Liz

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Liz

Serena e eu chegamos no hospital onde Lazaro estava internado. Era cedo da manhã. Entramos no quarto. Lázaro estava dormindo no quarto.

Quando eu abri as cortinas da janela do cômodo, os raios de sol entraram. Era uma bela manhã. Serena tentou acordá-lo sacudindo os ombros dele gentilmente e chamando o nome dele. Mas Lázaro não despertou.

Quando olhei na direção deles, o rosto de Serena expressava preocupação! Ela olhou para mim e depois para ele. A expressão em seu rosto era puramente chocada! Como se ela quisesse dizer alguma coisa horrível. Havia uma expressão aterradora em sua face. Eu estava assustada!

— Ele está morto — disse Serena olhando na minha direção.

— Não — eu balancei a cabeça olhando para Lázaro.

— Lazaro não está respirando — disse Serena com olhos arregalados. Eu corri na direção dele e o agarrei pelos braços.

— Acorda! Acorda! — eu gritei agitando seu corpo freneticamente. Lázaro estava muito gelado.

Eu comecei a chorar e gritar. A enfermeira entrou no quarto e viu tudo o que estava acontecendo. Eu ainda agitava o corpo dele freneticamente e gritava por ele, mas Lázaro não me respondeu! Eu estava tão aflita!

A enfermeira colocou o estetoscópio no peito de Lázaro. Em seguida, ela meneou a cabeça e disse:

— Ele morreu!

— Acorde! — eu gritei. — Lazaro, fala comigo — eu disse chorando.

— O coração dele não está mais batendo. O garoto está morto — disse a enfermeira. — Sinto muito, senhora.

***

Meu filho morreu dois meses depois do seu 14º aniversário. O destino foi cruel comigo. Agora, eu estava olhando para o caixão de Lázaro que se encontrava em uma igreja do bairro. O corpo havia sido limpo, bem vestido e colocado no caixão há poucas horas. O pastor havia me cedido o espaço para realizar o funeral.

Alguns vizinhos rezavam continuamente. As minhas lamúrias e soluços se misturava com as vozes daqueles que faziam suas rezas. Foi um funeral de caixão aberto. Eu não conseguia cessar meu choro.

É sempre difícil deixar alguém ir! Especialmente aquele a quem amamos muito. Eu senti essa dor dentro de mim. Eu chorava compulsivamente naquele momento.

Eu estava totalmente destruída mentalmente, fisicamente e emocionalmente por uma tortura mental intensa que tudo consome. Nada mais importa. Eu não conseguia comer, dormir e rir. Eu só chorava o tempo todo. Eu daria qualquer coisa para aliviar o fardo. Eu ficaria feliz em cortar meus pulsos em troca de paz e saber que as coisas podem ficar bem.

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