendo pra ela.
Minha mãe assente fraco.
- além do que, eu sempre quis ter mais um irmão - ela sorri, limpando o rosto.
Abraço ela, que se esconde no meu pescoço.
- essa criança vai ser a mais feliz do universo - falo no seu ouvido.
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lost on u☇ // Tony Lopez
RomantizmEra pra ser só alguns dias na Hype House até as coisas voltarem ao normal. Mas ela não contava com Tony Lopez. 🎖#1 tonylopez (22/04) 🎖#1 lopezbrothers (22/04) ⚠FINALIZADA!⚠ ☇boa leitura!! ⚠n levem nd a sério aqui pfv⚠