Sombra

Stefan

Stefan

Há um mês, emprestei 200 reais a Tyler para que ele pagasse uma oficina mecânica onde o mustang dele passou por uma manutenção. Tyler prometeu pagar em uma semana ou duas. Até hoje ele não me devolveu. Tivemos uma discussão desagradável sobre isso ontem à noite. Quando pedi o dinheiro de volta, Tyler me acusou de "incomodá-lo" e fez várias observações grosseiras para mim. Eu sabia que nunca recuperaria meu dinheiro; então eu deixei para lá. Ele me pedia somas arbitrárias de dinheiro e eu dizia apenas "sim".

Isso me fez lembrar de algumas coisas que meu pai falou quando eu era criança. Certa noite, ele falou enquanto jantávamos na cozinha: "Filho, quando as pessoas de quem você gosta procuram ajuda financeira, você pode ajudá-las emprestando-lhes dinheiro. Eles vão te amar por alguns dias até a hora de pagar. No momento em que você pedir seu dinheiro, eles vão te odiar e falar mal de você a portas fechadas".

Ele continuou: "Existe uma maneira melhor de fazer isso. Se você realmente se importa com essa pessoa, ouça-a e esteja disposto a ajudá-la. Não espere nenhum retorno necessário! Se você puder dar algum dinheiro a eles, mesmo que seja pequeno, eles o amarão como amigo e você nunca precisará prejudicar o relacionamento pedindo seu dinheiro de volta. A verdade é que é muito difícil devolver dinheiro! O caminho mais rápido para perder um amigo e ganhar um inimigo é emprestando."

Decorreram algumas semanas depois que eu fui caloteado por Tyler. Vicki e eu fomos ao cinema da cidade por volta das 19:30. Ela não tinha interesse em assistir a um drama romântico com casa, então decidiu assistir a este filme. A pessoa no balcão pediu 50 reais por 2 ingressos (bastante caro). Vicki me fez pagar. Enquanto aquela bruxa narcisista comprava batatas fritas, algumas pessoas entraram no local. Então, eu vi Elena chegar com aquele crápula do seu namorado. Quando eu os vi juntos, eu me senti tão mal. Dói ver a mulher que eu tanto amo com outro e não poder fazer nada, eu pensei. Eu queria ser livre para lutar por Elena, mas eu estava preso a Vicki, uma mulher que nunca amei e jamais amarei.

Damon me encarou de longe quando eles se aproximaram da bilheteria para comprar os ingressos. Elena ainda não tinha me notado, pois estava conversando com o cara do balcão.

Observei o namorado de Elena com atenção. Estudei o seu modo de andar. A cabeça dele estava erguida, olhar altivo e as costas retas. Quando Damon caminha, ele se move devagar e com precisão. Os dois pés sempre estão firmemente colocados no chão. Tudo sobre sua linguagem corporal grita confiança e domínio.

A expressão facial de Damon era tão estranha e assustadora. Instantaneamente eu me senti doente por dentro. Sinceramente, na época, não sabia o porquê, mas era apenas uma sensação muito ruim. Havia esse sentimento de morte presente naquele lugar. É como se eu pudesse sentir o fôlego da morte sendo expelido por aquele sujeito estranho. Algo em seus olhos parecia assustador e maligno.

Eu senti que tinha que protegê-la daquele cara. Eu tentei suprimir os meus sentimentos. Havia um temor persistente que eu não conseguia ignorar. Tentei parecer o mais amigável possível nos olhos dele. Acho que ele viu o temor nos meus olhos também, mas ele e eu não decidimos agir.

Finalmente, Elena me notou. Ela acenou para mim. Eu sorri e fiz um gesto com a mão. Eu não conseguia parar de gostar de Elena ou deixar de pensar nela apesar de tudo. Vicki os avistou, mas não fez nenhum aceno. Minha maldita namorada perguntou: