Elena

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Elena

Eu fui à praça da cidade. Era uma noite de luar. Eu me dirigia até lá com a esperança de ver o cara misterioso. Desde a primeira vez que o vi, eu ia aquele local com a esperança de encontrá-lo. Eu perguntei para algumas pessoas que estavam na praça se elas o avistaram, mas ninguém o conhecia.

Eu não conseguia entender o que estava se passado comigo. Nunca senti algo tão forte antes.

Eu não esperava que ele me olhasse caso ele aparecesse. Ele jamais se interessaria por alguém como eu. Mas eu queria vê-lo pelo menos.

Eu me sentia atraída por ele. Desde o dia em que o vi, eu pensava nele o tempo todo. Eu me perguntava se ele era real. Talvez fosse só fruto da minha imaginação ou era um espírito.

O local ficou quase deserto. As únicas almas vivas eram os pássaros e eu. Eu comecei a escrever meus sentimentos no diário.

Os minutos passaram. Ele não apareceu. Eu guardei meu diário e me retirei da praça.

Um pouco antes de dormir no meu quarto, olhei para mim mesma no espelho. O que eu vi?: Uma mulher vestida com roupas folgadas, cara sem maquiagem, magrela e sem curvas. Esta era a minha imagem externa.

Eu não me vestia como o resto das mulheres, quase 90% das minhas roupas eram jaquetas folgadas, blusas com estampa xadrez e moletons.

Com essa aparência sem graça, como eu poderia esperar que aquele homem misterioso quisesse me ver de novo? Eu não era tão atraente quanto as modelos de capa de revista. Se eu fosse uma loira, alta e magra, ele teria aparecido naquela praça só para me ver. Como pude ser tão tola?

Eu estava obcecada por um cara que eu vi apenas uma vez. E eu nem sabia seu nome.

Desde que encontrei aquele homem misterioso na praça, eu não consegui parar de pensar nele. Desde então, toda vez que abria meu diário, eu escrevia sobre aquele rapaz cujo nome eu não sabia. Eu descrevia sua beleza incomum. Nunca pensei em um homem assim até então. Eu sempre me reservei de me apaixonar. Agora, eu estava amando como nunca amei alguém.

Decorreram alguns dias. Eu havia perdido a esperança de encontrar o cara misterioso. Um dia, eu voltei à praça da cidade. Era o início do pôr do sol.

Eu olhei para trás ao sentir a presença de alguém e me surpreendi quando olhei a pessoa que estava andando na minha direção. Vi nada mais nada menos que o homem misterioso. Ele virou a cabeça na minha direção, pegando meus olhos e prendendo-os. Nós olhamos um para o outro.

Meu coração acelerou. Eu o temia, mas queria estar perto daquele homem. Isso era um paradoxo. Eu devia fugir. Meu instinto dizia que ele era perigoso, mas minha consciência ignorou o alerta.

Ele se aproximou de mim sem fazer barulho. Damon se movimentava com grande desembaraço como se seu corpo não tivesse um peso grande. Ele parecia etéreo como um fantasma. Eu fiquei hipnotizada por seus misteriosos olhos e seu sorriso arrogante quase instantaneamente. Eu congelei por alguns segundos.

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