Lázaro

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Lázaro


Eu estava jogando videogame com meu melhor amigo Reginaldo na sala do seu apartamento. Ele vibrava cada vez que ele estourava os miolos de um personagem no jogo. Os videogames violentos me permitiam fazer o que não podia fazer na vida real: matar. Eu não podia simplesmente andar pelas ruas explodindo pessoas. Então, eu liberava a raiva no jogo e não em pessoas reais. Isso só me ajudava a exorcizar esse pouco de maldade de mim sem arruinar a vida das pessoas, o que eu achava legal.


Matar um personagem em um jogo não é nada como matar uma pessoa real. Nenhum cônjuge, filho ou pai de verdade chorará. Nenhuma vida será eternamente destruída pela perda dessa pessoa. Reinicie o jogo, o personagem está de volta à vida.


O jogo que eu estava jogando era extremamente sexual e sangrento. Também poderia estar na parte de horror dos videogames, juntamente com o Black Ops e CoD, que são mais jogos de guerra.


Eu só gostava de lutar no mundo dos videogames. As pessoas são obcecadas com a violência e nem sabem disso. No entanto, eu tinha consciência de minhas tendências violentas. Eu tinha fascínio por filmes do estilo do Mortal Kombat e jogos de tiro também. As pessoas adoram esse tipo de conteúdo.


Fiquei cansado de Mortal Kombat e parei de seguir a série de jogos Deception, porque este era tão sádico, sexual e de horror que deixa Mortal Kombat um pouco brega.


Quando entrávamos no jogo, éramos forçados a matar os oponentes que estavam apenas tentando nos cortar em pedaços ou arrancar nossas cabeças no jogo.


Até mesmo joguinhos infantis "inofensivos" como Madagascar tem violência e matança. Está escondido na configuração do jogo, mas está lá.


Todos eles envolvem guerra, sangue e mortes. Eu me lembrava de um jogo de avião de combate em que os caças atiram em seu dirigível e o jogador precisa matá-los antes que eles o destruam. Todos são jogos muito violentos, promovendo a matança.


A sociedade faz a guerra parecer necessária, pois enfatiza isso nas histórias. Transformers é um bom exemplo, onde seus prólogos e epílogos nos dizem que era importante entrar em guerra. Todos sabemos que a guerra está errada, mas os filmes que assistimos fazem com que pareçam boas ou, às vezes, a coisa certa a fazer.


É por isso que gostamos de ver as pessoas se ensanguentando e conversando sobre o quão incrível essa luta foi como se fosse uma grande festa, mesmo porque todo mundo para na rua para assistir as pessoas brigarem e discutirem ou assistirem policiais brutalizarem alguém. Todo mundo quer ver os sem-teto serem espancados porque acredita que esses tipos de pessoas não valem nada.


Nós podemos ser terrivelmente violentos. Foi assim que nos levantamos dos outros primatas e matamos os predadores que realmente nos ameaçavam.


De repente, Stefan, o irmão de Reginaldo, saiu de seu quarto e adentrou na sala. O cara ligou a televisão e começou a assistir um seriado americano do estilo do Friends. Eles eram assinantes da Netflix.

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