Elena

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Elena

Damon e eu estávamos no meu apartamento naquela noite, assistindo um filme americano de adolescentes. Havia uma penumbra na sala, pois as lâmpadas estavam apagadas. Eu estava comendo batatas fritas, mas ele não comeu nada. Damon sempre dizia que estava de dieta quando eu lhe oferecia comida. Ele não bebia também. Que coisa estranha.

Para ser sincera, eu me diverti muito com ele passando comentários maliciosos de vez em quando sobre o filme, e eu dando um tapa no braço dele toda vez que ele fazia isso. De repente, a cena do filme mudou. Agora, havia um grupo de alunos em um refeitório da escola.

— Os filmes de Hollywood costumavam ter mais personagens brancos até o início dos anos 90. Agora, em todos os filmes, parece que todo círculo de amigos tem uma pessoa de cada grupo étnico — eu disse.

— Nesse filme, parece que os asiáticos se sentam à mesa asiática, os brancos à mesa branca, os negros à mesa dos negros. Há alguma mistura, com certeza, mas ainda parece que eles se relacionam mais com as pessoas que são parecidas com eles. Os seres humanos são tribais por natureza — comentou Damon.

O filme terminou. Eu estava decidida a assistir um filme de terror. "Vamos ver mais um filme, Damon!" Eu gemi em aborrecimento, tentando convencê-lo a assistir outra coisa antes de eu colocar o próximo filme.

— Acho que devo ir agora — ele disse olhando para mim e sorrindo. Não era o seu sorriso habitual. Foi um sorriso de verdade. Ele pegou o controle remoto para desligar a TV.

Eu bufei em derrota e afundei minha cabeça no apoio de braço. Sentei-me rapidamente, olhando esperançosamente para ele.

— Vamos assistir outra coisa. Por favor. Só mais um — eu disse, com uma expressão presunçosa no meu rosto.

— Oh-oh. Isso não pode ser bom. — ele estreitou seus olhos com cautela ao olhar para os DVDs que estavam no sofá — Eu já sei que a primeira opção é assistir essa porcaria horrível. Qual é a outra? — disse ele, pegando o DVD do filme Um amor para recordar. Eu lhe lancei um olhar.

— O filme é bom. Você vai gostar — eu disse.

— Sim, tanto faz. Outra opção? — ele acenou sua mão com desdém. Agora, um novo sorriso surgiu em seu rosto.

— Que tal vermos A culpa é das estrelas? — eu perguntei.

— Não! Não, não, não — ele me interrompeu rapidamente.

— Então, escolha o que você quer assistir — eu disse.

Ele se levantou e se aproximou da estante. Damon passou os olhos na fila de DVDs, então, ele puxou um deles e me mostrou. Ele havia escolhido um filme de guerra.

— Eu gosto desse filme — ele lançou um olhar curioso para o DVD que ainda estava lacrado.

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