Stefan

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Stefan

Era manhã de sábado. De repente, fui desperto quando escutei a voz da minha mãe no quarto.

— Bom dia! — Ísis disse com uma bandeja de café na mão.

Eu me sentei na cama. Eu li 7:15 no relógio que estava em cima do criado-mudo. Ísis fechou a porta. Minha mãe me entregou a bandeja logo após.

— Stefan, eu programei uma viagem à praia. — disse minha mãe em um tom sério ao se sentar na beira da cama. — Eu gostaria que você fosse com o resto de nossa família. Seu irmão já concordou em ir. Só falta você. Seria bom se passássemos um tempo na praia hoje. Faz tanto tempo que não fazemos algo assim — ela continuou.

— Eu não estou a fim de sair hoje, mãe. Não tenho ânimo de sair — falei, ignorando sua expressão.

— Oh, vamos lá, Stefan. Solte-se um pouco. É a última semana do verão. Todo mundo está se divertindo enquanto você está aqui em seu quarto — ela disse. Sua voz tinha um tom de súplica.

Eu fiquei calado, com o olhar apontado para baixo. Após o seu silêncio, minha mãe voltou a falar:

— Olha, Stefan. Todos nós vamos nos divertir na beira do mar. Vamos jogar bola como se fossemos crianças. Eu queria relembrar os velhos tempos. Sinto saudade da época em que íamos à praia. Acho que foi a única época mais feliz que já tivemos.

A minha sobrancelha levantou tão alto que quase se enredou com meus cabelos que cobriam minha testa.

— Você está disposto a se divertir hoje? — indagou ela, com sua voz mais doce.

Eu olhei para a bandeja do café da manhã.

— Faça o que quiser — disse minha mãe. — Você pode ficar deitado em sua cama o dia todo lamentando por sua vida ser uma merda, ou você pode vir conosco e se divertir. Estaremos lá na cozinha. Vamos sair às 8 h. Espero vê-lo lá, caso contrário, partiremos sem você.

Dizendo isso, minha mãe foi embora do quarto. Eu fiquei seriamente tentado. Decidi realmente que eu iria à praia com eles. Eu terminei de comer a comida. Levei a bandeja para a cozinha e comuniquei minha decisão a eles. Depois, voltei ao quarto e mudei meu traje para short, uma camisa branca sem magas e um par de tênis; e com isso, eu fui para a sala.

Todos os meus familiares ficaram encantados, mas surpresos ao me ver deixando o meu quarto naquela manhã de sábado. Minha mãe arrumou as coisas. Meu irmão colocou o rádio na bagagem. Em seguida, saímos do apartamento. Desliguei meu celular.

Chegamos a praia depois de alguns minutos. A água do mar era azul e bonita. Havia algumas pessoas aqui e ali na praia. Alguns estavam ocupados jogando críquete, enquanto algumas crianças estavam construindo castelos de areia apenas por diversão. Havia pelo menos três ou seis pessoas, já tomando banho na água azul clara do mar. Eu já estava empolgada para entrar na água e desfrutar de um belo banho de mar. Minha mãe parecia ter lido minha mente, então me disse que é o almoço primeiro, e então todos podemos entrar na água.

Foi um dos poucos momentos felizes da minha vida. Desliguei o meu celular para que eu não tivesse que responder os xingamentos de Vicki. Aqueles poucos minutos eram tão perfeitos, tão mágicos que eu senti que se morresse naquele momento, tudo ficaria bem. O sentimento de satisfação era tão absoluto. O céu era azul, as nuvens altas, brancas e fofas. E o ar ... o ar era tão limpo e tinha cheiro de pinho.

A música "Vento no litoral" (Renato Russo) estava subitamente tocando no rádio. E lá estávamos nós, cantando muito alto e rindo. Provavelmente parecíamos totalmente perturbados, mas estávamos nos divertindo. Eu sentia uma felicidade que eu não sentia há muito tempo.

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