Damon

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Damon

Suspirando, eu abri os olhos, saudado pela luz de um lampião. Eu me movi rapidamente para me levantar da cama, banhada pelo brilho suave de lâmpadas antigas. Ao pôr-do-sol, eu acordava e esse não era diferente. Movendo-me para o armário, eu rapidamente me vesti: uma jaqueta cara, calça jeans, uma blusa branca, um par de botas. Um pouco clichê, talvez exagerado e excêntrico. Eu estava pronto para me encontrar com Elena naquela noite.

Olhei rapidamente para o calendário, desbotado e gasto, pendurado na parede. Embora fosse uma piada para mim, depois de tantos anos, eu desisti de acompanhar as datas.

Os meus amigos acordaram. Eu podia ouvir os barulhos de seus passos. Estavam saindo de seus aposentos. Simão e Caroline estavam na sala quando eu fui para o lugar onde estavam. Eles olharam para mim.

— Você quer ir hoje ao litoral conosco? — perguntou Caroline. — Vamos ficar em uma praia que fica próxima daqui. Será divertido — disse ela, sorrindo.

— Eu não vou com vocês. Eu andarei pela cidade agora — eu falei.

— Por que você não quer mais sair conosco, Damon? — indagou Josué, desconfiado.

— Eu só estou farto de ter que ficar trancado nessa casa. Odeio essa atmosfera sombria. Preciso de luzes e barulhos — eu disse, exasperado. eu fiquei irritado porque estavam fazendo muitas perguntas.

— Sabe, Damon. Estive pensando. Você não deveria aparecer nessa cidade com muita frequência — falou Simão. Seus olhos se estreitaram.

Houve uma pequena pausa antes que ele falasse novamente.

— Não tenho um bom pressentimento quando você se expõe demais na cidade — disse Simão. — Sua presença chama muito a atenção, principalmente das mulheres. As pessoas obviamente vão se perguntar quem é você se lhe virem com tanta frequência. Devemos ser prudentes. Nossa espécie fez um pacto desde os primórdios que é não revelar nossa existência a nenhum mortal. Entre os humanos, há inimigos poderosos que podem nos destruir e não podemos atrair a atenção deles.

— Nada de mal vai acontecer. Não se preocupem — eu disse.

— Tome cuidado com os seus jogos. Não se esqueça da nossa necessidade de vigilância. Prudência acima de tudo — Simão disse tocando no meu ombro.

— Até logo, vejo vocês depois — eu disse, aborrecido. Então, eu me afastei de Simão.

Senti uma raiva naquele momento. Tive vontade de dar um soco em Simão. Bando de imbecis. Gente frouxa me dá nos nervos. Não sei por que eu ainda ando com esses covardes. Será que não posso me divertir um pouco? Já não basta eu viver nesse tédio?, pensei.

Eu saí da casa. Então, eu entrei no meu carro e comecei a dirigir. Pelo retrovisor, eu vi Caroline se dirigindo à varanda. Ela olhou em direção ao meu carro enquanto eu estava me afastando do local. Vê-la assim fez com que eu me lembrasse do dia em que Katherine acenou para mim no momento em que eu estava partindo de carruagem. Se alguma coisa brilhasse e me fizesse feliz, eu seria abatido pelas maiores sombras da minha vida.

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